BRF, Hering e Natura divulgam os resultados de 2019; veja o que esperar
Ao menos outras cinco companhias com ações no Ibovespa apresentam balanço do quarto trimestre — e fecham os números do ano; resultados devem ajudar a movimentar a bolsa
A temporada de balanços mais uma vez agita o mercado financeiro local. Após a semana tensa com os temores de disseminação global do coronavírus, a atenção dos investidores deve ser dividida com a divulgação dos resultados de oito companhias cujas ações fazem parte do Ibovespa.
Entre os destaques dos próximos dias estão BRF (dia 3), Hering (5) e Natura (também no dia 5). Veja o calendário de toda a semana abaixo:

Terça-feira é dia de BRF — e a empresa dona das marcas Sadia e Perdigão deve apresentar bons números. Depois de um prejuízo de mais de R$ 4 bilhões em 2018, o ano passado deve registrar lucro recorrente de R$ 798,3 milhões, segundo projeções dos analistas compiladas pela Bloomberg.
Em 2019, a processadora de alimentos, assim como todo o setor frigorífico, foi beneficiada pelo surto de febre suína na China — que desencadeou um aumento de demanda de carne do Brasil. Como exportadora, a BRF ainda foi beneficiada pela alta do dólar. Quem já detinha as ações no início de 2019 foi premiado com uma valorização de cerca de 40%.
Também entra na conta da recuperação da companhia a reestruturação pela qual passou a partir do segundo semestre de 2018, depois de várias trocas de comando, cortes de emprego e o escândalo da Operação Carne Fraca (deflagrada pela Polícia Federal em 2017, acusando frigoríficos de adulteração de carnes).
Além do lucro e receita, números que indicam a dívida da empresa devem pesar na reação do mercado ao balanço. O indicador de alavancagem medido pela relação entre a dívida líquida e Ebitda tem sido alto nos últimos anos para a empresa.
Leia Também
Estimativas para BRF em 2019
- Lucro líquido: R$ 798,357 milhões (ante prejuízo de R$ 4 bilhões)
- Receita líquida: R$ 33,521 bilhões (↑11,2%)
- Ebitda: R$ 4,960 bilhões (↑89,60%)
Breve otimismo e decepção
Outra a divulgar resultados nesta semana, a Hering enfrenta desconfiança do investidor. A varejista passou por uma reestruturação em 2018 que trouxe fraqueza nos resultados e pouca visibilidade em relação ao futuro.
Parecia que o cenário mudaria no ano passado: no terceiro trimestre a empresa divulgou um aumento de lucro, melhora na eficiência operacional e nas métricas de vendas nas mesmas lojas (SSS). O desempenho fez com que os papéis da companhia começassem a ter um volume de negociações maior — o que culminou na entrada das ações na carteira do Ibovespa.
Mas durou pouco a empolgação com a varejista. Em 21 de janeiro, a Hering adiantou que, no quarto trimestre, houve queda de 5,2% na receita bruta, recuo de 4% na vendas mesmas lojas, entre outros indicadores fracos. A quebra de expectativa fez as ações despencarem 12% naquele dia. Neste ano, o recuo já é de 30%.
O desempenho na reta final do ano não deve alterar em muito a linha final do balanço, se comparado com o ano de 2018. O ponto é que, com o quarto trimestre, uma trajetória de recuperação deve ser interrompida — deixando os investidores desconfiados. A Hering apresentará uma queda de 4,9% no lucro líquido recorrente em 2009, chegando a R$ 227,8 milhões, de acordo com os dados da Bloomberg.
Estimativas para Hering em 2019
- Lucro líquido: R$ 227,846 milhões (↓4,89%)
- Receita líquida: R$ 1,602 bilhão
- Ebitda: R$ 269,846 milhões
Uma nova empresa
Por último, a Natura — agora, Natura & Co — também merece destaque porque 2019 foi emblemático para a companhia. No ano em que completou 15 anos de capital aberto na bolsa brasileira, a empresa fechou a aquisição da norte-americana e antiga rival Avon.
Anunciada em maio, novidade está no tamanho da negociação, já que juntas elas terão faturamento superior US$ 10 bilhões, mais de 40 mil colaboradores e presença em cem países. Nos últimos anos, a Natura já havia abocanhado a britânica The Body Shop e a a australiana Aesop.
Para os analistas do BTG Pactual, existem muitos desafios para a Natura & Co na reestruturação da The Body Shop, ao passo que é preciso também "reerguer" a Avon, que perdeu participação no mercado na última década. O banco possui recomendação neutra para os papéis.
De todo modo, o ano em que a Natura trabalhava para mesclar as operações com a Avon deve ser de lucro um pouco abaixo de 2018, pelo critério ajustado. A ver o que a empresa espera fazer neste ano, a partir dos resultados de 2019 a serem apresentados.
Estimativas para Natura & Co em 2019
- Lucro líquido: R$ 530,700 milhões (↓7,3%)
- Receita líquida: R$ 2,072 bilhões (↑8.80%)
- Ebitda: R$ 14,440 bilhões (↑7,79%)
Veja a estimativa de resultados de lucro líquido ajustado para as empresas do Ibovespa que divulgam balanço nesta semana, segundo a Bloomberg:

O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
MRV (MRVE3) entra no grupo de construtoras que vale a pena comprar, mas a preferida do JP Morgan é outra
Banco norte-americano vê espaço para uma valorização de até 60% nas ações do setor com juros menores e cenário político mais favorável em 2026
Ação acusa XP de falhas na venda de COEs como o da Ambipar (AMBP3) e pede R$ 100 milhões na Justiça
Após perdas bilionárias com COEs da Ambipar, associações acusam a corretora de erros recorrentes na venda de produtos ligados à dívida de grandes empresas no exterior
Ações da Oncoclínicas (ONCO3) na mão de Vorcaro vão parar no Banco de Brasília. O acordo para trocar os CDBs do Master subiu no telhado?
Com a transferência das cotas de fundos do Master para o BRB, investidores questionam o que acontece com o acordo da Oncoclínicas para recuperar o investimento em papéis do Master
Orizon (ORVR3) compra Vital e cria negócio de R$ 3 bilhões em receita: o que está por trás da operação e como fica o acionista
Negócio amplia a escala da companhia, muda a composição acionária e não garante direito de recesso a acionistas dissidentes
Maior rede de hospitais privados pagará R$ 8,12 bilhões em proventos; hora de investir na Rede D’Or (RDOR3)?
Para analista, a Rede D’Or é um dos grandes destaques da “mini temporada de dividendos extraordinários”
Fim da especulação: Brava Energia (BRAV3) e Eneva (ENEV3) negam rumores sobre negociação de ativos
Após rumores de venda de ativos de E&P avaliados em US$ 450 milhões, companhias desmentem qualquer transação em curso
Virada à vista na Oncoclínicas (ONCO3): acionistas querem mudanças no conselho em meio à crise
Após pedido da Latache, Oncoclínicas convoca assembleia que pode destituir todo o conselho. Veja a proposta dos acionistas
