Mercado Livre (MELI34) já não brilha para o JP Morgan: bancão corta preço-alvo das ações em Wall Street — e aponta dois principais culpados
Diante das perspectivas mais conservadoras para o futuro das ações da varejista em Nova York, os analistas mantiveram recomendação neutra para os papéis

Outrora figurinha carimbada na lista de ações favoritas do varejo, o Mercado Livre (MELI34) agora se encontra cada vez mais na lanterna na fila de preferências do mercado. Depois de perder o brilho para o JP Morgan, agora, o Meli teve o preço-alvo para as ações em Wall Street dilacerado pelo banco de investimentos.
O banco norte-americano cortou a meta de preço de US$ 2.150 para US$ 1.950 para dezembro de 2025. A nova cifra implica em um potencial de valorização limitado de 10% em relação ao último fechamento.
Diante das perspectivas mais conservadoras para o futuro das ações da varejista em Nova York, os analistas também mantiveram recomendação neutra para os papéis. Agora, o banco prefere outras ações de tecnologia, como VTEX e Intelbras.
Quais os culpados para a visão menos otimista com Mercado Livre (MELI34)?
Na avaliação do JP Morgan, há dois principais culpados para a visão menos otimista com o futuro do Mercado Livre (MELI34):
- O impacto do real enfraquecido;
- O aumento no custo de capital do Mercado Livre devido a taxas livres de risco mais altas nos EUA e riscos combinados mais elevados nos países de atuação;
O principal “motivador” para o corte no preço-alvo das ações do Meli é a expectativa mais baixa para o câmbio, especialmente no Brasil. Vale lembrar que o real acumula desvalorização de 25% frente ao dólar nos últimos 12 meses.
Diante das projeções mais fracas para a moeda brasileira e de ajustes em investimentos e despesas, as estimativas do JP Morgan para a lucratividade do Meli também caíram.
Leia Também
Veja a mudança das perspectivas do banco por indicador:
- Ebit (lucro antes de juros e impostos): -9% para 2025;
- Ebit: -4% para 2026.
- Lucro por ação (EPS): -8% para 2025;
- Lucro por ação: -3% para 2026.
Por outro lado, o banco vê potencial de alta para a receita em 2026.
Para os analistas, o quarto trimestre de 2024 do Mercado Livre será forte do lado do comércio, impulsionado pelo sucesso da Black Friday nos últimos meses, mas com Ebit fraco.
Segundo os economistas, o GMV (volume bruto de mercadorias, indicador de volume de receita gerada nos canais digitais) deve crescer 40% ao ano entre outubro e dezembro em moeda local.
Já do lado da divisão financeira, a expectativa é que haja uma recuperação sazonal nos spreads das margens — mas os investimentos em logística, tecnologia e crédito devem continuar a pressionar a margem operacional.
O que esperar das ações do Meli?
Na visão dos analistas, os múltiplos do Mercado Livre hoje permanecem “exigentes”.
Nas contas do banco, o valuation, medido pelo valor de firma sobre Ebitda (EV/Ebitda), do Meli gira em torno de 23 vezes para 2025 e de 19 vezes para 2026.
Já outros pares como Amazon negociam a um valuation de 14 vezes para este ano e de 12 vezes para 2026, enquanto o múltiplo da Sea Ltd é de 20 vezes e 15 vezes, respectivamente.
- VEJA MAIS: Evento gratuito do Seu Dinheiro com especialistas da Empiricus, BTG Pactual, Pátria, EQI Research e outros gigantes ajuda a preparar carteira para 2025; retire seu ingresso aqui
Para o JP Morgan, uma melhora na trajetória das ações em Wall Street dependeria de melhorias nas estimativas financeiras do Mercado Livre — o que os analistas não veem como cenário-base.
“O Meli ainda está em uma fase de investimentos e provavelmente não atingirá ou superará as estimativas do consenso de mercado, devido ao aumento de despesas logísticas e ao crescimento do negócio de cartões de crédito, que tem margens estruturalmente mais baixas”, disse o banco.
Uma aposta de longo prazo
Apesar da visão menos construtiva para as ações do Meli no curto prazo, o JP Morgan continua a ver a varejista argentina como um player promissor no longo prazo, com resultados “muito fortes” no futuro.
Isso porque o e-commerce na América Latina continua subpenetrado hoje, o que oferece espaço para ganhos de participação de mercado do Meli na região.
Além disso, o crescimento da divisão de publicidade Mercado Ads tem potencial para elevar significativamente as margens do Meli, segundo os analistas.
Por fim, uma posição sólida do Mercado Pago no mercado financeiro pode impulsionar os números do Mercado Livre, com vantagens em custos de aquisição de clientes e uma vastidão de dados proprietários de transações no e-commerce.
Shein ainda é a varejista de moda mais barata no Brasil, mas diferença diminui, diz BTG Pactual
Análise do banco apontou que plataforma chinesa ainda mantém preços mais baixos que C&A, Renner e Riachuelo; do outro lado da vitrine, a Zara é a mais cara
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Valendo mais: Safra eleva preço-alvo de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). É hora de comprar?
Cenário mais turbulento para as empresas não passou despercebido pelo banco, que não alterou as recomendações para os papéis
Mercado Livre (MELI34) é a ação favorita do Safra para tempos difíceis: veja os três motivos para essa escolha
O banco é otimista em relação ao desempenho da gigante do comércio eletrônico, apesar do impacto das “dores de crescimento” nos resultados de curto prazo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)