Copom mantém Selic em 6,5% e deixa de falar em eventual alta de juros
Comitê do Banco Central (BC) acena manutenção dos juros ao menos até o começo de 2019 e volta a destacar a importância de reformas e ajustes na economia. Boa notícia para os ativos de risco

Dentro do previsto pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% ao ano. No comunicado, o BC acena manutenção dos juros e, a grande novidade, é que ele deixou de falar em eventual retirada de estímulo em caso de piora de seu cenário para a inflação. Assim, a trajetória possível para a Selic oscila entre estabilidade e queda e não mais entre estabilidade e alta.
Como temos enfatizado, a manutenção da Selic na mínima histórica desde março deste ano é favorável aos ativos de risco como bolsa de valores e fundos imobiliários. No mercado de títulos ganham atratividade os prefixados longos e as Notas do Tesouro Nacional Série-B mais longas, que encontramos no Tesouro Direto.
A leitura do comunicado mostra um tom menos duro, ou mais “dove” no jargão de mercado, do colegiado presidido por Ilan Goldfajn. O Copom não fala mais em eventual ajuste para cima na Selic, como vinha enfatizando nas reuniões passadas.
"O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural", diz o comunicado de hoje.
Até a reunião de outubro, essa frase era seguida da seguinte ponderação: "Esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora".
Essa mudança no tom decorre de uma reavaliação no balanço de riscos para a inflação. Por um lado, diz o BC, o nível de ociosidade elevado pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. E houve uma elevação desse risco.
Leia Também
Horário de verão em 2025? Governo Lula toma decisão inapelável
Já o risco de uma eventual frustração com as reformas e ajustes afetando prêmios de risco e elevando a inflação, teve um “arrefecimento” na avaliação do colegiado.
Ainda de acordo com o BC, esse risco advindo de uma possível frustração com as reformas se intensifica em caso de deterioração do cenário externo para emergentes. Apesar das mudanças, o balanço de risco segue assimétrico, pois o BC coloca mais peso nos dois riscos que podem levar a inflação para cima.
Em análise publicada na manhã desta quarta-feira, apontamos que o elevado grau de ociosidade poderia abrir um debate sobre a eventual necessidade de novas reduções da Selic caso a inflação e atividade continuem apontando para baixo. O comunicado do próprio BC parece endossar essa discussão ou, ao menos, deve levar a uma convergência nas expectativas de Selic estável por mais tempo.
"Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", diz o comunicado.
O colegiado volta a se reunir nos dias 5 e 6 de fevereiro sob comando de Ilan, já que o processo de indicação, sabatina, votação no Senado e nomeação de Roberto Campos Neto, ainda deve estar em andamento. A depender da velocidade de todos esses trâmites, Campos Neto pode comandar o Copom de 19 e 20 de março de 2019.
Uma avaliação mais aprofundada sobre o balanço de riscos e sobre o que levou o Copom a deixar de falar em retirada de estímulo pode vir na ata dessa reunião, que sai na terça-feira, dia 18. Na quinta-feira, dia 20, será publicado o Relatório de Inflação e há coletiva de imprensa com Ilan e com o diretor de Política Econômica, Carlos Viana.
Política estimulativa
Para o BC, a conjuntura ainda prescreve juro real abaixo do juro neutro ou estrutural. É justamente essa discussão que pode se ampliar de agora em diante. A taxa real brasileira (juro nominal descontado da inflação projetada em 12 meses) está ao redor de 2,8%.
A taxa neutra é uma variável não observável, mas seria aquela taxa que promove o máximo de crescimento com inflação na meta. A última consulta feita pelo BC ao mercado mostrou estimativas entre 4% a 4,5%. No entanto, há avaliações de que essa taxa possa estar ainda menor, entre 2,5% a 3%, o que abria espaço para flexibilização adicional da Selic.
O que parece certo, nesse primeiro momento, é que as expectativas do mercado com relação à Selic podem seguir recuando, mostrando uma convergência para Selic em 6,5% por um longo período. A mediana do Focus apontava Selic em 8% em 2019 desde o começo do ano, mas já recuou para 7,5% nas últimas semanas.
Projeções
Na parte dedicada às projeções, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fecha este ano em 3,7%, vai a 4% em 2019, e marca, também, 4% em 2020, considerando Selic estável em 6,5% e câmbio constante de R$ 3,85. Na reunião de outubro, as projeções estavam em 4,4%, 4,2% e 4,1%, respectivamente, com câmbio a R$ 3,70.
Considerando as variáveis do boletim Focus, a inflação fica em 3,7% em 2018, vai a 3,9% em 2019 e chega a 3,6% em 2020. O exercício considera Selic de 6,5% neste ano, 7,5% em 2019 e 8% até o fim de 2020. O câmbio considerado é de R$ 3,78 neste ano e de R$ 3,80 em 2019 e 2020.
As metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) são de 4,5% neste ano, 4,25% em 2019, 4% em 2020 e 3,75% em 2021. A banda de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos para absorver eventuais choques de preço.
Ainda sobre o comportamento da inflação, o BC avalia que diversas medidas de inflação subjacente se encontram “em níveis apropriados ou confortáveis”, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Aqui, o BC nos diz que a tendência da inflação, medida pelos núcleos, não apresenta ameaça às metas, pois está condizente com elas.
Reformas e ajustes
O BC também volta a enfatizar que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é "essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia".
O Copom também ressalta que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes.
Atividade e cena externa
Na avaliação do Copom, os indicadores recentes da atividade econômica continuam evidenciando recuperação gradual da economia brasileira.
Já o cenário externo “permanece desafiador para economias emergentes”. E os principais riscos, na avaliação do BC, estão associados ao aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais, à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas (Estados Unidos) e a incertezas referentes ao comércio global (guerra comercial entre EUA e China).
Grupo SBF (SBFG3) está ‘subavaliado e ignorado’? Bradesco BBI vê potencial de 45% para a ação da dona da Centauro
Os analistas acreditam que os preços atuais não refletem a maior visibilidade do crescimento do lucro da empresa
Não é cidade nem campo: o lugar com maior taxa de ocupação de trabalhadores do Brasil é um paraíso litorâneo
Entre os 5.570 municípios do país, apenas um superou a taxa de ocupação 80% da população no Censo 2022. Veja onde fica esse paraíso.
CNH sem autoescola: Governo divulga o passo a passo para obter a habilitação
Governo detalha o novo passo a passo para tirar a CNH sem autoescola obrigatória: EAD liberado, instrutor credenciado e promessa de custo até 80% menor
Pix Automático: está no ar a funcionalidade que pretende tornar mais simples o pagamento das contas do mês
Nova funcionalidade do Pix, desenvolvido pelo Banco Central, torna o pagamento de contas recorrentes automático entre bancos diferentes
Ele foi internado em clínicas psiquiátricas e recebeu até eletrochoques, mas nada disso o impediu de chegar ao Nobel de Economia
Diagnosticado com esquizofrenia paranoide, o criador do “equilíbrio de Nash” superou o isolamento e voltou à razão para, enfim, receber o Nobel.
Agenda da semana tem reunião do FMI, IBC-Br no Brasil, Livro Bege e temporada de balanços nos EUA; confira os destaques dos próximos dias
Em meio à segunda semana de shutdown nos EUA, a agenda econômica também conta com o relatório mensal da Opep, balança comercial do Reino Unido, da Zona do Euro e da China, enquanto o Japão curte um feriado nacional
Ressaca pós-prêmio: loterias da Caixa voltam à cena hoje — e o maior prêmio da noite não está na Lotofácil nem na Quina
Quase todas as loterias da Caixa tiveram ganhadores em sorteios recentes. Com isso, o maior prêmio em jogo nesta segunda-feira está em uma modalidade que não costuma ganhar os holofotes.
Como as brigas de Trump fizeram o Brasil virar uma superpotência da soja, segundo a Economist
Enquanto os produtores de soja nos Estados Unidos estão “miseráveis”, com a China se recusando a comprar deles devido às tarifas de Trump, os agricultores brasileiros estão eufóricos
‘Marota’, contraditória e catastrófica: o que o ex-BC Arminio Fraga acha da política de isenção de IR para alguns investimentos
Em artigo publicado no jornal “O Globo” deste domingo (12), o economista defende o fim do benefício fiscal para títulos como LCI, LCA e debêntures
Município com mais ricos, BlueBank à venda e FII do mês: o que bombou no Seu Dinheiro na semana
Veja quais foram as matérias de maior audiência na última semana
Mega-Sena acumula, mas Espírito Santo ganha novos milionários com a +Milionária e a Lotofácil; confira os resultados
Duas apostas iguais feitas na pequena Santa Maria de Jetiba, cidade de pouco mais de 40 mil habitantes no interior do Espírito Santo, levaram mais de R$ 86 milhões cada uma
Será que é hoje? Mega-Sena tem prêmio estimado em R$ 27 milhões neste sábado (11), mas outros sorteios podem pagar ainda mais
Apostadores também têm outras chances de ficarem milionários com os sorteios de hoje; apostas estão abertas até as 19h nas lotéricas, no site e também no aplicativo Loterias Caixa
Felizardo do Rio de Janeiro acerta cinco dezenas da Quina e leva R$ 33 milhões para casa; veja outros resultados dos últimos sorteios
Também tem milionário novo no pedação em São José dos Pinhais, no Paraná, onde um apostador acertou as dezenas da Dupla Sena
Esse paraíso dos ricos e bilionários já pertenceu ao Brasil e está mais próximo do que você pensa
O país vizinho ao Brasil combina incentivos fiscais e qualidade de vida, atraindo cada vez mais bilionários.
Hora de comprar uma casa própria? Caixa voltará a financiar 80% do valor dos imóveis
Antes do anúncio do novo modelo de crédito imobiliário, limite de financiamento era 70%
Mais crédito imobiliário à vista: Governo lança novo modelo de financiamento para famílias com renda acima de R$ 12 mil
Projeto muda regras da poupança que “travavam” parte dos depósitos no Banco Central e deve liberar mais recursos para o financiamento imobiliário
Como um dos maiores pacifistas de todos os tempos tornou-se a grande omissão da história do Nobel da Paz
O líder da não-violência e da resistência pacífica foi indicado cinco vezes ao Nobel da Paz, mas o comitê hesitou
Loterias acumuladas: Mega-Sena, Lotofácil e Quina deixam apostadores a ver navios, mas inflam prêmios
Acumulada há 14 concursos, a Quina ainda está pagando mais do que a Mega-Sena; Lotofácil não paga prêmio principal pela primeira vez em outubro; veja também as loterias programadas para hoje
Brasil x Coreia do Sul: Onde assistir e horário
Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Coreia do Sul, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026
Não está em SP nem no Rio: Município com maior concentração de ricos do Brasil tem renda superior a R$ 6 mil
Cidade mineira conta com a maior concentração de ricos do país e lidera o ranking de municípios com as maiores rendas do Brasil; veja o que impulsiona a economia da cidade