Por que o desempenho operacional sólido da Vale (VALE3) não faz as ações dispararem — e o que esperar do balanço do 2T25
Na noite anterior, a companhia informou que a produção de minério de ferro no segundo trimestre deste ano aumentou 3,7% em termos anuais e 23,6% na comparação trimestral
Mesmo com números operacionais sólidos, as ações da Vale (VALE3) começaram a quarta-feira (23) em baixa, acompanhando o recuo do minério de ferro em Dalian (-0,61%). Os papéis até ensaiam uma recuperação, na esteira dos ganhos do Ibovespa, mas não deslancham.
Por volta de 12h20, as ações VALE3 subiam 0,05%, cotadas a R$ 57,54. No mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira avançava 0,92%, aos 135.274,91 pontos.
Na noite anterior, a Vale informou que a produção de minério de ferro no segundo trimestre deste ano aumentou 3,7% em relação ao mesmo período de 2024, alcançando 83,599 milhões de toneladas métricas (Mt). Na comparação com o trimestre anterior, a produção de minério também subiu (+23,6%).
- LEIA TAMBÉM: Onde investir nesta temporada de balanços? O Seu Dinheiro quer disponibilizar para você recomendações sobre quais empresas investir de forma prática e gratuita.
Os preços, no entanto, continuaram em queda. O valor dos finos de minério de ferro praticado pela Vale no período caiu 13,3% entre abril e junho em termos anuais, para US$ 85,10 por tonelada. Na comparação trimestral, a baixa foi menor, de 6,3%.
A Vale na visão do mercado
O desempenho da Vale no segundo trimestre — que você pode conferir em detalhes aqui — está sendo bem avaliado.
O BTG Pactual, por exemplo, diz que a produção de minério de ferro no segundo trimestre superou ligeiramente (em 2%) as expectativas do banco, e mostrou uma recuperação sazonal em relação ao primeiro trimestre.
Leia Também
Os analistas avaliam que o movimento coloca a mineradora no caminho certo para cumprir a projeção anual de 325 milhões a 335 milhões de toneladas.
"Os volumes também aumentaram na comparação anual, principalmente impulsionados pelo desempenho mais forte em Brucutu e S11D. Ainda assim, em linha com a estratégia de otimização de portfólio da Vale — favorecendo produtos de médio teor —, os embarques de minério de ferro caíram 3% em relação ao mesmo período do ano passado", escrevem os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
Sobre os preços praticados no período, o entendimento do BTG é de que eles foram afetados pelo minério de ferro mais barato e uma menor contribuição das pelotas.
"No geral, embora vejamos o foco da Vale na mistura de produtos — e a despriorização da produção de pelotas — como a decisão certa em um mercado volátil, isso também destaca como as condições de mercado para minérios de alta qualidade permanecem fracas", diz a dupla de analistas.
O Itaú BBA, por sua vez, destaca o sólido desempenho de volume na divisão de metais básicos.
“Os preços realizados na divisão de metais básicos estavam em linha com nossas expectativas, enquanto os volumes superaram. A empresa reportou volumes de vendas de cobre mais altos na comparação anual, o que, juntamente com o aumento das receitas de subprodutos, provavelmente impulsionará os resultados na divisão de cobre para o trimestre”, afirma Daniel Sasson.
Para o analista, o segundo trimestre de 2025 da Vale foi marcado pelo acúmulo de estoques e um foco contínuo em produtos de médio teor.
“As vendas totais de minério de ferro ficaram 1% acima de nossas expectativas, mas com uma composição mais fraca devido às menores vendas de pelotas. Os preços dos finos ficaram ligeiramente acima de nossas expectativas, enquanto os preços das pelotas ficaram ligeiramente abaixo”, acrescentou.
Para o Citi, os dados de produção e vendas da Vale referentes ao segundo trimestre são sólidos e reforçam o fato de que a mineradora está no "caminho certo", segundo os analistas Alexander Hacking, Gabriel Barra e Stefan Weskott, considerando que não houve alterações nas projeções.
- LEIA TAMBÉM: Analistas da Empiricus Research estão disponibilizando gratuitamente uma carteira para buscar gerar renda passiva com investimentos; acesse já
O que esperar do balanço da Vale
A Vale apresenta os resultados financeiros do segundo trimestre no próximo dia 31, após o fechamento do mercado, e o relatório operacional é considerado uma prévia do que a mineradora vai apresentar neste dia.
Por isso, o Itaú BBA avalia estar confortável com a estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 3,2 bilhões no segundo trimestre de 2025 da Vale.
O BBA manteve a recomendação de compra para os papéis da Vale negociados em Nova York, com preço-alvo de US$ 13.
Já o Citi diz que, com base na produção e nas vendas da Vale entre abril e junho, o Ebitda da mineradora deve variar menos de 1% no período. O banco tem recomendação de compra para as ações da Vale em Nova York, com preço-alvo de US$ 12.
Para Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o relatório operacional da Vale não trouxe grandes surpresas e não deve se traduzir em um gatilho para os papéis, especialmente diante do contexto desafiador de consumo de aço na China.
“Por outro lado, os números foram sólidos e, ao negociar por 4x Ebitda e 8% de dividend yield, já vemos muito pessimismo embutido nos preços”, disse Hungria, acrescentando que a Vale segue no portfólio da série Vacas Leiteiras da Empiricus.
O BTG, por sua vez, se manteve neutro em Vale, com preço-alvo de US$ 11 para 12 meses.
O banco reconhece que as ações da Vale têm apresentado bom desempenho, impulsionadas por notícias positivas, principalmente da China, mas o rali é mais especulativo do que fundamental.
“Dito isso, reconhecemos os desenvolvimentos positivos na microanálise da Vale, como a melhora na entrega da produção/estabilidade do minério de ferro, custos de caixa C1 mais baixos, desenvolvimentos positivos em relação à Samarco e melhorias institucionais. No entanto, optamos por aguardar por maior clareza sobre o ambiente top-down mais amplo antes de realizar quaisquer mudanças significativas”, dizem os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas