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Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Jornalista formada pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), em 2025 foi eleita como uma das 50 jornalistas mais admiradas da imprensa de Economia, Negócios e Finanças do Brasil. Já passou pela redação do TradeMap.

SUCESSÃO A CAMINHO

Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte

Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria

Camille Lima
Camille Lima
18 de dezembro de 2025
10:03 - atualizado às 9:47
Fachada da Oncoclínicas (ONCO3).
Fachada da Oncoclínicas (ONCO3). - Imagem: Divulgação

As mudanças na Oncoclínicas (ONCO3) estão longe de chegar ao fim. Depois de trimestres marcados por decisões estratégicas mal calibradas, sufoco financeiro e ações em queda livre, a rede de oncologia se prepara para uma reformulação profunda no comando da companhia. 

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Segundo apuração do Seu Dinheiro, a companhia trabalha com planos concretos para uma sucessão do CEO e passou a buscar, de forma ativa, executivos de fora do grupo para oxigenar o alto escalão. A empresa não se manifestou sobre o tema até o momento. 

Os planos preveem uma dança das cadeiras corporativas que inclui até a posição do fundador e atual presidente da Oncoclínicas, Bruno Ferrari. A expectativa é que ele deixe a posição executiva no dia a dia para assumir um papel mais estratégico no conselho de administração. 

A ideia é atender a uma demanda antiga dos acionistas: dar início a um novo ciclo de governança, que seja capaz de sustentar o processo de recuperação da empresa. 

Uma fontes próxima à companhia afirma que o processo de sucessão está “com certeza” nos planos e deve acontecer já no curto prazo, embora o nome do novo CEO ainda não esteja fechado e deva ser anunciado apenas nas próximas semanas. 

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A discussão, no entanto, não se limita ao cargo executivo. Todas as posições da alta diretoria estão na mira — ainda que nem todas resultem, necessariamente, em mudanças.  

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A prioridade inicial é trazer executivos de mercado, com experiência em reestruturações e gestão de crises. “Todas as posições na alta direção estão sendo discutidas. E a preferência, inicialmente, é por nomes de fora da empresa”, afirmou uma fonte de mercado próxima às conversas. 

De saída como CEO? O futuro do fundador na Oncoclínicas 

Fundada em 2010 pelo médico oncologista Bruno Ferrari, em Belo Horizonte, a Oncoclínicas cresceu rapidamente, ancorada em uma estratégia agressiva de aquisições e expansão.  

A ambição da alta gestão levou a companhia a se tornar um dos maiores grupos de oncologia da América Latina — e incluiu movimentos ousados, como a entrada no segmento hospitalar e parcerias agressivas com pagadores arriscados como a Unimed-Rio.  

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O problema é que parte dessa estratégia se mostrou equivocada e acabou levando à deterioração das finanças da empresa e a uma forte destruição de valor para o acionista. As ações ONCO3 acumulam perdas expressivas na bolsa, de 85% em relação à estreia na B3, em 2021. 

Agora, a Oncoclínicas tenta reverter o quadro com um plano estratégico focado em estancar a queima de caixa, reorganizar a operação e restaurar a confiança do mercado. Esse esforço incluiu um novo aumento de capital bilionário — o terceiro em apenas três anos — e iniciativas de desinvestimentos e renegociações para reduzir o endividamento e a recuperar geração de caixa. 

No auge da crise, gestores especializados em ativos estressados, como a Starboard Asset, tentaram uma intervenção mais dura. A proposta previa conversão de dívidas em ações, um aumento de capital de pelo menos R$ 800 milhões e mudanças profundas na governança, incluindo a saída do fundador do comando direto da empresa. 

Junto ao novo CEO, a Starboard também previa a contratação de um novo membro ao alto escalão: um diretor de reestruturação (CRO), que trabalharia ao lado do diretor financeiro (CFO) e deveria ser nomeado pela gestora. 

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A Oncoclínicas, porém, logo rejeitou a proposta. Como antecipado pelo Seu Dinheiro, a companhia não gostou dos termos apresentados. Para conter rumores que circulavam no mercado à época, a empresa reforçou publicamente que Bruno Ferrari permaneceria no comando. 

“A Oncoclínicas esclarece que não houve qualquer mudança em sua administração, que continua com o Bruno Lemos Ferrari como Diretor Presidente, e o Conselho de Administração da Companhia reitera seu apoio”, escreveu a empresa, em comunicado divulgado em setembro. 

Para o mercado, contudo, a avaliação foi bem menos reconfortante. Um gestor ouvido pelo Seu Dinheiro à época afirmou que a companhia vivia uma confusão operacional — e que a manutenção do fundador no cargo representava um mau negativo para investidores. 

“O Bruno Ferrari já não é mais consenso, nem no mercado de oncologia, nem no mercado financeiro. Ele perdeu a mão da operação. Manter o Bruno não é saudável. A companhia já perdeu o DNA do passado e vai precisar se reinventar”, disse o gestor. 

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Em entrevistas à imprensa especializada naquele período, Ferrari chegou a fazer uma espécie de mea-culpa. Ao NeoFeed, o executivo afirmou que a empresa havia feito “um desvio de rota que não funcionou”, mas garantiu que não deixaria o cargo após o aumento de capital. 

“Isso nunca foi ventilado. O conselho confiou em mim para liderar esse processo de volta às origens da companhia. Confiaram em mim, e eu vou entregar”, disse o fundador, no fim de setembro. 

A pressão dos acionistas e o próximo passo 

Na visão de pessoas envolvidas no processo, a reestruturação da governança da Oncoclínicas (ONCO3) é uma consequência direta do recente aumento de capital realizado na empresa. 

A injeção de recursos redesenhou o mapa acionário da companhia, diluindo investidores relevantes como Banco Master, Goldman Sachs e a gestora de private equity Centaurus. 

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Ao mesmo tempo, novos acionistas passaram a integrar o capital da empresa e estariam “muito interessados em contribuir com o futuro da empresa” e em participar ativamente no processo de recuperação da companhia.  

“Nada mais natural do que um conselho que seja consequência desse aumento de capital e que reflita a entrada de novos acionistas na estrutura da empresa”, disse um executivo próximo à operação.  

Segundo ele, o desempenho das ações ONCO3 na bolsa acabou funcionando como um termômetro implacável para a avaliação dos conselheiros que estão de saída ou não estão sendo reconduzidos. “O preço da ação se autoexplica”, resumiu.  

De acordo com informações reveladas ao Seu Dinheiro, a recente proposta de troca do conselho de administração é apenas a primeira etapa de um processo mais amplo de renovação da governança, desejado por parte relevante dos acionistas. 

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O objetivo final seria uma reformulação completa do alto escalão, incluindo a posição de CEO, hoje ocupada por Ferrari.  

No fim de novembro, um grupo de acionistas liderado pela gestora Latache — que detém cerca de 14% do capital da Oncoclínicas — solicitou formalmente a destituição dos atuais conselheiros e a eleição de uma nova chapa. Confira aqui os detalhes. 

Pelos termos apresentados, Ferrari deveria assumir, em um primeiro momento, a posição de presidente do conselho (chairman). Ainda assim, fontes ouvidas pela reportagem afirmam que o desenho final prevê o afastamento gradual do fundador da liderança direta da Oncoclínicas. 

Um gestor de crédito afirma que o movimento seria saudável para a companhia, desde o novo CEO fosse “alguém capaz, sem conflitos de interesse e com autonomia” para não apenas servir a um dos acionistas de referência. 

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Procurada pela reportagem, a Oncoclínicas não retornou o contato até o momento de publicação desta matéria. O espaço segue aberto. 

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