Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Assim como outras grandes empresas da bolsa brasileira, a Vale (VALE3) não escapou do efeito colateral da guerra comercial entre EUA e China — o que fez a mineradora perder bilhões em valor de mercado. Mas nesta quarta-feira (16), a companhia enfrenta um outro obstáculo: a repercussão negativa da produção e das vendas no primeiro trimestre de 2025.
Por volta de 12h20, as ações da Vale recuavam 1,65%, cotadas a R$ 52,93, depois de figurarem entre as maiores perdas do Ibovespa pela manhã. No mês, VALE3 acumula baixa de 7%, enquanto no ano, os ganhos estão quase zerados (+0,76%).
No mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira caía 0,60%, aos 128.469,99 pontos.
A reação dos investidores vem depois que a mineradora reportou uma produção de minério de ferro um pouco abaixo do esperado: 67,664 milhões de toneladas entre janeiro e março, o que representa uma queda de 4,5% em base anual e de -20,7% em termos trimestrais. Você pode conferir os detalhes do relatório operacional da Vale aqui.
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“A Vale reportou números de produção de minério de ferro um pouco abaixo das expectativas para o primeiro trimestre de 2025, mas com boa evolução na divisão de metais básicos”, diz Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.
Ele lembra que, apesar de o primeiro trimestre ser sazonalmente mais fraco, o início de 2025 foi ainda mais afetado pelo período chuvoso, especialmente no Sistema Norte.
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- No Sistema Norte, a produção da Vale foi 0,9 Mt menor na comparação anual, impactada pelas restrições de licenciamento em Serra Norte, já previstas no plano de produção. O efeito, porém, foi intensificado pelos maiores níveis de chuva.
Assim como Hungria, o Goldman Sachs também chama atenção para o fato de o primeiro trimestre ser o mais fraco em termos sazonais para a mineradora.
Os analistas Marcio Farid, Henrique Marques e Emerson Vieira pontuam que os números do período não refletem a melhoria esperada pelo mercado, especialmente no que diz respeito a custos e flexibilidade operacional da companhia.
Segundo a XP, a melhora nos embarques de minério de ferro compensou a defasagem nos preços médios no primeiro trimestre.
- O relatório operacional mostrou que os preços dos finos de minério de ferro no primeiro trimestre caíram 9,8%, para US$ 90,80 por tonelada. Na comparação trimestral, a baixa foi menor, de 2,4%.
"As remessas de finos de minério de ferro aumentaram 7% no comparativo anual, refletindo a venda de estoques formados nos trimestres anteriores, com contribuição mais fraca do Sistema Norte, em razão das fortes chuvas no trimestre", afirmaram os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.
O que esperar do balanço da Vale
O relatório operacional da Vale é considerado uma espécie de prévia do balanço da mineradora — que divulga os resultados financeiros do primeiro trimestre no próximo dia 24 de abril.
O Itaú BBA prevê um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de US$ 3,2 bilhões para a Vale nos primeiros três meses do ano, o que representa um recuo de 8% ante o apurado em igual etapa do ano anterior.
Já a XP estima que a mineradora deverá reportar um Ebitda de US$ 3,1 bilhões no período, 3% abaixo da expectativa anterior da corretora.
A revisão ocorreu em razão dos preços e prêmios mais baixos do minério de ferro praticados pela Vale de janeiro a março deste ano, que caíram 2% no comparativo trimestral, refletindo temores e prêmios de mercado mais baixos.
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Diante do desempenho operacional da mineradora e da expectativa de um desempenho financeiro mais fraco no primeiro trimestre de 2025, os bancos de corretoras revisaram as recomendações para as ações da Vale.
O Goldman Sachs, por exemplo, seguiu com a indicação de compra e preço-alvo de US$ 16,10 para os ADRs da Vale, o que representa um potencial de valorização de 76% em relação ao último fechamento.
“Reconhecemos que as incertezas macro podem limitar reavaliações por enquanto, mas consideramos a precificação da Vale atraente e vemos desvantagens limitadas a partir daqui”, dizem os analistas.
Hungria, da Empiricus, diz que por 3,5x valor da firma/ebitda e um dividend yield [retorno de dividendos] esperado de quase 9%, a Vale segue no portfólio da série Vacas Leiteiras da casa.
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O Citi também manteve a recomendação de compra para os ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 12, o que significa um potencial de alta de 31,4% sobre o fechamento anterior.
"Esperamos rebaixamentos muito pequenos nas estimativas de Ebitda pelo mercado e que as ações tenham um desempenho em linha", dizem os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott.
Na mesma linha, o Itaú BBA, tem recomendação outperform (equivalente a compra) para a Vale, com preço-alvo de US$ 13 para os ADRs da empresa, o que representa um potencial de valorização de 42,2% ante o último fechamento.
Já a XP manteve a indicação neutra para os papéis. "Reiteramos nossa recomendação neutra para Vale com upside [potencial de valorização] limitado, embora vejamos uma assimetria positiva para as ações aos preços atuais do papel", diz a corretora.
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