🔴 HERANÇA EM VIDA? NOVO EPISÓDIO DE A DINHEIRISTA! VEJA AQUI

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
A dúvida que não quer calar

NuConta e CDB não servem para investir a reserva de emergência?

Apesar de terem as características necessárias para serem utilizados como reserva de emergência, eu não indiquei esses dois produtos para esta finalidade; entenda por que e também como eles podem ser bem utilizados

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
28 de outubro de 2019
5:06 - atualizado às 15:52
Reserva de Emergência - Boia Salva Vidas - Dinheiro
Às vezes tudo que você quer é um dinheiro em caixa rendendo 100% do CDI... Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Em outra matéria aqui do Seu Dinheiro, eu falei sobre os melhores investimentos para você deixar a sua reserva de emergência. Caso você tenha lido a reportagem (se não leu, sugiro que leia), talvez tenha estranhado a ausência de duas aplicações financeiras na lista: a NuConta (ou outras contas de pagamento similares) e os CDB de bancos médios.

É comum que leitores me perguntem sobre utilizar a NuConta ou um CDB de liquidez diária e que pague 100% do CDI como reserva de emergência.

Afinal, essas duas aplicações atendem a vários dos pré-requisitos de um bom investimento para a reserva de emergência - em certos aspectos, são até melhores do que as que eu indiquei na matéria anterior. Além de, é claro, serem mais vantajosas que a caderneta de poupança em qualquer prazo.

Ambas constituem investimentos de renda fixa de baixo risco, sem taxa de administração, com alta liquidez e rentabilidade diária de exatamente 100% do CDI. O investidor só precisa pagar o IR pela tabela regressiva e, no caso de aplicações inferiores a 30 dias, também o IOF.

Mas, então, por que NuConta e CDB não estão na minha lista de recomendações? A seguir, eu vou falar um pouquinho de cada um desses instrumentos, responder a esta pergunta e dizer para que finalidade eles podem se destinar.

CDB

Bancos de porte médio que investiram pesado em tecnologia costumam oferecer Certificados de Depósito Bancário (CDB) de emissão própria com liquidez diária e remuneração também diária de 100% do CDI.

Como os CDB são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) - a mesma garantia da poupança - eles acabam sendo sugeridos como opções para a reserva de emergência pelos bancos que os emitem. É o caso, por exemplo, do Banco Inter e do Sofisa Direto.

NuConta e outras contas de pagamento remuneradas

Já as contas de pagamento remuneradas garantem, ao cliente, um retorno diário de 100% do CDI, sem a cobrança de qualquer taxa a não ser a tributação. É o caso da NuConta e da conta digital do PagBank, da Pagseguro.

Diferentemente do que ocorre com as contas-correntes dos bancos, nas contas de pagamento os recursos dos clientes não se misturam ao patrimônio da instituição financeira que as oferece, ficando completamente protegidos de um eventual calote.

Assim, essas contas são bem seguras do ponto de vista de risco de crédito. No caso da NuConta e do PagBank, os recursos ainda ficam investidos em Tesouro Selic, estando expostos apenas ao risco do governo federal.

Assim, não há cobertura do FGC, mas ela nem é necessária, já que os recursos não permanecem na instituição.

E como o investimento é feito via Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), também não há cobrança de taxa de custódia, como ocorre no Tesouro Direto.

Ou seja, na prática, é mais eficaz investir em Tesouro Selic por uma conta dessas do que pelo Tesouro Direto ou por um fundo Tesouro Selic. Não há taxa de custódia, nem spread, e o rendimento de 100% do CDI é garantido pela instituição mantenedora da conta.

Inclusive eu já mostrei aqui no Seu Dinheiro que a NuConta rende mesmo 100% do CDI.

Alternativamente, o cliente da NuConta pode investir seus recursos em um Recibo de Depósito Bancário (RDB) de emissão da financeira do Nubank, sem taxas, com retorno de 100% do CDI e liquidez diária, assim como a NuConta tradicional.

