Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
Após alcançar recordes consecutivos e atingir o valor mais alto da história, o ouro perdeu um pouco do brilho, voltando a rondar a marca dos US$ 4.000 por onça-troy. No entanto, o cenário permanece instável, e muitos acreditam que o metal ainda tem espaço para novas altas.
Desde o começo do ano, o ganho é de 51,95% até o dia 27 de outubro, segundo dados do consultor Einar Riveiro, CEO na Elos Ayta Consultoria. Em 12 meses, o retorno é de 46,34%. Em outubro, no entanto, a variação é de 3,61%. Isso porque investidores aproveitaram para embolsar parte dos lucros que tiveram desde o início do rali.
"Cravar o movimento de curto prazo do ouro é difícil. Mas o que podemos falar com certeza é que há otimismo de novas altas", afirma Danilo Moreno, analista da Investo, gestora que administra o ETF de ouro GLDX11, com lastro em ouro físico.
- LEIA TAMBÉM: Tenha acesso às recomendações mais valorizadas do mercado sem pagar nada; veja como receber os relatórios semanais do BTG Pactual com o Seu Dinheiro
O ouro já foi testado pelo tempo como ativo financeiro, diz ele. "Há quem invista porque confia que ele continuará sendo relevante em 10 anos, 100 anos, 1.000 anos. E há quem invista de forma especulativa, para capturar o movimento de alta."
O papel dos bancos centrais na alta do ouro
Embora investidores individuais e grandes fundos também tenham impulsionado a alta do ouro, o maior fator por trás dessa valorização é o apetite dos bancos centrais. O Banco Popular da China, por exemplo, tem comprado toneladas do metal precioso desde o ano passado. Agora, 7% das reservas da China estão em ouro, que tem 2,3 mil toneladas de barras do metal em seus cofres, quase o dobro da fatia do ano passado.
E outros países, especialmente na Ásia, estão fazendo o mesmo. Essa demanda tem pressionado o mercado, tornando o ouro mais escasso e elevando seu preço.
Leia Também
Os motivos por trás são vários. Um deles é o cenário de incerteza em todo o mundo, com guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
SAIBA MAIS: Já ajustou a sua carteira de investimentos este mês? Veja as principais recomendações no programa “Onde Investir” do Seu Dinheiro
O ouro acaba se tornando um ativo de segurança, usado como hedge. "É a proteção contra choques do mercado, ajuda a tirar a volatilidade", diz Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital.
Com a alta no valor do ouro, fundos, gestores e investidores também passaram a comprar o metal - é o famoso FOMO (Fear of Missing Out), ou medo de ficar de fora da onda de valorização. "Muitos começam a querer ter ouro como especulação", diz Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Descolamento dos títulos do Tesouro dos EUA
Outro fator é o desejo de bancos centrais pelo mundo de se descolarem dos títulos do Tesouro dos EUA. No início da guerra contra a Ucrânia, a Rússia teve seu acesso ao sistema monetário internacional cortado pelos Estados Unidos. Isso levantou um alerta entre vários países, que aumentaram suas reservas em ouro para depender menos do dólar.
Pela primeira vez em quase 30 anos, as reservas dos bancos centrais estão mais concentradas em ouro (24%) que em títulos norte-americanos (23%), segundo dados da gestora Crescat Capital, de Denver, Colorado.
Comumente visto como um dos investimentos mais seguros do mundo, os Treasurys já não são mais tão livres de risco. Em maio, a Moody's rebaixou a nota de crédito da maior economia do mundo, que perdeu seu triple A. Antes da Moody’s, as agências S&P Global Ratings e a Fitch já haviam feito esse movimento.
"O endividamento norte-americano veio dando saltos. Hoje em dia, ninguém sabe qual o limite da dívida para que o país volte a discutir sua questão fiscal de forma equilibrada", diz Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Bancos Centrais continuarão a comprar ouro
E os bancos centrais estão longe de parar com as compras, segundo relatório de junho do World Gold Council, autoridade global quando o assunto é o metal. Cerca de 95% dos respondentes da pesquisa acreditam que as reservas de ouro dos BCs deve aumentar nos próximos 12 meses. Neste ano, um recorde de 43% dos bancos respondentes também disse que as próprias reservas de ouro devem aumentar no período - e ninguém informou que as reservas devem cair.
Do outro lado, 73% dos entrevistados disseram que devem diminuir moderada ou significativamente suas reservas em dólar nos próximos cinco anos.
Nem todos estão tão otimistas
"Quando chega nesse ponto, em que todo mundo diz que quer comprar um ativo, já ficamos mais receosos", afirma Cruz.
Além dos níveis recordes, para Cruz o ouro ainda tem outro agravante: é difícil precificar quanto a commodity vale. "Não é uma empresa que cresce ou paga dividendos. É diferente de uma mineradora, que conseguimos ver os projetos e saber o que acontece com a saúde financeira dela", diz ele.
É hora de vender ou comprar? Para quem já entrou no ouro, a recomendação é realizar os lucros "pelo menos parcialmente", diz Cruz.
Para quem ainda deseja investir, a sugestão é evitar aplicar tudo de uma vez e comprar de forma escalonada, sem se expor totalmente a uma possível queda, acrescenta Trevisan.
"Como o preço está esticado, é hora de dosar a exposição ao ouro. Não terá o mesmo potencial de alta", diz Christopher Galvão, analista da Nord Investimento.
E, para o investidor pessoa física, encher o cofre com barras de ouro não é a melhor opção. É possível comprar contratos futuros do ouro, ETFs e ainda investir em mineradoras - no Brasil, a Aura Minerals (AURA33) é a com a maior exposição ao metal.
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
