🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Dani Alvarenga

Repórter de fundos imobiliários e finanças pessoais no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP).

SD ENTREVISTA

“Não é liderança só pela liderança”: Rodrigo Abbud, sócio do Patria Investimentos, conta como a gestora atingiu R$ 28 bilhões em FIIs — e o que está no radar a partir de agora

Com uma estratégia de expansão traçada ainda em 2021, a gestora voltou a chamar a atenção do mercado ao adicionar a Genial Investimentos e a Vectis Gestão no portfólio

Dani Alvarenga
1 de julho de 2025
7:02 - atualizado às 16:54
Rodrigo Abbud, sócio do Pátria Investimentos
Rodrigo Abbud, sócio do Pátria Investimentos - Imagem: Divulgação

Quando o assunto é investimentos em fundos imobiliários, o Patria Investimentos não está para brincadeira. A gestora vem chamando a atenção com uma série de aquisições nos últimos anos, que colocou a casa em uma posição de liderança no mercado.

Só nos últimos dois meses, o Patria anunciou a compra do portfólio da Genial Investimentos, com R$ 2,5 bilhões em ativos, e da Vectis Gestão, que possui R$ 1,6 bilhão sob gestão. Com as operações, a gestora passará de R$ 24 bilhões na carteira para R$ 28 bilhões.

A história de destaque no setor imobiliário é recente. Em entrevista ao Seu Dinheiro, Rodrigo Abbud, sócio e head de Real Estate do Patria Investimentos, conta que os primeiros passos para a consolidação dos negócios no setor foram dados ainda em 2021.

Na época, a gestora realizou uma oferta pública inicial (IPO) na Nasdaq, em Nova York. “Com o IPO, a estratégia era ter um negócio extremamente representativo no setor imobiliário, inclusive no Brasil”.

Os planos do Patria renderam frutos além do esperado, colocando a gestora como a maior asset independente do país. 

“A nossa estratégia é ser um player relevante nas diferentes classes de ativo em que a gente investe. Mas também não estamos buscando liderança só pela liderança, volume só pelo volume. Estamos preocupados com a geração de retorno, de resultado, e a comunicação com o cotista. É isso que vai nos permitir gerar diferencial”, disse.

Leia Também

 Agora, com os novos fundos imobiliários no portfólio, o Patria Investimentos já mira nos próximos passos. Segundo Rodrigo Abbud, a gestora dobrou a aposta e ampliou sua estratégia até 2027 — e contou ao Seu Dinheiro o que os investidores podem esperar daqui para frente.

Patria com fome de aquisição: uma estratégia de longo prazo

Após o IPO na Nasdaq, em 2021, o Patria passou a implementar uma estratégia de expansão com um prazo de três anos. Os planos da gestora culminaram na aquisição de 50% da VBI Real Estate em 2022. 

Na visão de Abbud, esse foi um dos movimentos mais importantes para a estruturação do Patria. Isso porque a VBI já possuía um longo histórico no setor. Fundada em 2006, era uma das gestoras mais antigas no mercado. 

“O Patria tinha uma preocupação: a gente não queria avançar no segmento imobiliário sozinho. Queríamos executar através de uma parceria com alguém que já estava há muito tempo no mercado”, explica. “A aquisição do VBI foi o início de tudo”.

Após essa operação, o Patria alinhou a estratégia e passou a avançar nas aquisições. Em 2023, realizou mais uma adição de peso ao portfólio: o Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), gestora de fundos imobiliários controlada pelo Credit Suisse no Brasil.

“A compra do Credit Suisse foi outro ponto de virada para o Patria. As duas aquisições eram movimentos mais estratégicos e relevantes, porque envolviam a mobilização de time. A VBI trouxe 50 pessoas, o Credit trouxe outras 26. Então, eram plataformas, não eram só fundos”, avalia o sócio.