O RDB é um título semelhante ao CDB e conta com a mesma cobertura do FGC (nesta outra matéria, eu falo mais sobre o funcionamento dos RDB). Porém, eu também já falei aqui sobre por que não vejo vantagem em trocar a NuConta tradicional pelo RDB do Nubank.

Mas se esses investimentos são tão interessantes, por que não usá-los para reserva de emergência?

No caso dos CDB e RDB, é bom manter em mente que, mesmo com a proteção do FGC, ainda existe o risco da instituição financeira. E o risco de um banco médio ou uma fintech é maior que o dos títulos públicos.

Caso a instituição venha a quebrar, vai levar alguns dias ou semanas até o FGC devolver o dinheiro aos clientes. Por sinal, não há prazo definido para o pagamento ocorrer, isso varia de caso a caso. E, nesse meio tempo, não há rentabilidade.

Imagina se o banco quebra e toda a sua reserva de emergência está aplicada num CDB emitido por ele. Agora imagina se, enquanto espera o FGC pagar, você precisa do dinheiro. Tensão desnecessária, certo? Isso vai contra o princípio da reserva de emergência.

Tudo bem, pode ser que o banco, apesar do porte médio, seja financeiramente muito saudável. Mas entre CDB e Tesouro Selic, o título público ainda vence no quesito risco de crédito. E, para a reserva de emergência, a questão do risco se sobrepõe à da rentabilidade, ainda mais considerando que, se houver diferença de retorno entre os ativos, ela será mínima.

A mesma lógica se aplica às contas de pagamento, mas desta vez não sob o ponto de vista do risco de crédito.

Não se trata de esperar pelo FGC, porque isso não será sequer necessário, já que os recursos estão separados da instituição.

E no caso das contas em que o dinheiro fica aplicado em títulos públicos, o risco é apenas o do governo federal, e o rendimento não deve cessar em caso de quebra da instituição mantenedora da conta.

A questão aqui é que, se a instituição financeira quebrar, é possível que as contas fiquem congeladas e que leve algum tempo até que possam ser movimentadas novamente. Mais uma vez, não há prazo certo, cada caso é um caso. E se o investidor tiver uma emergência justamente nessa hora?

Então, veja: essas situações podem até ser improváveis, dependendo da instituição financeira. Mas não são impossíveis. E, sob esse ponto de vista, o investimento em Tesouro Selic, diretamente ou via fundos, ainda ganha.

Como utilizar esses investimentos

Eu, pessoalmente, acho esse tipo de investimento interessante para manter apenas uma parcela da reserva de emergência.

Afinal, eles são muito práticos. Se você já é, por exemplo, cliente do Banco Inter ou do Nubank, deixar algum dinheiro à mão no CDB com liquidez diária do Inter ou na NuConta faz sentido.

Eu só não faria isso se utilizasse o banco em questão como banco principal. No caso da reserva de emergência, eu prefiro mantê-la separada da conta onde eu recebo meu salário e que uso para fazer os pagamentos do dia a dia, para não acabar perdendo o controle.

Esses investimentos também são interessantes para objetivos de curto prazo e com data marcada para acontecer, ou ainda para deixar aquela “reserva em caixa para futuras oportunidades”.

Às vezes é bom ter algum dinheiro numa aplicação conservadora e fácil de resgatar para quando surgir alguma boa oportunidade de investimento, desde que já tenhamos a reserva de emergência recheada.

Como eu invisto a minha reserva de emergência

Vou agora recapitular como eu invisto a minha reserva de emergência (já falei disso na matéria anterior), acrescentando a NuConta.

Eu divido a minha reserva de emergência entre um fundo DI barato e o fundo Tesouro Selic do BTG Pactual Digital. E a NuConta eu uso justamente como a “reserva de caixa para oportunidades”, pela facilidade de utilizá-la.

Minha reserva de emergência já está completa (veja quanto dinheiro deixar na reserva de emergência), então todo mês eu transfiro para a NuConta o percentual da minha renda que eu gosto de guardar. A poupança é a primeira coisa que sai da minha conta, assim que o meu salário cai na conta.

Não deixo praticamente nada na conta-corrente do meu banco principal (só alguma coisinha caso eu precise sacar) e concentro todos os meus gastos no cartão de crédito para acumular pontos (mas é claro que sempre pago a fatura integralmente e em dia). Praticamente não uso dinheiro vivo no dia a dia.

Compartilhe

Um agrado aos clientes

Banco Pan aumenta rentabilidade da aplicação de sua conta digital para 115% do CDI – mas benefício é temporário

24 de agosto de 2022 - 17:35

Retorno da aplicação no CDB de liquidez diária do banco, o Poupa PAN, aumentará, mas a princípio apenas por três meses. Veja como obter a remuneração maior

A hora e a vez da renda fixa

Onde os brasileiros investem: CDBs ultrapassam ações no 1º semestre, e valor investido em LCIs e LCAs dispara

2 de agosto de 2022 - 18:40

Volume investido em CDBs pelas pessoas físicas superou o valor alocado em ações no período; puxado pelo varejo, volume aplicado por CPFs cresceu 2,8% no período, totalizando R$ 4,6 trilhões

Qual a melhor?

Após Nubank, PicPay também fará mudanças na conta. Veja o que melhora, o que piora e compare as duas

27 de julho de 2022 - 20:02

Conta rendeira do PicPay não terá mais limite de saldo para retorno de 102% do CDI, mas melhoria vem acompanhada de algumas desvantagens

Pare de sofrer

Cansado da volatilidade das criptomoedas e da bolsa? Veja 12 ativos de renda fixa para investir seu dinheiro e ir dormir

9 de junho de 2022 - 15:31

O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar, possibilitando ao investidor ganhar dinheiro com muito menos risco

PROMOÇÃO NA RENDA FIXA

Guide lança CDB pré-fixado que rende 16% ao ano para novos clientes, mas a oferta é limitada; confira os detalhes e prazos

19 de maio de 2022 - 17:47

Mirando em novos clientes, a corretora aposta no percentual superior à taxa Selic, atualmente em 12,75% ao ano, para seduzir até os mais conservadores

Voltou a molezinha!

Com Selic a 12,75%, já é possível ganhar 1% ao mês líquido de IR. Veja 16 opções e saiba onde encontrar esses tesouros

5 de maio de 2022 - 6:30

Após nova alta da taxa de juros, LCI e LCA que pagam 100% do CDI passam a render a remuneração dos sonhos do investidor conservador brasileiro

Fechando uma lacuna

Em parceria com a Órama, Mercado Pago lança plataforma de investimentos com CDB que rende 150% do CDI

2 de maio de 2022 - 18:46

Conta de pagamento do Mercado Livre estreia no mundo dos investimentos com CDBs que pagam mais de 100% do CDI, com aplicações a partir de R$ 1

Enriquecer na renda fixa

Com Selic a 11,75%, já dá para dobrar seu capital na renda fixa, de forma simples e com baixo risco; veja como

18 de março de 2022 - 5:30

Não, você não vai precisar investir por 30 anos, nem colocar o seu dinheiro em um título de dívida de uma empresa próxima da bancarrota para conseguir tal feito; veja os investimentos que proporcionam isso hoje

Subiu de novo

Como ficam os seus investimentos em renda fixa com a Selic em 11,75%

16 de março de 2022 - 19:24

Taxa básica de juros deve subir mais ao longo do ano. Veja como fica o retorno das aplicações conservadoras de renda fixa com a nova alta da Selic

Armadura contra o dragão

Veja o título do Tesouro Direto mais indicado para proteger seu dinheiro da inflação em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia

15 de março de 2022 - 6:50

A alta dos preços em razão do conflito já se faz sentir no bolso do brasileiro – vide o aumento dos combustíveis. Mas este título do Tesouro Direto ajuda a preservar seu patrimônio

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar