🔴 IPCA-15 DE ABRIL DESACELERA – VEM AÍ SELIC A 10,50% OU 10,25? SAIBA ONDE INVESTIR

Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Juros

Campos Neto: Não devemos cair na tentação de trocar crescimento de curto prazo por inflação mais alta

Traduzindo a fala do presidente do Banco Central, isso quer dizer que não teremos redução da Selic tão cedo. Ele também falou sobre meta de inflação, compulsório e reservas internacionais

Roberto Campos Neto comenta sobre inflação e alta da taxa de juros
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Imagem: Reprodução/Youtube

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a reforçar que a melhor forma de o BC contribuir para a retomada do crescimento é manter a inflação e as expectativas de inflação na meta.

“Temos deixado bastante claro que existe sim uma preocupação com o crescimento econômico e que a gente acha que a melhor forma de atingir o crescimento econômico é, exatamente, entregar meta de inflação constantemente, ter as expectativas ancoradas e não cair na tentação de trocar o crescimento de curto prazo por inflação mais alta, porque na verdade isso tende a causar inflação alta e crescimento baixo”, afirmou.

Política monetária também se faz com repetição e é isso que Campos Neto tem feito nas suas falas recentes, embora parte do mercado, vez ou outra, embarque na ideia de que o BC vai cortar um pouco mais a Selic, atualmente fixada em 6,5% ao ano.

Como já dissemos outras vezes, juro baixo e estável é boa notícia para os investimentos, notadamente, bolsa de valoresfundos imobiliários e títulos longos do Tesouro Direto.

Em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO), em 16 de maio, Campos Neto já havia dito que: “Nossa meta é inflação. A melhor forma de crescer de forma estável é ter inflação sobre controle e expectativa de inflação ancorada” e que “achar que vamos trocar inflação controlada por crescimento de curto prazo é voo de galinha”.

Alguns analistas têm relacionado um possível corte da Selic à aprovação da reforma da Previdência. No entanto, o que de fato que o BC vai olhar é como estarão as projeções e as expectativas de inflação.

Em tese, a aprovação da reforma seria um gatilho para crescimento e consumo mais fortes, vetores que tenderiam a elevar a inflação corrente e projetada.

A fala de Campos Neto aconteceu durante a divulgação da Agenda BC#, uma nova versão ou mesmo ampliação da Agenda BC +, que traz uma série de medidas e iniciativas microeconômicas que buscam ampliar a concorrência no sistema financeiro, melhorar a transparência, estimular a educação financeira e o desenvolvimento do mercado de capitais.

Para demonstrar a importância que a medida tem para o BC, todos os diretores estavam presentes, com exceção de Carlos Viana (Política Econômica), que cumpre agenda em São Paulo.

Meta de inflação

Campos Neto também foi perguntado sobre a meta de inflação de 2022 que será fixada no fim de junho pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Já temos notícias de que parte do mercado apoia uma redução da meta para 3,5%. A meta de 2021 é de 3,75%, a de 2020 é de 4% e a deste ano é de 4,25%.

O presidente do BC disse que essa é uma decisão do CMN, que reúne além do presidente do BC, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, e que o assunto nem começou a ser debatido internamente pelo BC.

“Não tenho nem como começar a falar nada, porque, na verdade, não é uma decisão do Banco Central, o Banco Central tem um voto em três. Vamos discutir entre nós para levar uma proposta. Esse debate nem aconteceu ainda, vai acontecer em breve, mas não tenho como adiantar nada porque não é uma decisão do BC”, afirmou.

Compulsório

Está na Agenda BC # a redução de longo prazo dos depósitos compulsórios, parcela de recursos que os bancos captam, mas são obrigados a depositar junto ao BC.

Campos Neto enfatizou que essa é uma agenda de longo prazo e que compulsório não é ferramenta para estimular a economia, embora a liberação de recursos tenha esse efeito.

Segundo o presidente, as medidas já tomadas para simplificar as intrincadas regras que regem os compulsórios já promoveram uma redução no estoque da casa de R$ 500 bilhões para cerca de R$ 400 bilhões. Mas Campos Neto classificou tal redução de “tímida” e disse que “tem espaço para otimização disso”.

Reservas Internacionais

Toda a vez que se toca no assunto há um furor no ar e não foi diferente na coletiva. O BC disse que nada de radical está sendo proposto e que há um grupo de trabalho fazendo estudos mais aprofundados sobre a gestão das reservas.

Diante de novas perguntas sobre o tema, Campos Neto disse que não tem nada sobre vender reservas para “fazer isso ou aquilo”, como sugerem alguns membros da academia e do Congresso. A discussão é sobre gestão dos US$ 380 bilhões em reservas. “Não é reinventar a roda, são melhorias marginais.”

Como exemplo, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, lembrou que no fim do ano passado, o BC optou por reduzir a alocação de parte das reservas em uma cesta de moedas de commodities. Olhando os riscos, disse o diretor, faria mais sentido fazer investimentos em algo mais descorrelacionado com os riscos domésticos.

Compartilhe

SOBE MAIS UM POUQUINHO?

Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora

15 de setembro de 2022 - 12:41

Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade

PREVISÕES PARA O COPOM

Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda

10 de setembro de 2022 - 16:42

Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro

OUTRA FACE

O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?

9 de setembro de 2022 - 10:51

De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal

GREVE ATRASOU PLANEJAMENTO

Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso

8 de setembro de 2022 - 16:28

Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses

FAZ O PIX GRINGO

Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda

30 de agosto de 2022 - 12:08

Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado

AMIGO DE CRIPTO

Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto

12 de agosto de 2022 - 12:43

O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”

AGORA VAI!

O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar

10 de agosto de 2022 - 19:57

Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair

2 de agosto de 2022 - 5:58

Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas

PRATA E CUPRONÍQUEL

Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420

26 de julho de 2022 - 16:10

As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia

AGRADANDO A CLIENTELA

Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas

21 de julho de 2022 - 16:43

O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar