Tesouro Direto e títulos isentos de IR: Itaú BBA recomenda renda fixa para fevereiro, e retorno líquido chega a 8,50% a.a. + IPCA
Banco recomenda pós-fixados e indexados à inflação, mas vê oportunidade até mesmo em prefixados com prazos até três anos

Os títulos de renda fixa disponíveis no mercado atualmente embutem previsões de inflação acima do projetado pelo Itaú BBA. Com isso, a seleção de ativos do banco para fevereiro inclui papéis prefixados e indexados à inflação com taxas gordas.
Na visão dos analistas Lucas Queiroz, Paula Toute, Clara Lustosa e Arthur Almeida Neto, os títulos pós-fixados — aqueles indexados à Selic ou ao CDI — continuarão com rentabilidade elevada em meio ao ciclo de alta da taxa básica de juros, sendo os melhores instrumentos para investidores com horizonte de investimento inferior a dois anos.
Porém, há oportunidades para quem tem objetivos de prazos mais longos nos títulos indexados à inflação, e até mesmo nos prefixados, que vêm sendo preteridos na maior parte das recomendações, dado o risco de a inflação escapar para cima.
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Segundo o Itaú BBA, os investidores continuam a embutir nos títulos prefixados uma inflação ao redor de 7,5% para um ano à frente e 6,5% ao ano ao longo dos próximos cinco anos.
Para o banco, entretanto, o IPCA em 2025 deve ficar em 5,8%, recuando para 4,5% em 2026, taxas bem inferiores às que vêm sendo precificadas nos prefixados, o que indica que há certa "gordura para queimar" — ou seja, há espaço para as remunerações dos títulos caírem e eles, consequentemente, se valorizarem.
Assim, o Itaú BBA vê com bons olhos títulos prefixados com prazo de até três anos.
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Já entre os papéis atrelados à inflação, a recomendação foca-se nos papéis mais longos, com prazos a partir de cinco anos.
"Projetamos arrefecimento da economia à frente, possibilitando recuo da Selic ao longo de 2026. Além disso, projetamos inflação abaixo dos níveis precificados no mercado", observam os analistas.
As escolhas do Itaú BBA no Tesouro Direto
Assim, entre os títulos públicos, o Itaú BBA recomenda as seguintes compras no Tesouro Direto:
- Tesouro Selic 2028: os juros elevados devem manter a rentabilidade dos pós-fixados atrativa tanto em termos reais (acima da inflação) quanto nominais ao menos até o fim de 2026. O papel cumpre a função de prover liquidez à carteira, amortecer a volatilidade e continuar a rentabilizar o capital acima da taxa de inflação.
- Tesouro Prefixado 2028: a precificação de que a Selic superará 15% ao ano em 2025, se mantendo acima de 14,5% ao ano nos anos seguintes gera atratividade aos prefixados de vencimentos próximos a três anos, dado que o banco acredita numa trajetória mais branda para a taxa básica de juros a partir de 2026. Com retorno de 14,91% ao ano para quem o adquirir na tarde desta quarta-feira (12), o papel com vencimento em 2028 é recomendado para quem tem horizonte de investimento superior a dois anos.
- Tesouro IPCA+ 2040: embora seja esperada continuidade do cenário de Selic elevada nos próximos trimestres, em horizontes mais longos o retorno dos títulos pós-fixados deve convergir para o nível de equilíbrio ao redor de 5,0% ao ano acima da inflação, patamar inferior ao oferecido pelos títulos indexados ao IPCA de prazos equivalentes, dizem os analistas. Hoje, o Tesouro IPCA+ 2040 remunera 7,37% ao ano + IPCA para quem o levar ao vencimento.
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Crédito privado: a seleção de títulos isentos de imposto de renda
Entre os títulos de renda fixa privada incentivados, isto é, isentos de imposto de renda, o Itaú BBA selecionou três papéis para os investidores em geral, sendo dois Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e uma debênture incentivada de infraestrutura.
Uma delas, emitida pela Rio+ Saneamento, tem o maior retorno no vencimento (mas também o maior prazo) dentre os títulos indicados, 8,50% ao ano + IPCA, isento de imposto de renda.
Já os investidores qualificados — que possuem a partir de R$ 1 milhão em aplicações financeiras —, contam com mais cinco recomendações isentas, sendo um CRA, quatro debêntures incentivadas e um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI).
Confira as indicações:
Público geral
Título | Retorno anual* | Vencimento | Rating médio |
CRA Atacadão/Carrefour Brasil (CRA022008SZ) | IPCA + 7,20% | 16/08/2027 | AAA |
CRA BRF (CRA0240066K) | IPCA + 7,60% | 15/06/2034 | AAA |
Debênture Rio+ Saneamento (SABP12) | IPCA + 8,50% | 15/11/2043 | AAA |
Fonte: Itaú BBA
O Carrefour Brasil é considerado um emissor com sólida capacidade de geração de caixa pelo Itaú BBA, apesar da alavancagem acima dos patamares desejáveis. Combinada às iniciativas de eficiência e otimização do portfólio, tal capacidade deve contribuir para a sua gradual desalavancagem, acreditam os analistas.
Já a BRF apresenta sólido perfil de crédito, suportado por baixo endividamento, robusta posição de caixa e melhora na eficiência operacional. "A companhia endereçou os principais pontos de atenção na sua história de crédito, que eram a estrutura de capital excessivamente alavancada e as despesas financeiras que consumiam parte importante da sua geração de caixa", diz o banco.
Finalmente, a Rio+ Saneamento — consórcio que venceu a concessão do Bloco 03 do leilão de privatização da Cedae, empresa de saneamento do Rio de Janeiro — tem um perfil de dívida alongado, apesar do amplo plano de investimentos que precisa executar. Além disso, opera em um setor essencial, que costuma ser resiliente ao longo dos ciclos econômicos, dizem os analistas.
Investidor qualificado
Título | Retorno anual* | Vencimento | Rating médio |
CRA BRF (CRA020002GZ) | IPCA + 7,60% | 15/07/2027 | AAA |
CRI Grupo Mateus (22C1362141) | IPCA + 7,70% | 15/04/2034 | AAA |
Debênture Intervias (IVIAA0) | IPCA + 8,00% | 15/05/2038 | AAA |
Debênture Águas do Rio (RIS412) | IPCA + 8,20% | 15/01/2034 | AA+ |
Debênture Águas do Rio (RIS422) | IPCA + 8,40% | 15/01/2042 | AA+ |
Fonte: Itaú BBA
Sobre o Grupo Mateus, o Itaú BBA avalia que a companhia apresenta sólido perfil de crédito, com boa geração de caixa operacional (suficiente para financiar boa parte dos seus investimentos em expansão) e posição robusta de liquidez.
Também avaliado como sólido é o perfil de crédito da Intervias, concessionária que opera 380,3km de trechos de rodovias na região centro-norte do estado de São Paulo, importante corredor de escoamento de produtos agrícolas e importação de produtos industrializados. Na visão dos analistas, a empresa opera com elevadas margens, robusta geração de caixa e perfil de dívida alongado.
Finalmente, a Águas do Rio, que opera as concessões responsáveis pelo saneamento de 27 municípios do estado do Rio de Janeiro, tem apresentado, na visão do Itaú BBA, uma forte melhora em seus resultados operacionais, apesar do extenso plano de investimentos, que deve pressionar a alavancagem da companhia. Isso, combinado com a resiliência do setor e a dívida alongada da empresa, fortalece o perfil de crédito da emissora.
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