Assim, o Patria chegou a 2024 com R$ 24 bilhões de ativos sob gestão e decidiu dobrar a aposta. “Chegamos entre as maiores gestoras do país. Agora, a questão era como se manter ali. Então, determinamos que a nossa estratégia até 2027 seria de crescimento orgânico onde já possuímos destaque, e avançar em oportunidades de aquisição naqueles setores em que não tínhamos tanta relevância”.

Apesar do portfólio de peso, a gestora ainda não possuía fundos imobiliários no segmento de shopping centers listados em bolsa. Além disso, Abbud avalia que havia um desequilíbrio na carteira em relação aos FIIs de papel — aqueles que investem em títulos ligados ao mercado imobiliário. Isso porque dos R$ 24 bilhões de ativos sob gestão, apenas R$ 5 bilhões eram fundos de papel.

Com um cenário de alta de juros, em que a Selic está em 15% ao ano, e um momento desanimador para os investidores de FIIs, o Patria enxergou uma oportunidade única de compra. 

“O mercado está fechado, e nós não temos captação aqui para fazer. Mas se o Patria, com todo esse porte, não tem, imagina o restante do mercado”, opina Abbud. 

Assim, a gestora percebeu a criação de um ambiente propício para negociar  a compra de portfólios inteiros. “Se o mercado estivesse bom, a Genial não iria discutir a venda dos ativos”, avalia Abbud, fazendo referência à compra de seis fundos imobiliários da gestora.

A aquisição, realizada no fim de maio, marcou a estreia do Patria no segmento de shopping centers.

Já em relação à compra da Vectis Gestão, anunciada em junho, o objetivo era avançar no setor de crédito imobiliário, que ainda apresentava uma participação menor na carteira. 

“O Vectis Juros Real (VCJR11) é o grande fundo deles, que tem R$ 1,4 bilhão em patrimônio líquido em crédito. Então, com a aquisição, a gente teve um crescimento bastante sensível no crédito com uma movimentação só”, afirmou o sócio da gestora.

Além disso, Abbud destaca que a estrutura da Vectis é compatível com a estratégia do Patria, que busca fundos com gestão ativa.

VEJA MAIS: Onde investir neste mês? O Seu Dinheiro conversou com analistas renomados para saber quais ações, FIIs e BDRs valem a pena agora

É hora de arrumar a casa

Após os últimos anúncios, o gestor adianta que o Patria não pretende avançar em novas fusões e aquisições (M&A). 

“A gente vai ver cada vez menos operações de compra. A nossa prateleira de produtos está cada vez mais completa, então não há necessidade de incorporar mais ativos. Agora é questão de organizar a casa”, afirma Abbud.

Na visão do sócio, após as transações, o Patria terá muitos fundos imobiliários e precisará passar por uma consolidação dos ativos que foram adicionados na carteira no último mês.

“A gente não quer tantos FIIs. O objetivo do Patria é ter um bom número de fundos, mas que seja possível descrever a estratégia de cada um deles e sem que haja conflito”, explica Abbud.

Desde a aquisição dos ativos da Genial Investimentos, o Patria passou a ter FIIs que competem entre si pelos mesmos ativos e apresentam uma estratégia similar.

Um dos exemplos são os fundos imobiliários VBI CRI (CVBI11), VBI Rendimentos Imobiliários I (BARI11) e o recém-adquirido Plural Recebíveis Imobiliários (PLCR11), que são três FIIs que investem em Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs). 

“É mais benéfico para o cotista e para o gestor a consolidação em um grande fundo do que ter vários pequenos”, opina.

Vale lembrar que, quanto maior o FII, maior a sua liquidez, já que é negociado em maior volume na bolsa. Além disso, o porte do ativo reduz o impacto das operações de compra e venda sobre o preço das cotas.

De olho no horizonte: novos passos para o Patria

A redução das operações de aquisição não quer dizer que a estratégia da gestora tenha chegado ao fim. Segundo o sócio, o Patria vai continuar apostando no crescimento orgânico, por meio de emissões de cotas.

