Injeção de dinheiro bilionária na Cosan (CSAN3) não será usada para resolver os problemas com a Raízen (RAIZ4); ações tombam na B3
As ações da Cosan e da Raízen lideram as quedas do Ibovespa pela manhã após o anúncio de um aporte de até R$ 10 bilhões na holding de Rubens Ometto. Entenda os detalhes da transação

Nem um centavo da injeção de dinheiro bilionária na Cosan (CSAN3) será usado para ajudar no processo de desalavancagem da Raízen (RAIZ4), afirmou a administração da holding de Rubens Ometto, em teleconferência realizada nesta segunda-feira (22).
A Cosan anunciou na noite do último domingo um aporte de até R$ 10 bilhões junto à holding do BTG Pactual e à empresa de investimentos Perfin. A injeção no conglomerado se dará por meio de duas grandes ofertas de ações.
"Os recursos são totalmente alocados para fortalecer a estrutura de capital da Cosan. Não há previsão de utilização desses recursos para qualquer capitalização da Raízen", afirmou Rodrigo Araujo, diretor financeiro (CFO) do conglomerado.
Segundo Araujo, a operação que "traz uma série de novas características à companhia", com novos sócios de peso, um acordo de acionistas de longo prazo e mudanças relevantes na governança da Cosan.
"A transação é considerável e bastante relevante no processo de desalavancagem da companhia. O futuro de crescimento da companhia acontecerá através do seu portfólio de negócios, pelo desenvolvimento dos negócios do grupo. E é claro que ter uma estrutura de capital mais saudável na holding habilita esse desenvolvimento dos negócios do portfólio de uma maneira muito mais efetiva e estratégica no futuro."
As ações da Cosan e da Raízen iniciaram o pregão desta segunda-feira em forte queda, liderando a ponta negativa do Ibovespa na abertura. Por volta das 11h15, CSAN3 tombava 21,20%, cotada aos R$ 5,91, em um aparente movimento de convergência ao valor proposto na capitalização. Já RAIZ4 recuava 9,30% no mesmo horário, a R$ 1,17.
Leia Também
.
A estrutura do aporte bilionário na Cosan (CSAN3)
Segundo o diretor financeiro da Cosan, a decisão de realizar uma capitalização junto ao BTG e à Perfin não foi um processo construído exclusivamente para trazer recursos para a companhia.
"Isso também é uma parte importante da equação, mas é um conjunto que envolve trazer recursos para a companhia, governança, sucessão e investidores com fit estratégico adequado de longo prazo", disse Araujo.
Nos termos da capitalização, a Aguassanta, veículo de investimentos de Rubens Ometto, seguirá como acionista controladora da Cosan (CSAN3), com participação equivalente a 50,01% das ações.
A capitalização se dará através de duas ofertas de ações (follow-ons). O primeiro terá uma oferta-base de R$ 7,25 bilhões, totalmente subscrita pelo Consórcio de Investidores e hot issue de até 25% do lote inicial, equivalente a R$ 1,81 bilhão, que será destinada apenas à atual base acionária.
Todo investidor que participar da transação receberá 50% das ações adquiridas na oferta com lock-up de dois anos. Ou seja, o acionista estará proibido de vender suas respectivas participações na empresa até 2027.
Já o consórcio de investidores concordou em adicionar dois anos à parte de suas ações sujeitas ao lock-up, que passará para quatro anos.
O consórcio propôs preço de R$ 5 por ação. Os critérios de alocação serão os acionistas nos 12 meses antes do anúncio, com o varejo com mínimo de 10% da oferta total.
Já o segundo follow-on também terá oferta base + hot issue: até R$ 2,75 bilhões, considerando o volume total captado na primeira oferta, com mesmo preço da primeira oferta e sem lock-up para os investidores.
Nesta etapa da capitalização, os investidores âncora não farão parte da segunda oferta
Como ficará a governança da holding de Rubens Ometto
A operação prevê um acordo de acionistas de 20 anos que possibilitará a estruturação de um processo de sucessão na Cosan (CSAN3).
"Resolver a questão da sucessão no tempo era urgente. Porque, na prática, o próprio Rubens, acionista controlador, sabe que com o tempo a gente precisa construir um modelo de perenidade, de sustentabilidade para a companhia e para os sócios. Nós colocamos condições [no acordo] que eram bastante importantes para que pudéssemos fazer uma sucessão organizada e estruturada no tempo", afirmou o presidente da Cosan, Marcelo Martins.
Na composição do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto ou outra pessoa apontada por ele permanecerá como presidente (chairman) por três mandatos, ou seja, até seis anos.
A Aguassanta terá direito de nomear cinco conselheiros para o colegiado, incluindo um independente, enquanto BTG Pactual e Perfin Infra poderão nomear quatro cadeiras, incluindo um independente.
O consórcio de investidores ainda terá o direito de indicar membros para os conselhos das subsidiárias da Cosan, com exceção da Edge, empresa de soluções de gás.
"Do ponto de vista do BTG, todo e qualquer investimento futuro nos ativos de rodovia, de ferrovia, nos ativos de lubrificantes ou, no caso da Compass, que tem a questão de distribuição de gás, todos esses investimentos sempre serão feitos nesses únicos veículos. Ou seja, não terão veículos competidores do nosso lado. A única potencial percepção de que poderia haver um conflito com a Eneva seria na Edge. Optamos por ficar fora do conselho, de modo que não criemos nenhum problema", disse Renato Mazzola, sócio do BTG Pactual.
O cronograma da transação
O acordo segue os seguintes passos a partir de agora:
- 21 de setembro: anúncio do negócio
- 23 de setembro: Convocação AGE (Dispensa da cláusula de poison pill para o Consórcio de Investidores e aprovação do aumento do capital autorizado)
- 23 de outubro: Instalação AGE + Lançamento da 1.ª Oferta (Início do processo de bookbuilding com alocação focada na base acionária, roadshow de 7 dias úteis e período de subscrição para investidores de varejo
- 3 de novembro: Precificação da primeira oferta (Processo de precificação e alocação)+ Lançamento da 2.ª Oferta: (Início do processo de bookbuilding com alocação discricionária e oferta prioritária Roadshow de 6 dias úteis.
- 11 de novembro: Precificação da segunda oferta (Processo de precificação e alocação)
*Com informações do Money Times.
FII CACR11 sofre reprecificação de R$ 60 milhões em CRIs, mas gestora garante solidez dos ativos e pagamento de dividendos
Gestora diz que reprecificação dos CRIs feita pelo Daycoval não afeta fundamentos dos ativos e garante dividendos do fundo CACR11
JHSF (JHSF3) mira R$ 4,6 bilhões com venda de imóveis de luxo e pode destravar preço das ações na Bolsa
Recursos da venda devem turbinar projetos futuros e trazer maior segurança financeira à empresa, com impacto positivo potencial nas ações
Adeus, Pão de Açúcar (PCAR3): por que o Casino quer se livrar da fatia na varejista e o que o impede de fazer isso logo
O grupo francês precisa vender sua participação para finalmente se concentrar nas operações em seu país — mas as coisas não são tão simples
Até onde pode ir o Banco Inter? CEO afirma que é possível triplicar de tamanho mesmo sem conquistar novos clientes
Em entrevista coletiva, o CEO Alexandre Riccio detalha os pilares da estratégia para a expansão do Banco Inter nos próximos anos
Ações do Nubank (NU) batem novos recordes de preço na bolsa de valores de NY; saiba de quanto foi a máxima histórica
Papéis negociados na NYSE atingiram novas máximas intradiária e de fechamento nesta sexta (19), acumulando quase 80% de alta desde o IPO em 2021
Qualicorp (QUAL3), Fleury (FLRY3) e Rede D’Or (RDOR3) saltam na bolsa brasileira após decisão do STF sobre lista de procedimentos da ANS
O julgamento na Suprema Corte alterou a Lei dos Planos de Saúde ao definir que o rol da agência regulatória é apenas exemplificativo e não taxativo
Vale (VALE3) conclui acordo de R$ 1 bilhão para criar joint venture na Aliança Energia
O negócio estipula que a mineradora deterá 30% de participação na parceria entre empresas, com a Global Infrastructure Partners ficando com a parcela restante
Braskem (BRKM5) queimou o caixa e a conta veio: S&P corta nota de crédito e mantém perspectiva negativa
A agência classificadora de risco afirma que as melhoras nos resultados não devem ser suficientes para reverter o prejuízo no curto prazo
Pão de Açúcar (PCAR3) nega capitalização milionária em prestação de contas à CVM — mas diz que há demissões no radar
A xerife dos mercados também pediu explicações sobre uma aceleração no enxugamento de custos na companhia
B3 (B3SA3) abocanha fatia da CRDC e ainda coloca R$ 402,5 milhões no bolso dos acionistas
Com a aquisição, a dona da bolsa brasileira amplia a atuação no segmento de registro de ativos — e com um parceiro de peso
Dividendos e JCP: Bradesco (BBDC4), Rede D’Or (RDOR3), B3 (B3SA3) e Lojas Renner (LREN3) vão distribuir mais de R$ 4 bilhões em proventos; confira os detalhes
Todas as empresas pagaram proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira as datas
Por que a Oncoclínicas (ONCO3) está atrás do terceiro aumento de capital desde 2023 — e os pontos polêmicos da proposta a que o investidor deveria estar atento
Depois de uma série de erros estratégicos, os problemas financeiros na Oncoclínicas foram se empilhando e, agora, a empresa propõe um novo aporte bilionário
Natura (NATU3): Por que o mercado está tão feliz com a venda da Avon Internacional por 1 libra e o que esperar das ações
A Natura irá se desfazer do braço internacional da Avon por uma libra, preço simbólico que enterra o sonho de se tornar uma gigante global, mas agrada o mercado
Dois fatores devem dar à Petrobras (PETR4) a combinação perfeita para dividendos adicionais e valorização da ação; veja quais são, segundo o BTG
Na visão do banco, a estatal tem uma assimetria positiva que justifica a visão fora do consenso — e que ainda não atingiu seu ápice
Intel (INTC34) recebe uma ‘forcinha’ bilionária da Nvidia (NVDC34) e ações disparam 30% nesta quinta-feira (18)
A empresa mais valiosa do mundo investirá US$ 5 bilhões na Intel para o desenvolvimento de infraestruturas ligadas à inteligência artificial
Robotáxi: como vai funcionar o serviço que estreia nos EUA em 2026 — e veja como ele já roda na China
Lyft e Waymo lançam robotáxis em Nashville; enquanto isso, a Baidu já roda com o Yichi 06 na China e pressiona a Tesla a tirar o Cybercab do papel
“Migração para a bolsa pode chegar a R$ 1 trilhão com melhora de juros e inflação”, diz CEO da B3
Em participação no AGF Day, Gilson Finkelsztain afirmou que esse volume é possível com a volta de institucionais locais e estrangeiros
Natura (NATU3) anuncia a tão esperada venda da Avon International — e vai receber 1 libra por ela
A empresa fechou na quarta-feira (17) um acordo vinculante para vender a holding dos negócios da Avon International; confira os detalhes do negócio
Por que essa empresa ‘queridinha’ de Luiz Barsi e em recuperação judicial quer engordar o capital em até R$ 1 bilhão
Essa companhia prevê uma capitalização por subscrição privada de ações, ao preço de emissão de R$ 1,37 por ação, e por conversão de dívidas
“Desinteresse dos jovens pela faculdade é papo de redes sociais, não realidade”, diz CEO da Cogna (COGN3), dona da Anhanguera e outras
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o CEO da Cogna, Roberto Valério, questina a narrativa de que a Geração Z estaria “largando a faculdade” e fala sobre o avanço da inteligência artificial no mercado de trabalho