Bateu Azzas (AZZA3) e não voou: ações lideram perdas do Ibovespa após balanço fraco. O que desagradou o mercado?
A varejista registrou uma queda de 35,8% no lucro líquido do quarto trimestre de 2024 na comparação anual, para R$ 168,9 milhões. Veja os destaques do balanço

A Azzas 2154 (AZZA3) deu um tropeço e tanto no desfile de moda da bolsa brasileira nesta quarta-feira (12), com resultados operacionais fracos pressionando as ações pela manhã.
Por volta das 11h15, os papéis caíam 8,25%, negociados a R$ 24,25. No acumulado de 12 meses, a desvalorização chega a 57% na B3.
O fraco desempenho da varejista no trimestre começa pela linha da lucratividade.
A companhia, resultado da fusão entre Arezzo e Grupo Soma, registrou uma queda de 35,8% no lucro líquido do quarto trimestre de 2024 na comparação anual, em base proforma, para R$ 168,9 milhões.
- VEJA MAIS: Onde investir em março? Analistas recomendam as melhores ações, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas para este mês
A queda do lucro foi resultado de pressões de margem bruta maiores do que o esperado devido a descontos em meio à otimização do portfólio e maiores despesas gerais e administrativas devido a investimentos para fomentar o crescimento, além de gastos duplicados devido à transição de liderança na Arezzo&Co.
A Azzas também atribui a menor lucratividade em 2024 à aprovação da Lei 14.789/23, que resultou em um substancial acréscimo da carga tributária.
Leia Também
Segundo a empresa, excluindo os efeitos relacionados à nova legislação, o lucro líquido recorrente teria sido de R$ 241,5 milhões no 4T24, uma queda de apenas 8,1% na comparação pro forma contra o mesmo trimestre de 2023.
Veja outros destaques do balanço:
- Ebitda: R$ 519,2 milhões (+4,1% a/a):
- Margem Ebitda: 15,3% (-1,4 ponto percentual a/a);
- Receita líquida: R$ 3,4 bilhões (+13,4% a/a);
- Despesas: -R$ 1,52 bilhão (+16,4% a/a);
- Margem líquida: 5,0% (-3,8 pontos percentuais a/a).
As linhas do balanço da Azzas (AZZA3) que frustraram os investidores
Para a XP Investimentos, a Azzas 2154 (AZZA3 entregou mais um trimestre nublado, com margens pressionadas pelos ajustes operacionais pós-fusão entre Arezzo e Grupo Soma.
A frustração do mercado não foi apenas com a lucratividade da varejista no quarto trimestre, mas também deve-se à rentabilidade.
O Ebitda ajustado, indicador usado pelo mercado para mensurar a capacidade de geração de caixa operacional de uma empresa, veio bem abaixo das expectativas do mercado, enquanto a geração de caixa foi outro ponto negativo, com uma queima de aproximadamente R$ 150 milhões no trimestre.
Para o BTG Pactual, a Azzas 2154 apresentou resultados mistos, com boa receita, mas maior pressão no Ebitda devido a despesas de integração das operações da Arezzo e da Soma, e otimização do portfólio.
Segundo o JP Morgan, esses indicadores ofuscaram tendências um pouco melhores nas receitas e o novo foco da administração na melhoria do fluxo de caixa e retornos em 2025.
“Apesar da Azzas ser um dos nomes mais vendidos (shorteados) em nosso universo de cobertura e negociar a um múltiplo acessível de 7 vezes o preço/lucro estimado para 2025, esperamos que as ações reajam negativamente aos resultados”, projetaram os analistas.
O Goldman Sachs também avalia que a Azzas 2154 relatou um sólido crescimento nas vendas no 4T24, mas a margem decepcionou em meio a ajustes contínuos.