Para isso, Abbud avalia que a consolidação dos fundos imobiliários em ativos maiores é fundamental. Isso porque a alta de juros e inseguranças no radar do mercado vêm drenando o apetite dos investidores. Porém, em um cenário de melhora, “os fundos grandes são os primeiros a reagir”, afirma.

Dessa forma, o gestor avalia que é preciso se preparar para novas janelas de investimento no Brasil. “A gente brinca que aqui não tem janela, tem fresta de oportunidade. Então, eu tenho que ter a certeza que estamos prontos para conseguir capturar ventos mais favoráveis.”

Na avaliação do sócio, para conseguir aproveitar oportunidades futuras no mercado, o Patria precisa apresentar fundos muito bem estruturados e diversificados em portfólio.

“Agora, é questão de consolidar os fundos e ver as melhores estratégias, porque tendo um vento a favor, estaremos bem posicionados para fazer captações, para continuar crescendo”, diz.

Porém, o Patria também está preparado para perspectivas de manutenção da falta de apetite dos investidores. “Se não houver melhora, faremos a consolidação dos fundo e a simplificação de estruturas”, afirma.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NÃO TENHA MEDO DE RECORDES

O excepcionalismo americano não morreu e três gestores dão as razões para investir na bolsa dos EUA agora

17 de julho de 2025 - 14:47

Nicholas McCarthy, do Itaú; Daniel Haddad, da Avenue; e Meera Pandit, do JP Morgan, indicam os caminhos para uma carteira de investimentos equilibrada em um momento de incertezas provocadas pelas tarifas de Trump, guerras na Europa e o DeepSeek da China

ARRUMANDO A CASA

IRDM11 vai sair da bolsa? Fundo imobiliário quer incorporar Iridium Recebíveis ao portfólio

16 de julho de 2025 - 18:04

O FII possui exposição a títulos do mercado imobiliário que deram dor de cabeça para os investidores nos últimos anos

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa reverte perda e sobe na esteira da recuperação em Nova York; entenda o que levou as bolsas do inferno ao céu

16 de julho de 2025 - 17:49

No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou com leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,5619, afastando-se das máximas alcançadas ao longo da sessão

O PESO DA MUDANÇA

BB Renda Corporativa (BBRC11) renova contratos de locação com o Banco do Brasil (BBAS3); entenda o impacto

16 de julho de 2025 - 16:49

O fundo imobiliário também enfrentou oscilações na receita durante o primeiro semestre de 2025 devido a mudanças nos contratos de locação

SD ENTREVISTA

Fuga do investidor estrangeiro? Não para a sócia da Armor Capital. Mesmo com Trump, ainda tem muito espaço para gringo comprar bolsa brasileira

16 de julho de 2025 - 16:02

Para Paula Moreno, sócia e co-diretora de investimentos da Armor Capital, as tensões comerciais com os EUA criam uma oportunidade para o estrangeiro aumentar a aposta no Brasil

ANTES DO RESULTADO

Quão ruim pode ser o balanço do Banco do Brasil (BBAS3)? O JP Morgan já traçou as apostas para o 2T25

16 de julho de 2025 - 12:41

Na visão dos analistas, o BB pode colher ainda mais provisões no resultado devido a empréstimos problemáticos no agronegócio. Saiba o que esperar do resultado

O QUE ESPERAR?

Banco do Brasil (BBAS3) terá a pior rentabilidade (ROE) em quase uma década no 2T25, prevê Goldman Sachs. É hora de vender as ações?

16 de julho de 2025 - 11:09

Para analistas, o agronegócio deve ser outra vez o vilão do balanço do BB no segundo trimestre de 2025; veja as projeções

SD ENTREVISTA

Investidor ainda está machucado e apetite pela bolsa é baixo — e isso não tem nada a ver com a tarifa do Trump, avalia CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:36

Apetite por renda fixa já começou a dar as caras entre os clientes da gestora, enquanto bolsa brasileira segue no escanteio, afirma Bruno Funchal; entenda

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Com ou sem Trump, Selic deve fechar 2025 aos 15% ao ano — se Lula não der um tiro no próprio pé, diz CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:08

Ao Seu Dinheiro, Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset e ex-secretário do Tesouro, revela as perspectivas para o mercado brasileiro; confira o que está em jogo

FICOU BARATO DEMAIS?

FII Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) sai na frente e anuncia recompra de cotas com nova regra da CVM; entenda a operação

15 de julho de 2025 - 19:00

Além da recompra de cotas, o fundo imobiliário aprovou conversão dos imóveis do portfólio para uso residencial ou misto

MUDANDO O TIME

As apostas do BTG para o Ibovespa em setembro; confira quem pode entrar e sair da carteira

15 de julho de 2025 - 18:42

O banco projeta uma maior desconcentração do índice e destaca que os grandes papéis ligados às commodities perderão espaço

TELA AZUL

Na guerra de tarifas de Trump, vai sobrar até para o Google. Entenda o novo alerta da XP sobre as big techs

15 de julho de 2025 - 16:15

Ações das gigantes da tecnologia norte-americana podem sofrer com a taxação do republicano, mas a desvalorização do dólar oferece alívio nas receitas internacionais

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa come poeira enquanto S&P 500 faz história aos 6.300 pontos; dólar cai a R$ 5,5581

15 de julho de 2025 - 13:50

Papéis de primeira linha puxaram a fila das perdas por aqui, liderados pela Vale; lá fora, o S&P 500 não sustentou os ganhos e acabou terminando o dia com perdas

INVESTIMENTOS

O Brasil não vale o risco: nem a potencial troca de governo em 2026 convence essa casa de análise gringa de apostar no país

15 de julho de 2025 - 11:59

Analistas revelam por que não estão dispostos a comprar o risco de investir na bolsa brasileira; confira a análise

TOUROS E URSOS #230

Trump tarifa o Brasil em 50%: o que fazer agora? O impacto na bolsa, dólar e juros

15 de julho de 2025 - 11:04

No Touros e Ursos desta semana, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, analisa os impactos imediatos e de médio prazo das tarifas para o mercado financeiro

MERCADOS

Ibovespa cai, dólar sobe a R$ 5,57 e frigoríficos sofrem na bolsa; entenda o que impacta o setor hoje

14 de julho de 2025 - 15:06

Enquanto Minerva e BRF lideram as maiores perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (14), a Brava Energia desponta como maior alta desta tarde

A LIDERANÇA ESCAPOU

Na batalha da B3, Banco do Brasil (BBAS3) volta a perder para o Itaú (ITUB4) em junho, mas segue à frente de Bradesco (BBDC4)

14 de julho de 2025 - 12:25

Em junho, as ações do banco estatal caíram para o quarto lugar em volume negociado na B3, segundo levantamento do DataWise+

O SOL NASCERÁ?

Gestores de fundos imobiliários passam a ficar otimistas, após sentimento negativo do 1º semestre; saiba os motivos

13 de julho de 2025 - 15:57

Após pessimismo da primeira metade do ano, sentimento vira e volta para o campo positivo, com destaque para os setores de escritórios e aluguel residencial

RANKING SEMANAL

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) se salvaram, mas não a Embraer (EMBR3); veja as maiores altas e quedas do Ibovespa na última semana

12 de julho de 2025 - 15:46

Bolsa brasileira sentiu o impacto do tarifaço de Trump, sobretudo sobre as empresas mais sensíveis a juros; BRF (BRFS3) fechou com a maior alta, na esteira da fusão com a Marfrig (MRFG3)

MERCADOS HOJE

Trump volta a derrubar bolsas: Ibovespa tem a maior perda semanal desde 2022; dólar sobe a R$ 5,5475

11 de julho de 2025 - 12:59

A taxação de 35% ao Canadá pressionou os mercados internacionais; por aqui, a tarifa de 50% anunciada nesta semana pelo presidente norte-americano seguiu pesando sobre os negócios

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar