Durante entrevista no Quartel General do Exército, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que irá votar a reforma da Previdência o mais rápido possível e dentro dos primeiros seis meses de mandato.
"Se fosse possível, aprovaria em 1º de fevereiro, mas temos que respeitar o calendário (do Congresso)", Jair Bolsonaro.
A pressa que Bolsonaro distoa do pensamento do seu futuro ministro da Casa Civil (e principal articulador político no Congresso), Onyx Lorenzoni. Na última segunda-feira, 3, ele afirmou que a reforma não será feita no "afogadilho" e que o envio da nova proposta ainda deve demorar.
Depois de abrir o jogo ontem sobre os planos do governo, Bolsonaro voltou a dizer que a prioridade da reforma é a idade mínima. "Vamos começar com essa ideia, podemos mudar até lá", afirmou. Questionado se planeja articular a reforma ou as privatizações, ele disse que "a ordem dos fatores não altera o produto".
O presidente não respondeu diretamente perguntas sobre tributação e disse que o tema deve ser direcionado a Paulo Guedes (futuro ministro da Economia), o "nosso posto Ipiranga".
(Mais) mudanças trabalhistas
Bolsonaro afirmou que é preciso mudar "o que for possível" na legislação trabalhista, mas não detalhou que pontos quer priorizar. Depois de repetir sua afirmação de terça-feira, 4, que "é difícil ser patrão no Brasil", Bolsonaro lembrou que a reforma aprovada há pouco tempo deu uma certa tranquilidade aos empregadores, reconhecendo que não é possível mudar o artigo 7º da Constituição e que respeitará os direitos dos trabalhadores.
"Nós temos direitos demais e empregos de menos, tem que chegar a um equilíbrio. A reforma aprovada há pouco tempo já deu uma certa tranquilidade, um certo alívio ao empregador, e repito o que falei ontem (terça): é difícil ser patrão no Brasil".
*Com Estadão Conteúdo.