Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O Grupo Toky (TOKY3) parece estar determinado a sair do buraco o mais rápido possível. Isso porque, no apagar das luzes de 2025, a companhia que controla a Tok&Stok e a Mobly anunciou um passo relevante em seu processo de reestruturação.
Em fato relevante divulgado nesta segunda-feira (29), a holding informou um acordo com fundos da SPX Private Equity para trocar parte das dívidas por ações e impor restrições temporárias à venda desses papéis na bolsa, em um movimento que já era bastante esperado pela empresa e marca avanço nas negociações com credores.
No centro da operação estão as debêntures conversíveis emitidas pelo grupo. O objetivo é reduzir o endividamento e ganhar fôlego financeiro, ainda que isso implique diluição dos acionistas.
O endividamento do Grupo Toky está concentrado, principalmente, em dois blocos de debêntures. O primeiro envolve as debêntures conversíveis da própria holding, no valor aproximado de R$ 153 milhões, hoje majoritariamente nas mãos de fundos ligados à SPX Private Equity, com destaque para o DFS FIP, principal credor.
O segundo bloco diz respeito às debêntures emitidas pela Tok&Stok, que seguem em renegociação e representam a etapa mais sensível ainda em aberto da reestruturação.
Cabe lembrar que a Toky já realizou uma capitalização envolvendo debêntures da Tok&Stok antes detidas pela Domus Aurea, operação que ajudou a diminuir o endividamento consolidado. No final do terceiro trimestre de 2025, antes desse acordo com a Domus, o endividamento bruto do Grupo Toky era de R$ 682,5 milhões.
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O acordo do Grupo Toky com a SPX
Pelo acordo, o DFS FIP, um dos principais credores da companhia, aceitou limitar a venda das debêntures no mercado: de um total aproximado de R$ 153 milhões, o fundo se comprometeu a não transferir a terceiros mais de R$ 60 milhões.
Na prática, isso significa que a maior parte dessa dívida ficará sob controle do próprio fundo e poderá ser convertida em ações, reduzindo o endividamento do Grupo Toky sem gerar uma dispersão desordenada dos títulos no mercado. No fato relevante, a empresa ainda destacou que parte desses títulos será transformada em ações.
Uma parcela poderá ser convertida ao preço médio de R$ 1 por ação, conforme previsto na escritura dos títulos, enquanto outra, referente à primeira série, será convertida pela própria companhia antes do fim de 2025 a cerca de R$ 10,50 por ação.
Em ambos os casos, o efeito prático é o mesmo: a dívida deixa de existir no balanço e é substituída por capital, por meio da emissão de novas ações.
Segundo a companhia, apenas com essa conversão o endividamento consolidado será reduzido em R$ 152 milhões, o que representa um desconto implícito de 55% em relação ao valor nominal estimado dos passivos.
Quando somado à capitalização concluída nesta mesma data — que envolveu a incorporação ao capital do grupo das debêntures da Tok&Stok antes detidas pela Domus Aurea —, o Grupo Toky afirma que encerrará 2025 com uma redução total superior a R$ 227 milhões em dívidas.
Mais detalhes do acordo
O DFS FIP também se comprometeu a não vender em mercado as ações que receber com a conversão até 31 de dezembro de 2025. Já os fundos FS FIP, TS FIP e Fundo Brasil aceitaram manter 70% das ações que já possuem fora do pregão.
Essas travas valem até 30 de abril de 2026 ou até a conclusão da reestruturação das debêntures da Tok&Stok, reforçando a tentativa de garantir maior estabilidade ao processo.
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