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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
O jogo mudou

A guerra na Ucrânia pode corroer seu patrimônio! Veja onde investir na renda fixa para se proteger da inflação

Com a pressão do conflito sobre preços de commodities e cadeias de abastecimento globais, investimentos atrelados a índices de inflação voltam ao radar; veja quais são os mais rentáveis e seguros a oferecerem essa proteção, no momento

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
10 de março de 2022
6:00 - atualizado às 18:42
Homem mostra bolso vazio em razão da inflação, pressionada pela guerra na Ucrânia
Com o conflito na Ucrânia, inflação global pode ficar elevada por mais tempo. Imagem: lunopark/Shutterstock

Tentar se proteger da inflação no Brasil nunca é demais. Mas até bem pouco tempo atrás, os investimentos que têm a virtude de proteger o patrimônio da escalada nos preços - geralmente de renda fixa e com a rentabilidade atrelada a um índice de preços - não estavam necessariamente na lista de prioridades dos investidores.

Afinal, a visão do mercado era de que a taxa básica de juros deveria continuar subindo - o que abria oportunidades nos investimentos atrelados à Selic e ao CDI -, mas que o ciclo de aumento estaria chegando ao fim - o que abria oportunidades nos prefixados.

Ao mesmo tempo, a expectativa era de uma inflação ainda pressionada em 2022, mas muito menor e mais controlada que a do ano passado.

Entretanto, a invasão da Ucrânia pela Rússia mudou um pouco esse cenário. O conflito no leste europeu vem pressionando os preços de commodities importantíssimas, como petróleo e gás natural, além de trigo e outros grãos, o que pesa sobre os índices inflacionários do mundo todo.

A valorização desses produtos pode ter um efeito devastador nos preços, encarecendo alimentos, frete, combustíveis, energia elétrica e meios de transporte em geral, ou seja, tudo aquilo que é de consumo mais básico.

Isso sem contar o risco de desabastecimento e o rompimento de cadeias logísticas que uma guerra provoca na sua região.

Além disso, mesmo que o conflito termine em breve, com uma provável vitória da Rússia, é difícil que as sanções contra o país - e as suas respectivas retaliações por parte do Kremlin - sejam levantadas.

Ou seja, assim como nos períodos mais agudos da pandemia de coronavírus, estamos novamente diante de um choque de oferta, do rompimento de cadeias globais de abastecimento e de seus possíveis efeitos sobre a inflação mundial. E isso quando nem chegamos a nos recuperar propriamente da crise anterior.

“Há umas duas semanas, os títulos pós-fixados nos pareciam os mais promissores, e as apostas em títulos atrelados à inflação eram consideradas mais arrojadas. Agora, já temos uma visão diferente”, me disse Ulisses Nehmi, sócio da Sparta, gestora especializada em renda fixa.

Bancos centrais podem não conseguir aumentar muito mais os juros

É difícil precisar como os bancos centrais do mundo, incluindo o brasileiro, irão reagir a uma provável alta da inflação - se irão aumentar os juros acima do inicialmente esperado ou se vão seguir com o plano, obrigando as suas respectivas economias a tolerarem uma inflação mais alta e talvez temporária.

A questão é que a alta de juros é capaz de conter a inflação quando a demanda está muito aquecida, mas tem ação mais limitada quando o problema é um choque de oferta, como o que se apresenta. “Não tem muito o que fazer da parte de política monetária”, diz Nehmi.

Veja, por exemplo, o histórico das previsões do mercado compiladas pelo Boletim Focus, do Banco Central.

Há quatro semanas, a expectativa era de um IPCA de 5,44% em 2022 e uma Selic em 11,75% no fim do ano; há uma semana, a estimativa já havia passado para 5,60% de IPCA e 12,25% de Selic; e nesta semana, para 5,65% de IPCA, com os mesmos 12,25% de Selic. Parece que o mercado acha que o BC vai mesmo tolerar uma inflação mais alta, e que esta é um pouco inevitável.

Assim, na dúvida - e diante de tantas incertezas que se colocam -, os investimentos com remuneração atrelada à inflação voltam a ficar interessantes. Eles têm a capacidade de proteger o seu dinheiro da alta generalizada de preços, impedindo que o seu patrimônio perca poder de compra.

Os investimentos que oferecem proteção contra a inflação

Assim, se ter investimentos atrelados à inflação é mandatório na carteira de quem vive e trabalha no Brasil, agora é um bom momento não apenas para mantê-los, como também para comprar mais.

Há uma série de investimentos, de renda fixa ou variável, que oferece proteção contra a inflação. São eles:

  • Os títulos públicos Tesouro IPCA+, que pagam uma taxa prefixada mais a variação do IPCA no prazo do investimento;
  • Títulos de renda fixa emitidos por bancos, como CDB, LCI e LCA atrelados à inflação, que também pagam uma taxa prefixada mais IPCA, só que geralmente rendem mais que os Tesouro IPCA+ de prazo equivalente - e ainda contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a mesma garantia da poupança;
  • As debêntures incentivadas, títulos de renda fixa emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura, que geralmente pagam uma taxa prefixada mais IPCA ou IGP-M e são isentas de imposto de renda;
  • Os fundos de debêntures incentivadas, também isentos de IR, que costumam pagar rendimentos periódicos e podem ser oferecidos tanto por plataformas de investimento (fundos abertos), como ter cotas negociadas em bolsa, como se fossem ações (fundos fechados);
  • Os fundos de investimento imobiliário (FIIs), que também são isentos de IR, têm cotas negociadas em bolsa e geralmente pagam rendimentos mensais, anualmente corrigidos por um índice de preços, como IGP-M ou IPCA;
  • Os imóveis destinados a aluguel, cujos rendimentos também são corrigidos anualmente por um índice de preços, como IGP-M ou IPCA;
  • E as ações de empresas cujos produtos têm grande peso na composição dos índices inflacionários e que têm poder de formação de preços, como as produtoras de commodities e concessionárias de serviços públicos, como energia elétrica e saneamento - lembre-se, porém, de que a proteção contra a inflação aqui não é perfeita, e em situações extraordinárias, como a atual, o poder de aumentar preços pode ser limitado.

Os melhores investimentos atrelados à inflação para proteger seu patrimônio da guerra

Com todas essas alternativas, porém, para onde correr? Para Ulisses Nehmi, da Sparta, os investimentos indexados mais atrativos neste momento para obter esse tipo de proteção do patrimônio são os títulos de renda fixa atrelados à inflação de curto prazo, isto é, com vencimentos em menos de cinco anos.

No Tesouro Direto, plataforma de negociação de títulos públicos para as pessoas físicas, o único título com essas características disponível atualmente é o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026.

Também é possível investir nesses títulos por meio dos chamados fundos de inflação, priorizando aqueles classificados como sendo de “duration curta” e que usam como referência de rentabilidade o índice de renda fixa IMA-B 5, que representa o desempenho de uma cesta de títulos públicos indexados ao IPCA de prazos inferiores a cinco anos.

Já em bancos e plataformas de investimento, é possível encontrar títulos privados com essas características, emitidos por instituições financeiras, como CDBs, LCIs e LCAs atrelados ao IPCA - sendo que as LCIs e LCAs ainda contam com isenção de IR.

E por que esses títulos estão interessantes?

Primeiro porque pagam uma remuneração prefixada, que está em níveis elevados devido à Selic alta. O Tesouro IPCA+ 2026, por exemplo, está pagando 5,63% ao ano acima do IPCA, o índice de inflação oficial, o que garante não apenas a proteção do patrimônio, mas significa que você vai ficar mais rico de fato. Um juro real de quase 6% definitivamente não é de se jogar fora.

Entre os títulos emitidos por bancos de médio porte, é possível encontrar papéis com remunerações até maiores, em prazos menores, e tudo com proteção do FGC. Não é difícil, por exemplo, encontrar CDB com remuneração superior a 6% ao ano mais IPCA para prazos de um ano.

Em segundo lugar, como os prazos desses títulos são curtos, você tem um risco menor de liquidez ou de volatilidade.

No caso do Tesouro IPCA+, por exemplo, há liquidez diária, mas os preços oscilam de acordo com as expectativas para inflação e taxa de juros. Assim, o título pode se desvalorizar e o investidor perder dinheiro, caso o venda antes do vencimento.

“Esses títulos podem se desvalorizar se o juro subir muito ou a inflação despencar, cenário este que parece cada vez mais remoto. Então o risco, agora, é basicamente de o juro subir. Mas vai subir muito no curto prazo? Em ano eleitoral, ainda por cima?”, questiona Nehmi.

O gestor da Sparta diz que o mercado não acredita que o BC vá insistir muito na alta de juros para conter a inflação, então que o risco de perder dinheiro em títulos Tesouro IPCA+ de curto prazo, mais afetados pela política monetária que pelo risco fiscal, está menor agora.

De fato, os títulos públicos atrelados à inflação, tanto os longos quanto os curtos, apanharam um bocado no último ano, em razão da alta dos juros.

Lembre-se, porém, de que independentemente do que acontece com os preços dos títulos públicos no meio do caminho, eles sempre pagam a rentabilidade acordada no vencimento. Então quem ficar com o papel até o fim do prazo de qualquer forma não vai ter perdas. E também é bem mais fácil levar um título curto até o vencimento do que um título longo.

Já os títulos bancários atrelados à inflação não costumam ter liquidez diária. Então a aposta em papéis de prazos curtos é mais segura para os recursos não ficarem “presos” por muito tempo e poderem ser realocados para produtos mais adequados caso a situação se modifique, no médio prazo.

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