CVM inicia julgamento de ex-diretor do IRB (IRBR3) por rumor sobre investimento da Berkshire Hathaway
Processo surgiu a partir da divulgação da falsa informação de que empresa de Warren Buffett deteria participação na resseguradora após revelação de fraude no balanço
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) começou a julgar ex-diretores do IRB(Re) (IRBR3) em processo que inclui o caso da disseminação de informação falsa de que a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, deteria participação relevante na companhia.
O julgamento foi suspenso por pedido de vista do superintendente de Supervisão de Riscos Estratégicos da CVM, Luis Felipe Marques Lobianco, que participou substituindo a diretora Mariana Copola, que se declarou impedida.
O ex-diretor-presidente do IRB José Carlos Cardoso responde ao processo por liberalidade em pagamento a administradores por inobservância ao limite global de remuneração estabelecido em assembleia geral.
Ex-diretor vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores, Fernando Passos responde à mesma acusação e às demais formuladas pela área técnica da CVM.
A acusação da área técnica abrange divulgação seletiva de informações sigilosas e relevantes; divulgação de informação falsa ao mercado; inobservância do limite estabelecido pelo conselho de administração para recompra de ações; e liberalidade em pagamento a administradores por inobservância ao limite global de remuneração estabelecido em assembleia geral.
Antes de Lobianco pedir vistas do processo, o presidente interino, Otto Lobo, votou pela absolvição dos acusados. O diretor João Accioly optou por votar quando Lobianco tiver examinado o processo e elaborado seus argumentos.
Leia Também
Relembre o imbróglio do IRB
O processo sancionador surgiu a partir de um processo administrativo acerca da divulgação de informações pelo IRB sobre a renúncia e a eleição de membros da administração, que rodou a mídia em fevereiro de 2020.
Passou a incluir também outras notícias divulgadas posteriormente, como a aprovação de programa de recompra de ações e a divulgação da falsa informação de que Berkshire Hathaway deteria participação relevante no IRB.
A história se disseminou no dia 26 de fevereiro de 2020. A Berkshire desmentiu o ressegurador publicamente por meio de nota em 3 de março de 2020.
De acordo com as informações ventiladas no mercado, a Berkshire teria "triplicado" a posição que supostamente detinha no IRB.
A companhia de Buffett estaria aproveitando a queda de 30% das ações do ressegurador após a gestora Squadra ter publicado relatórios em que questionava as práticas contábeis da companhia — o primeiro sinal que precederia a descoberta de uma fraude financeira de centenas de milhões.
Há um ano, em dezembro de 2024, a CVM já condenou Fernando Passos ao pagamento de multa de R$ 20 milhões por manipulação de mercado pelo episódio do suposto investimento da Berkshire.
Pagamentos acima do teto
A área técnica da CVM argumentou ainda que foram feitos pagamentos a Fernando Passos, pelo IRB Participações, em valores que superavam o limite de remuneração global aprovado pela assembleia geral para a administração do IRB para o período de abril de 2019 a março de 2020.
Assim, Cardoso e Passos teriam se apropriado de competência exclusiva da assembleia geral e não foram autorizados pelo conselho de administração ou pela assembleia geral, o que consistiria em "liberalidade".
A defesa de Cardoso afirmou que o executivo ficou surpreso com a ata e questionou a legitimidade do documento, que baseia a acusação.
Alegou que a suposta assinatura de Cardoso na ata de assembleia geral — na qual constava o pagamento de bônus na venda de shopping centers — seria parte de "um conjunto de documentos adulterados e fraudados".
Lembrou ainda que o executivo não recebeu nada com o ocorrido. E culpou Passos pela irregularidades, sustentando que os pagamentos de bônus teriam ocorrido em meio a uma "grande fraude" comandada pelo executivo.
Procurado, o IRB não se manifestou até o fechamento desta nota. Cardoso não respondeu à tentativa de contato. Passos vai se manifestar apenas no fim do julgamento.
De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?
Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo
Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas