Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) divulgou, na noite da última segunda-feira (5), os resultados do último trimestre — e os números parecem ter desagradado o mercado. A divulgação aconteceu logo após a assembleia geral extraordinária (AGE) que destituiu o conselho da companhia e elegeu novos membros, incluindo o investidor Rafael Ferri.
Nesta terça-feira (6), os papéis fecharam em queda de 21% na bolsa. Ao longo do pregão as ações chegaram a cair quase 30%.
Confira abaixo os números do Pão de Açúcar no 1T25:
| Indicador | 1T25 | 4T24 | 1T24 | Variação vs 1T24 | Variação vs 4T24 |
| Receita Líquida | R$ 4,8 bi | R$ 5,15 bi | R$ 4,62 bi | +3,9% | -6,8% |
| Lucro Bruto | R$ 1,265 bi | R$ 1,417 bi | R$ 1,107 bi | +14,3% | -10,7% |
| Margem Bruta | 27,6% | 27,2% | 23,8% | +3,8 p.p. | +0,4 p.p. |
| EBITDA Ajustado | R$ 409 mi | R$ 498 mi | R$ 372 mi | +9,9% | -17,9% |
| Margem EBITDA Ajustado | 8,6% | 9,5% | 8,1% | +0,5 p.p. | -0,9 p.p. |
| Prejuízo Líquido (Operações Continuadas) | -R$ 93 mi | -R$ 211 mi | -R$ 407 mi | -77,2% | -55,9% |
| Dívida Líquida | R$ 2,401 bi | R$ 1,900 bi | R$ 1,720 bi | +39,6% | +26,4% |
| Alavancagem (Dívida Líquida / EBITDA) | 2,8x | 3,8x | 3,0x | -0,2x | -1,0x |
O que desagradou o mercado no balanço do Pão de Açúcar?
Na visão do Itaú BBA, a empresa mantém um dos modelos de negócio mais resilientes do mercado, mas alguns pontos geram preocupação — principalmente por causa do cenário macroeconômico turbulento e juros elevados.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Bradesco, PRIO, Itaú Unibanco, Ambev e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
O resultado financeiro líquido piorou na base anual. Mesmo com um efeito fiscal não recorrente, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 281 milhões — acima da expectativa do banco, de R$ 206 milhões.
O BBA reconhece os efeitos positivos dos esforços de reestruturação da empresa, mas destaca que a alavancagem preocupa. De acordo com o Itaú BBA, o GPA consumiu R$ 1,6 bilhão em caixa no trimestre.
Leia Também
A dívida líquida ajustada foi de R$ 4,75 bilhões, resultando em uma alavancagem de 5,7x ND/Ebitda nos últimos três meses — indicador que mostra quantos anos, mantendo a geração de caixa atual, a empresa levaria para pagar as dívidas — ante 3,8x no trimestre anterior e 4,2x no mesmo período de 2024.
A recomendação para as ações se mantém neutra.
“Em nossa visão, o GPA segue focado em melhorar a rentabilidade enquanto gerencia pressões não operacionais, que continuam afetando o resultado final — o que sustenta nossa recomendação de desempenho em linha com o mercado: neutra por ora”, escrevem os analistas.
O BTG Pactual segue na mesma linha, ao destacar preocupação com o endividamento — apesar dos esforços de turnaround.
“Apesar da melhora operacional nos últimos trimestres (e de superar levemente nossas projeções), além da implementação de iniciativas para fortalecer margens e geração de caixa, ainda vemos o GPA como uma opção mais arriscada entre os varejistas de alimentos”, escrevem os analistas do banco.
A recomendação para as ações também é neutra.
O que mais afeta as ações PCAR3 hoje?
A queda fortíssima das ações também refletem a destituição do conselho de administração da empresa na véspera, em assembleia geral extraordinária (AGE) convocada por um fundo ligado ao empresário Nelson Tanure, que também queria indicar três nomes no comando da empresa.
No entanto, Tanure só conseguiu emplacar o de Sebastián Los, já que Pedro Borba e Rodrigo Tostes, acabaram retirando suas candidaturas antes da votação.
Assim, de acordo com informações do Broadcast, o empresário estaria desfazendo sua posição na companhia. Estima-se que, considerando toda a posição em derivativos e a participação de 5,7% nas ações do GPA, o fundo Trustee DTVM (controlada por Tanure) possua cerca de 10% da empresa.
Rafael Ferri e outros novos conselheiros vão ajudar na reestruturação?
Na conferência com os analistas após o resultado nesta terça-feira (6), o CEO do Pão de Açúcar, Marcelo Pimentel, disse que o novo conselho de administração, eleito em assembleia na véspera, vai ajudar a empresa a se manter no caminho da recuperação de seus resultados.
"O currículo do novo conselho nos dá alta segurança de que temos pessoas para nos apoiar nesse processo", afirmou Pimentel.
Cabe lembrar que o conselho foi eleito na última segunda-feira (5), e o nome mais votado pelos acionistas foi o do investidor Rafael Ferri, que garantiu uma das nove cadeiras no comando da empresa após obter 320,8 milhões de votos na Assembleia Geral Extraordinária (AGE).
Nesta reportagem, você confere mais detalhes sobre a mudança no alto escalão do GPA.
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
