Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China
Com temor de recessão global, petróleo desaba e ações da Europa caem 4%
A China se recusou a dar a outra face. Em resposta ao tarifaço de Trump, o gigante asiático anunciou que, a partir do dia 10 de abril, as tarifas sobre produtos norte-americanos saltarão de 34% para 84%.
A medida vem após o governo Trump aumentar as taxas contra o país asiático para 104%. A escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo tem aterrorizado os mercados, que começam mais um dia em queda generalizada.
Na manhã desta quarta feira (09), o dólar abriu as negociações em alta de 0,74%, cotado a R$ 6,0550.
O petróleo chegou a desabar quase 6% esta manhã, a US$ 5,61 por barril — no menor nível desde fevereiro de 2021. Por volta das 12h, a queda está um pouco acima dos 3%.
A queda é explicada pelo medo de que a batalha tarifária imposta por Donald Trump acabe levando o mundo todo direto a uma recessão — reduzindo, por consequência, a demanda pela commodity.
O ouro, considerado um ativo seguro para tempos de incerteza, sobe 2,46% nesta manhã, sendo negociado a US$ 3.052,49 por onça-troy. No mês, a alta acumulada é de 5,87%.
Leia Também
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
O rendimento (yield) dos Treasuries americanos disparam, com o de 10 anos a 4,38%.
- VEJA TAMBÉM: Empresa brasileira que pode ‘surpreender positivamente’ é uma das 10 melhores ações para comprar agora – confira recomendação
Bolsas no mundo inteiro hoje
Em Nova York, o S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones começaram o dia em queda, mas viraram para o positivo por volta das 12h. O destaque fica com o Nasdaq, que avança 1,39%.
Uma das possíveis razões para a virada dos mercados é a sinalização do secretário do Tesouro, Scott Bessent, de que assumirá a liderança nas negociações sobre tarifas. Para Wall Street, Bessent é uma figura mais bem-vista do que o secretário de Comércio, Howard Lutnick, ou o assessor de comércio, Peter Navarro.
Por aqui, o Ibovespa também virou para o positivo, com avanço de 0,28%, aos 124.279 pontos. Na Europa, o Stoxx 600, índice que compila as maiores empresas do bloco, tem perdas de 2,87% por volta das 12h.
A União Europeia decidiu reagir às tarifas de 25% sobre aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump. Nesta quarta-feira (09), o bloco aprovou oficialmente um pacote inicial de medidas retaliatórias, que será implementado em duas etapas.
Segundo a Comissão Europeia, responsável pela execução das políticas do bloco, a primeira leva de tarifas sobre produtos norte-americanos começará a ser aplicada em 15 de abril, enquanto uma segunda rodada entrará em vigor em 15 de maio. O bloco ainda não divulgou a lista de produtos afetados, mas de acordo com uma apuração da CNBC, as tarifas devem atingir itens como aves, grãos, roupas e metais.
Na Ásia, o índice japonês Nikkei fechou o dia em queda de 3,93%. Na direção contrária, o Heng Seng, índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, terminou o pregão em alta de 0,68%.
O temor de uma recessão nos EUA
Enquanto isso, o pânico generalizado faz com o VIX, índice que mede a aversão a risco nos mercados, dispara mais de 10% nesta manhã. Economistas do JP Morgan e do Goldman Sachs aumentaram a probabilidade de uma recessão nos EUA.
Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, afirmou que os investidores estão subestimando rupturas profundas nas ordens monetária, política e geopolítica — do tipo que, segundo ele, só acontecem “uma vez na vida”. Dalio também chamou atenção para o nível insustentável da dívida dos governos.
O UBS reduziu o preço-alvo para o S&P 500 de 6.400 para 5.800 pontos no fim deste ano — o que implica em uma queda de 1,4% em relação a 2024. O banco também rebaixou a perspectiva para as ações norte-americanas para neutra.
A BlackRock ajustou sua visão sobre os mercados dos Estados Unidos: deixou de ver as ações americanas com otimismo e passou a tratá-las com cautela, mudando sua recomendação de “overweight” para “neutra”. Em contrapartida, elevou sua preferência por títulos do Tesouro, que agora ganham status de “overweight” (equivalente a compra) em sua carteira.
A equipe de macroeconomia do Goldman Sachs revisou para baixo sua projeção de crescimento dos Estados Unidos em 2025, reduzindo a estimativa de expansão do PIB de 1% para apenas 0,5%. O banco também passou a enxergar um risco maior de recessão, elevando essa probabilidade para 45%.
Apple chegou a perder o posto de mais valiosa da bolsa
Diante desse cenário, as ações da Apple têm sido uma das maiores perdedoras lá fora.
Com uma queda acumulada de 22,09% nos últimos cinco dias, a companhia chegou a perder o posto de empresa mais valiosa do mundo nesta manhã para a Microsoft. Mas agora as duas estão praticamente iguais, com valor de mercado de US$ 2,69 trilhões.
A gigante fundada por Steve Jobs tem sido particularmente afetada por sua forte exposição à guerra tarifária entre Estados Unidos e China.
A Apple conta com cerca de 50% de sua produção localizada na China. O Itaú BBA destaca que produtos acabados, como smartphones, computadores e servidores, não estão isentos de tarifas (ao contrário dos semicondutores, pelo menos por enquanto).
“Nossos cálculos preliminares sugerem um risco imediato de queda no Lucro por Ação de aproximadamente 15%, assumindo que não haja aumentos de preço para compensar esse impacto, dado o ambiente competitivo intenso”, escrevem os analistas do BBA em relatório.
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
