Petrobras (PETR4) avalia voltar ao mercado de venda de combustíveis para conter preços ao consumidor, mas há pedras no caminho
A proposta buscaria resolver a insatisfação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao preço dos combustíveis
Quatro anos após a Petrobras (PETR4) ter saído do varejo de combustíveis com a privatização da BR Distribuidora, a estatal quer voltar ao segmento. Segundo apuração do Broadcast, o Conselho de Administração da companhia deve avaliar se incluirá o retorno no Plano de Negócios 2026-2030.
A proposta buscaria resolver a insatisfação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao preço dos combustíveis. Isso porque, apesar de a Petrobras ter reduzido o preço da gasolina em 5,6% no início de junho, os postos de abastecimento praticamente não repassaram a queda, de acordo com pesquisas.
Porém, segundo pessoas a par do assunto, a intenção não seria o controle de preços, e sim garantir que não haverá contenção dos cortes no valor que chega ao consumidor final.
Além disso, as fontes afirmam que a Petrobras cogita voltar ao varejo de combustíveis por meio de um projeto greenfield — ou seja, começando do zero, como foi há décadas com a criação da BR Distribuidora.
- E-BOOK GRATUITO: O evento “Onde Investir no 2º Semestre” reuniu as melhores apostas para a segunda metade de 2025 — baixe o resumo com todos os destaques
Uma pedra no caminho para os planos da Petrobras
O retorno da Petrobras para o varejo de combustíveis enfrenta um obstáculo contratual com a empresa Vibra Energia (VBBR3) — e tem tudo a ver com a venda da BR Distribuidora.
O processo de privatização da subsidiária da Petrobras teve início ainda no governo de Michel Temer, em 2017, e foi finalizado em 2021, já no governo de Jair Bolsonaro, culminando na venda da BR Distribuidora.
Leia Também
Com o fim do processo, a empresa ganhou o nome de Vibra Energia, com o direito de usar a marca Petrobras nos postos por um período.
Além disso, o acordo também contém uma cláusula de não concorrência entre a Petrobras e a Vibra, o que impediria o retorno da petroleira ao setor de varejo.
O contrato vence em 2029 e não deve ser renovado.
- LEIA TAMBÉM: Quer se atualizar do que está rolando no mercado? O Seu Dinheiro liberou como cortesia uma curadoria das notícias mais quentes; veja aqui
Não é só a Vibra: o mercado não gostou do anúncio
O possível retorno da Petrobras ao mercado de varejo de combustíveis é visto como negativo tanto do ponto de vista de negócios quanto do de governança, segundo analistas.
A avaliação é que a estatal deve concentrar esforços em exploração e produção de petróleo, como faz na Bacia de Santos. Além disso, concorrentes como Ultrapar, Cosan e até mesmo a Vibra já têm presença relevante, dado o tamanho do mercado.
Rodrigo Glatt, sócio da GTI Administração de Recursos, destaca que, ainda que a estatal seja um nome “de peso”, a Petrobras demoraria para ter uma relevância no setor.
“Para montar uma rede como a da Ultrapar, da Ipiranga ou da Cosan, com a Shell, leva-se muito tempo, e o mercado já está ocupado. A saída seria desenvolver novos postos ou comprar redes pequenas de bandeira branca, o que exigiria muito trabalho e levaria tempo para a Petrobras se tornar relevante”, afirma.
Além disso, ele avalia que o negócio seria menos rentável do que os já existentes. “É um business de capital intensivo e de retornos muito mais baixos do que os investimentos que ela tem em exploração de petróleo, que é onde ela devia focar”.
Ele não é o único a ter uma avaliação negativa do retorno da estatal ao segmento. A Ativa também enxerga que, no longo prazo, a medida é potencialmente destrutiva de valor tanto para a Petrobras, que deveria focar em Exploração e Produção (E&P), quanto para a Vibra.
“Ainda que a proposta possa gerar reação positiva de curto prazo nas ações da distribuidora, apoiada em dispositivos de proteção acionária, temos dúvidas quanto à capacidade de execução sob uma nova gestão Petrobras”, diz a casa.
Já para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a notícia sinaliza pressão negativa sobre o segmento de distribuição.
“Os postos ganham pela variação de preços ao longo do tempo, e os retornos já estão ruins porque a Petrobras não acompanha a cotação internacional. Se a estatal assumir postos, será ruim para todo o setor, ao criar distorção difícil de reverter”.
Ele também avalia que, mesmo que a ideia não seja a de controlar preços, o movimento reforça a percepção de maior intervenção estatal. “Acho que o passo seguinte ainda não foi dado porque as contas públicas estão deficitárias, e a Petrobras vem sendo a solução, ano após ano, por meio dos dividendos”, afirma.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo