Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Já era esperado que a Direcional (DIRR3) entregasse números sólidos neste terceiro trimestre e a queridinha dos analistas e gestores não fez feio, com novos recordes para a conta do CEO Ricardo Gontijo.
Em entrevista ao Seu Dinheiro, ele celebrou a consistência das entregas nos últimos balanços e destacou o bom momento do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que deve continuar firme e forte.
O executivo ressaltou a rentabilidade (ROE), que atingiu o patamar dos 35% entre junho e setembro, um recorde para a companhia. Você pode conferir o balanço da Direcional nesta matéria do Seu Dinheiro.
Para Gontijo, esse é um indicativo de que a incorporadora está conseguindo equilibrar duas frentes importantes: gerar valor aos acionistas e atender as famílias que procuram o programa para realizar o sonho da casa própria.
“A escala que a gente tem hoje na operação nos permite ter uma capacidade maior de negociação com fornecedores e isso tem sido bastante importante. Temos conseguido colher frutos desse crescimento, que vem trazendo competitividade”, disse Gontijo ao Seu Dinheiro.
- LEIA TAMBÉM: Quer saber onde investir com mais segurança? Confira as recomendações exclusivas do BTG Pactual liberadas como cortesia do Seu Dinheiro
E os dividendos?
Outro ponto que tem chamado a atenção do investidor é a possibilidade de a incorporadora pagar dividendos gordos aos acionistas, uma vez que a empresa encerrou o terceiro trimestre com alavancagem baixa e desempenho operacional sólido. Além disso, a companhia recebeu os recursos da venda de participação na subsidiária Riva.
Leia Também
O BTG Pactual, por exemplo, espera que a Direcional pague cerca de R$ 1 bilhão em dividendos aos investidores em um futuro próximo graças a essa junção de fatores.
Sobre isso, o CEO diz que há uma posição de caixa bastante robusta — inclusive, a maior que a companhia já registrou para um terceiro trimestre —, além de uma alavancagem bem reduzida e um patamar elevado de lucro.
“Isso nos coloca em uma posição de grande flexibilidade para a tomada de decisões por parte do conselho. Principalmente considerando que, a partir do ano que vem, com a tributação de dividendos. Por isso, o nosso conselho deve discutir essa questão e a possibilidade de declarar dividendos ainda neste ano, já que há um benefício em fazê-lo no exercício de 2025”, disse Gontijo.
Cabe lembrar que analistas já vinham comentando sobre o potencial de uma onda de pagamentos extraordinários a ser destravada pela medida que taxa os proventos que ultrapassem os R$ 50 mil no mês ou R$ 600 mil no ano.
Isso porque o Projeto de Lei (PL) nº 1.087/25 — que reformula a estrutura do imposto de renda individual no Brasil e prevê o fim da isenção dos dividendos acima de R$ 50 mil por mês — determina que os dividendos declarados em 2025 com base nos lucros obtidos este ano e em anos anteriores continuem sob a legislação anterior.
Em outras palavras, isso quer dizer que os lucros e reservas acumulados até a data limite continuariam a ser isentos do imposto previsto pelo projeto, de 10%.
A Riva e o novo financiamento imobiliário
Durante a conversa, o CEO também ressaltou o bom desempenho da Riva, subsidiária da companhia que antes atendia faixas de renda acima do MCMV e acabou se dando bem com a criação da Faixa 4 do programa, abarcando imóveis entre R$ 350 mil e R$ 500 mil, com renda familiar até R$ 12 mil.
Isso porque a empresa já tinha unidades e projetos que se encaixam nos requisitos da nova banda de renda — o que impulsionou as vendas.
“A Riva teve um volume de vendas e lançamentos muito próximo ao da Direcional. Ficou praticamente meio a meio, muito em função da Faixa 4. Estávamos bem preparados: já tínhamos produtos disponíveis para comercialização nessa faixa de preço, entre R$ 350 mil e R$ 500 mil, e também projetos em aprovação que se enquadraram nesses valores”, disse.
Gontijo também comentou sobre as novas regras de financiamento imobiliário por meio de alterações nas regras da poupança. A medida foi anunciada há um mês pelo governo federal para atender famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil — acima do MCMV.
“A alteração nas regras da poupança dá fôlego ao setor, mas o maior benefício virá quando os juros começarem a cair. O impacto seria muito mais significativo, sem tirar o mérito da solução anunciada recentemente para a poupança”, diz Gontijo.
O que esperar da Direcional
Sobre o futuro da Direcional, o CEO não pôde dar muitas pistas além de um número que chamou atenção no balanço: a margem REF, que chegou a 45,2%, sinalizando uma possível melhoria nos ganhos futuros.
Esse número é como uma prévia da margem bruta futura, calculada com base no portfólio que ainda será reconhecido nos próximos trimestres.
“A gente tem percebido que, à medida que ganhamos escala, conseguimos gerar sinergias, ganhar eficiência e nos tornar mais competitivos — ou seja, o crescimento tem criado valor. Mas esse crescimento não é nossa prioridade; ele só acontece se houver demanda. Não estamos aqui para construir estoque, e sim unidades já vendidas”, diz o executivo.
Para Gontijo, o principal driver para definir o tamanho da empresa será justamente a manutenção dessa demanda em patamares sólidos. E, nesse sentido, ele segue otimista sobre o Minha Casa Minha Vida
“Nossa prioridade é construir o que está vendido. Continuamos otimistas com o programa, otimistas com as medidas anunciadas, e seguimos com uma operação eficiente e bem controlada. Vamos observar como a demanda irá se comportar daqui para frente para identificar eventuais oportunidades que possam surgir”.
CVM inicia julgamento de ex-diretor do IRB (IRBR3) por rumor sobre investimento da Berkshire Hathaway
Processo surgiu a partir da divulgação da falsa informação de que empresa de Warren Buffett deteria participação na resseguradora após revelação de fraude no balanço
Caso Banco Master: Banco Central responde ao TCU sobre questionamento que aponta ‘precipitação’ em liquidar instituição
Tribunal havia dado 72 horas para a autarquia se manifestar por ter optado por intervenção em vez de soluções de mercado para o banco de Daniel Vorcaro
Com carne cara e maior produção, 2026 será o ano do frango, diz Santander; veja o que isso significa para as ações da JBS (JBSS32) e MBRF (MBRF3)
A oferta de frango está prestes a crescer, e o preço elevado da carne bovina impulsiona as vendas da ave
Smart Fit (SMFT3) lucrou 40% em 2025, e pode ir além em 2026; entenda a recomendação de compra do Itaú BBA
Itaú BBA vê geração de caixa elevada, controle de custos e potencial de crescimento em 2026; preço-alvo para SMFT3 é de R$ 33
CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão
Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense
De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?
Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo
Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