“A gestão procurou adotar um tom otimista sobre as perspectivas para 2025, com foco principal em impulsionar a alavancagem operacional e os ganhos de eficiência para melhorar os retornos e a geração de caixa. No entanto, a expectativa de um período potencialmente prolongado de taxas de juros mais altas levou a empresa a focar na geração de caixa”, disse o Goldman.
- E MAIS: Calendário de resultados da semana inclui Eletrobras, CSN, Magazine Luiza e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
Para a Empiricus Research, esse foi um trimestre ainda bastante poluído pelas despesas relacionadas à fusão e à reciclagem do portfólio de marcas, "passos necessários para absorver as sinergias".
Como a companhia espera uma diluição substancial das despesas em 2025 como resultado das sinergias da fusão, a Empiricus prevê ganhos de rentabilidade, enquanto as vendas devem sustentar um ritmo de crescimento decente.
O brilho do vestuário
As vendas consolidadas da Azzas 2154 cresceram 15% na base anual, lideradas pelo vestuário feminino, que subiu 23%, e masculino, que avançou 21% contra o 4T23.
O desempenho também foi ajudado pelo sólido crescimento de 18% no comparativo anual na Hering.
Em termos operacionais, do lado positivo, o segmento de vestuário foi o destaque em termos de crescimento.
O crescimento da Azzas foi um pouco melhor do que o esperado pelos analistas, impulsionado pela unidade de negócios de Roupas Femininas do antigo Grupo Soma, excluindo a Hering.
Também houve avanço relevante nas unidades de negócios de Roupas Masculinas e Vestuário Democrático (que inclui marcas como Hering).
Já os segmentos de Calçados e Acessórios operaram de forma mais fraca no trimestre, com um crescimento próximo à inflação no período. A gestão da Azzas atribuiu esse desempenho inferior à maior aversão ao risco dos clientes de atacado, dada a atual conjuntura de juros e ao processo de reviravolta da marca Schutz.
Leia também:
- Azzas 2154 (AZZA3) enxuga portfólio: a estratégia ganhou mesmo a aprovação do mercado?
- Azzas 2154 anuncia novo CEO e saída de fundadores da Reserva em meio à transição da AR&Co e fusão com dona da Hering
- Azzas 2154: fusão de Arezzo e Soma deve adicionar R$ 1,1 bilhão em receita à nova gigante do varejo em 2027
Vale a pena comprar as ações da Azzas (AZZA3) na baixa?
Ainda que as ações da Azzas (AZZA3) estejam em baixa, com recuo acumulado de quase 60% em 12 meses, os analistas não acreditam que o mercado esteja disposto a aproveitar o desconto para colocar os papéis na carteira agora.
“Desde o início do processo de integração, o desempenho das ações tem sido principalmente ditado pelas notícias sobre a fusão Arezzo-Grupo Soma (principalmente as sinergias do acordo) e esperamos que continue assim”, avaliou o BTG.
Para o banco, operações de fusões e aquisições (M&As) no varejo nunca são fáceis, principalmente entre grandes players, o que pode significar que a captura de sinergias possa levar mais tempo.
“Por ser um negócio complexo que cria um grande player com múltiplas marcas (e culturas diferentes) em vestuário/calçados, sem mencionar os riscos de execução no processo de integração, esses fatores devem significar que o mercado ficará em modo de espera antes de pagar antecipadamente por todos esses ganhos”, disseram os analistas.
Apesar das perspectivas mais conservadoras para o apetite dos investidores, o BTG tem recomendação de compra para as ações AZZA3.
O JP Morgan e o Goldman Sachs também contam com recomendação “outperform”, equivalente a compra, para a Azzas 2154.
"Com o sell-off [vendas] após o resultado, a companhia negocia a 8,2 vezes o lucro que projetamos para 2025, o que consideramos atrativo diante dos pares", avaliou Larissa Quaresma, analista da Empiricus.
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras
André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado
A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo
O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo
De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente
Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes
FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação
O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação
O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim
Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial
O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso
As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim