Azul (AZUL4) despenca mais de 70% em 2025, e BTG e XP colocam ação sob revisão
Para os analistas, apesar dos intensos esforços para gerir passivos e reestruturar a dívida, a alavancagem financeira da Azul permaneceu alta, agravada pela volatilidade cambial e pelo aumento das taxas de juros
Após a Azul (AZUL4) entrar com um pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos, analistas dos principais bancos e corretoras ao redor do mundo acenderam o alerta vermelho. Nesta quinta-feira (29) foi a vez do BTG Pactual e da XP Investimentos colocarem a ação da companhia em revisão.
Na quarta-feira (28), dia do anúncio, as ações chegaram a cair mais de 12% durante o pregão, mas fecharam em baixa de “apenas” 3,74%, cotadas a R$ 1,03. Já nesta quinta-feira (29), por volta das 12h07, registravam uma nova queda de 2,91%, sendo negociadas a R$ 1,00 na bolsa brasileira.
Com esse desempenho, a desvalorização acumulada da empresa em 2025 ultrapassa os 70%, sendo que 42% desse tombo ocorreu apenas no último mês.
- E MAIS: Alta nas projeções para o IPCA em 2025 abre oportunidades para o investidor buscar retornos reais de 8,36% ao ano; confira recomendações
Completando o cenário de crise, as ações da Azul deixarão de compor todos os índices da B3 após o fechamento desta quinta-feira (29), ou seja, a partir de 30 de abril, conforme regras da Bolsa brasileira para empresas em recuperação judicial.
Além do Ibovespa, a Azul terá seus papéis excluídos dos índices IGCX, IBXX, IGCT, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL, IDVR, IBHB, IBBR, IBEP, IBEW, IBBE e IBBC.
Apesar da saída nos índices, as ações AZUL4 seguem negociadas na B3.
Leia Também
BTG e XP colocam recomendação sob revisão
A equipe do BTG, liderada por Lucas Marquiori, pondera que, mesmo com intensos esforços em gestão de passivos e reestruturação da dívida, a alavancagem financeira se manteve elevada para a Azul, especialmente diante da recente volatilidade cambial e do aumento das taxas de juros no Brasil.
Os analistas ainda destacam que, apesar de a aérea ter superado a crise sanitária que agravou a situação do setor aéreo, a empresa enfrentou problemas na cadeia de suprimentos da aviação e um cenário macroeconômico desafiador.
“Diante do processo de recuperação judicial em curso, revisaremos nosso modelo para refletir a nova estrutura de capital da empresa”, diz o BTG.
- E MAIS: Analistas selecionaram 3 ações do setor de serviços básicos para buscar lucros de até 32% – confira quais são
Tendo em vista que a companhia garantiu um financiamento DIP (Debtor in Possession) de US$ 1,6 bilhão e possui um plano definido para uma captação de capital via equity de US$ 650 milhões na saída — podendo chegar a US$ 950 milhões caso United e American Airlines participem —, a equipe de analistas da XP, liderada por Pedro Bruno, avalia que as negociações devem ser aceleradas.
A expectativa da casa é de conclusão do processo até o primeiro trimestre de 2026. “A empresa pretende usar esses recursos para reestruturar suas obrigações financeiras e fortalecer sua estrutura de capital para sustentabilidade de longo prazo. Estamos colocando a recomendação da Azul sob revisão”, dizem.
A reestruturação da Azul já teve impacto direto na recomendação dos papéis por outras instituições financeiras. Bradesco BBI e Ágora Investimentos, também nesta quinta-feira, rebaixaram a classificação das ações AZUL4 para “venda” após a confirmação do pedido de Chapter 11.
Fusão Azul e Gol deve ficar para depois
Sobre a fusão com a Gol (GOLL4), a Azul afirmou que ela deixou de ser imprescindível neste momento, destaca o BTG.
“Foi mencionado que primeiro é necessário resolver as questões do balanço, concentrando-se em fortalecer a estrutura de capital, antes de avançar com o negócio”, dizem os analistas.
A XP acrescenta que o processo dependia parcialmente da conclusão das renegociações da estrutura de capital de ambas. Com a entrada da Azul no Chapter 11, as negociações podem sofrer atraso.
* Com informações do Money Times
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais