Ações do Magazine Luiza (MGLU3) saltam 10% com Ibovespa nas alturas. O que está por trás da pernada da bolsa hoje?
Por volta das 15h08, o principal índice de ações da B3 subia 2,78%, aos 126.861 pontos, com as ações cíclicas dominando a ponta positiva

Para quem se acostumou com consecutivos tombos do Ibovespa devido às pressões do cenário macroeconômico, o pregão desta quinta-feira (30) chegou para surpreender os investidores com os mais diversos tons de verde tingindo a tela de cotações da bolsa brasileira.
Por volta das 15h08, o principal índice de ações da B3 subia 2,78%, aos 126.861 pontos. No fechamento, o indicador avançou 2,82%, aos 126.912,78 pontos.
Com o Ibovespa nas alturas, ações cíclicas — caso das varejistas e dos negócios que costumam operar mais alavancados, como os dos setores de educação e locação de automóveis — tomaram impulso e lideram a ponta positiva da B3 nesta tarde.
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O Magazine Luiza (MGLU3) puxava a ponta positiva do índice, com ganhos de 10,47%, seguido por Yduqs (YDUQ3, +8,48%) e LWSA (LWSA3, +7,21%).
No fechamento, as ações MGLU3 fecharam em alta de 12,59%, a R$ 7,42.
Apenas quatro papéis operam no vermelho hoje: Petz (PETZ3), com queda de 2,01%, Braskem (BRKM5), que recua 1,48%, BB Seguridade (BBSE3), que cai 1,26%, e JBS (JBSS3), com baixa de 0,26%.
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Magazine Luiza (MGLU3) e outras altas do Ibovespa por volta das 15h08:
Nome | Ticker | Último | Variação |
---|---|---|---|
Magazine Luiza ON | MGLU3 | R$ 7,28 | 10,47% |
YDUQS ON | YDUQ3 | R$ 10,23 | 8,48% |
LWSA ON | LWSA3 | R$ 3,42 | 7,21% |
CSN Mineração ON | CMIN3 | R$ 5,60 | 7,28% |
CVC Brasil ON | CVCB3 | R$ 1,92 | 6,67% |
Vivara ON | VIVA3 | R$ 22,08 | 6,56% |
Hapvida ON | HAPV3 | R$ 2,44 | 6,55% |
Totvs ON | TOTS3 | R$ 33,09 | 6,23% |
Bradesco PN | BBDC4 | R$ 12,19 | 5,91% |
CSN ON | CSNA3 | R$ 9,32 | 5,91% |
Juros, inflação e o Ibovespa hoje
A melhora no apetite dos investidores com o Ibovespa é resultado de uma combinação de fatores macroeconômicos que ajudaram na percepção de um ciclo mais curto de aperto monetário no Brasil.
Na noite passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
O Banco Central também deixou contratada mais uma alta da mesma magnitude para a próxima reunião, o que colocará os juros no patamar de 14,25% a.a em março.
No entanto, o colegiado não sinalizou uma continuidade de aumentos para além do encontro que vem por aí, o que aumentou as expectativas do mercado de que o ciclo de altas esteja próximo do fim.
Esse movimento levou os juros futuros (DIs) à queda nesta manhã, aliviando a pressão sobre as ações cíclicas como o Magalu (MGLU3).
Isso porque, quando o mercado acredita que a tendência futura da Selic pode ser menos agressiva do que o previsto, os DIs recuam. Isso gera um efeito positivo para a bolsa, já que os juros mais baixos no horizonte reduzem o custo de financiamento das empresas e tornam os investimentos em renda variável mais atrativos em relação à renda fixa.
“Ontem, o Copom deixou em aberto se de fato continuaria subindo a taxa Selic na terceira reunião do ano. Essa sinalização mais branda do Banco Central animou os mercados, dado que a curva de juros futuros já estava precificando uma Selic ainda maior no decorrer do ano”, disse Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital.
Em entrevista coletiva nesta tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também reafirmou o compromisso com a responsabilidade fiscal e adotou um tom mais brando sobre a decisão do Copom.
Lula afirmou que a decisão do Copom já era esperada e que “não esperava milagre”. Além disso, o petista falou sobre a questão fiscal e enfatizou: "Neste governo, não haverá irresponsabilidade fiscal".
Na avaliação de Ian Toro, especialista de renda variável da Melver, os comentários de Lula tiveram um peso moderado no comportamento do mercado, mas não foram o principal fator de influência — e sim, os dados macroeconômicos e a decisão do Copom.
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Vem desaceleração econômica pela frente
Além do alívio das expectativas de juros no país, os DIs longos também reagiram à queda nos rendimentos (yields) dos Treasurys, os títulos de dívida do governo dos Estados Unidos, nesta quinta-feira.
Outro ponto que impulsiona a bolsa brasileira hoje são notícias, tanto no Brasil como nos EUA, que refletem uma desaceleração da economia, que tem como reflexo uma tendência de queda da inflação.
No campo doméstico, os novos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sinalizaram uma desaceleração da economia brasileira — o que resultaria em um peso menor da inflação e maior espaço para o Copom interromper a rodada de aumentos da Selic.
Segundo o Caged, o país fechou mais vagas formais de trabalho do que o esperado em dezembro, com a eliminação líquida de 535.547 vagas, resultado de 1.524.251 admissões e 2.059.798 desligamentos
Já na Terra do Tio Sam, as vendas de imóveis caíram 5,5%, contrariando as expectativas dos analistas, que previam uma alta de 0,4%.
“Novamente, isso surpreendeu o mercado de forma positiva, dado que o Federal Reserve [Fed, o BC norte-americano] anunciou que precisa observar sinais mais claros de desaceleração no mercado de trabalho e na economia para voltar a reduzir os juros. Uma queda na venda de imóveis pendentes aumenta as chances de observarmos uma queda na inflação ao longo dos próximos meses”, disse Belitardo.
E o que os juros nos EUA têm a ver com o desempenho do Ibovespa, você se pergunta? Basicamente, se o Fed reduzir a taxa de juros, maior será a possibilidade do Brasil poder reduzir a Selic em uma maior intensidade.
“O investidor deve ter cautela. O movimento positivo reflete a interpretação do mercado em relação ao anúncio de ontem. No entanto, essa reação pode ser apenas um ajuste técnico ou um reflexo de euforia momentânea. O Banco Central ainda não deu garantias sobre o futuro da Selic, e novas pressões inflacionárias podem levar a revisões no cenário”, destacou Ian Toro, da Melver.
Para Toro, ainda que o viés seja positivo no curto prazo, o cenário para o Ibovesa nos próximos meses ainda depende de variáveis-chave que podem limitar essa alta, como:
- A evolução das contas públicas no Brasil, ou seja, política fiscal.
- A trajetória da inflação e a postura do Banco Central nos próximos meses.
- O comportamento da economia global e o impacto das decisões do Federal Reserve sobre os mercados emergentes.
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