O Banco Central (BC) anunciou uma redução na alíquota de depósito compulsório, dinheiro que os bancos são obrigados a deixar parado no próprio BC, que incide sobre os depósitos a prazo. O efeito será uma injeção de R$ 16,1 bilhões no sistema financeiro.
O percentual dos depósitos a prazo, como CDBs, que terão de ficar retidos no BC cairá de 33% para 31%. Em nota, a instituição diz que a “alteração aproxima mais a alíquota dessa modalidade de recolhimento aos níveis históricos praticados nos anos anteriores à crise de 2008”.
A mudança entrar em vigor no dia 1º de julho, com efeitos financeiros a partir do dia 15 de julho.
Em 23 de maio, o BC tinha promovido uma simplificação nas regras de compulsório que envolviam debêntures emitidas por empresas de leasing de conglomerados financeiros. O efeito prático foi a liberação de R$ 8,2 bilhões, que também chegarão ao sistema em 15 de julho.
Em tese, teremos mais R$ 24,3 bilhões para os bancos ofertarem ao público, mas em um momento de demanda nada exuberante por crédito, esse dinheiro deve engrossar as operações compromissadas.
Uma agenda de simplificação e redução estrutural dos compulsórios está em marcha desde a gestão de Ilan Goldfajn, e o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, também tem destacado os esforços da instituição nesse sentido, mas sempre ressalvando que essa é uma agenda de longo prazo e que compulsório não é ferramenta para estimular a economia, embora a liberação de recursos tenha esse efeito.
Em recente apresentação, Campos Neto afirmou que as medidas já tomadas para simplificar as intrincadas regras que regem os compulsórios já promoveram uma redução no estoque da casa de R$ 500 bilhões para cerca de R$ 400 bilhões. Mas classificou tal redução de “tímida” e disse que “tem espaço para otimização disso”.