O corte de juros nos EUA é inadiável? A surpresa no dado que levou o S&P 500 a flertar com outro recorde e pode trazer oportunidade para o investidor
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano entrou em território deflacionário em junho, na comparação mensal, e abre uma porta para os ativos mais arriscados; entenda como

Para participar de qualquer uma das famosas corridas ao redor do mundo, não basta ter grana para a inscrição e para a viagem, além do preparo físico. É preciso ter um bom índice e ser sorteado. Na maratona dos juros do Federal Reserve (Fed), um índice não basta, é preciso ter confiança.
Nesta quinta-feira (11), mais um indicador credenciou o início do ciclo de corte da taxa referencial nos EUA, segundo os especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano caiu 0,1% em junho em relação a maio, reduzindo a inflação anual para 3%. Economistas consultados pela Dow Jones esperavam um aumento mensal de 0,1% e anual de 3,1%.
O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, atingiu uma taxa anual de 3,3%, também inferior ao esperado pelos economistas.
- Ainda dá pra ganhar dinheiro com a bolsa este ano? Os FIIs vão superar o mal estar econômico? ETF de Ethereum vai sair? Veja o “Onde Investir” deste mês e descubra as respostas
A reação do mercado e suas apostas
Em reação ao dado surpresa, o S&P 500 voltou a flertar com recordes intradiários, os yields (rendimentos) dos títulos do Tesouro norte-americano renovaram as mínimas e passaram a queda. Por aqui, os juros futuros (DIs) — que iniciaram a sessão em alta — inverteram o sinal e também renovaram as mínimas.
O DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de moedas fortes, estendeu as perdas e passou a cair a 0,50%. O dólar à vista renovou mínima ante o real, a R$ 5,3704 (-0,78%).
Leia Também
Imediatamente, as probabilidades de corte de juros em setembro aumentaram para mais de 80%, de acordo com dados compilados pelo CME Group com base na ferramenta FedWatch.
Atualmente, os juros nos EUA estão sendo mantidos na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano — o maior nível em mais de duas décadas.
- Leia também: EUA: a história que o dado de emprego de junho conta e que pode mudar o rumo dos juros na maior economia do mundo
O dado que credencia o corte de juros nos EUA
Jerome Powell, presidente do Fed, já disse repetidamente que precisa ter confiança na trajetória descendente e sustentável da inflação para começar a cortar os juros por lá.
Segundo o chefão do BC dos EUA, um dado apenas não é o suficiente para convencer os membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) a iniciar o afrouxamento monetário.
O CPI de junho marca a terceira desaceleração seguida, colocando o dado em território deflacionário na comparação mensal.
“Isto é exatamente o que o Fomc procura. Não só a medida ampla caiu a território deflacionário, mas o tão esperado ajuste mais baixo nos preços das moradias também parece estar em curso, enquanto os preços dos bens básicos continuaram a descer”, disse Thomas Feltmate, diretor e economista sênior da TD Economics.
Ele lembra que nos depoimentos desta semana ao Congresso, Powell descreveu o relatório de inflação de maio como muito bom, o que tornaria o relatório de hoje excelente.
“Se as próximas duas leituras de inflação permanecerem mais fracas, um corte nos em setembro parece estar em jogo”, afirmou Feltmate.
- E-BOOK LIBERADO: o Seu Dinheiro consultou especialistas do mercado financeiro para descobrir onde estão as melhores oportunidades de investimento para o 2º semestre de 2024; baixe aqui
James Knightley, economista-chefe internacional do ING, disse que o CPI de junho deve aumentar a confiança do Fed de que a inflação está no caminho de atingir de forma sustentável a meta de 2%.
“As probabilidades de corte nos juros em setembro estão aumentando, assim como a nossa crença de que o Fed irá cortar a taxa três vezes este ano, em vez de apenas os dois cortes precificados pelos mercados”, afirmou.
André Valério, economista sênior do Inter, lembra que as três últimas leituras do CPI junto com os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho devem fazer o Fomc reavaliar o balanço de riscos.
“Sendo assim, mantemos nosso cenário de início do ciclo de cortes na reunião de setembro, com uma pausa em novembro e outro corte em dezembro. Esperamos que na reunião ao fim desse mês o comitê estabeleça as fundações para iniciar o ciclo de cortes”, afirmou.
A próxima reunião do Fomc está marcada para os dias 30 e 31 de julho.
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
A tarifa como arma, a recessão como colateral: o preço da guerra comercial de Trump
Em meio a sinais de que a Casa Branca pode aliviar o tom na guerra comercial com a China, os mercados dos EUA fecharam em alta. O alívio, no entanto, contrasta com o alerta do FMI, que cortou a projeção de crescimento americano e elevou o risco de recessão — efeito colateral da política tarifária errática de Trump.
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Trump recua e bitcoin avança: BTC flerta com US$ 94 mil e supera a dona do Google em valor de mercado
Após a Casa Branca adotar um tom menos confrontativo, o mercado de criptomoedas entrou em uma onda de otimismo, levando o bitcoin a superar o valor de mercado da prata e da Alphabet, controladora do Google
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
JBS (JBSS3) aprova assembleia para votar dupla listagem na bolsa de Nova York e prevê negociações em junho; confira os próximos passos
A listagem na bolsa de valores de Nova York daria à JBS acesso a uma base mais ampla de investidores. O processo ocorre há alguns anos, mas ainda restam algumas etapas pela frente
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
Bitcoin (BTC) em alta: criptomoeda vai na contramão dos ativos de risco e atinge o maior valor em semanas
Ambiente de juros mais baixos costuma favorecer os ativos digitais, mas não é só isso que mexe com o setor nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos