De Elon Musk a âncora da Fox News: ministros escolhidos por Donald Trump agradam correligionários e deixam críticos de cabelo em pé
De lado a lado, elogios e críticas às escolhas de Donald Trump para seu gabinete de governo têm motivos parecidos

Ainda faltam dois meses para o início do segundo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. No entanto, os ministros escolhidos por ele até o momento agradaram seus correligionários na mesma medida em que deixaram os críticos de cabelo em pé.
Do bilionário Elon Musk a um âncora da Fox News, as críticas fundamentam-se principalmente sobre a mescla de radicalismo e fanfarronice nas indicações de Trump para o gabinete de governo.
O presidente-eleito ainda não definiu todo o gabinete. As primeiras nomeações nem causaram tanto rebuliço.
No entanto, as indicações feitas ontem à noite (12) por Trump e outros nomes ventilados para o ministério são vistos por analistas políticos norte-americanos como um aceno aos eleitores mais radicais do republicano.
Em essência, esse grupo afirma desprezar o que vê como um establishment político corrupto e manifesta desejo de vingança contra as elites políticas e financeiras do país, as quais acreditam estar vinculadas exclusivamente ao Partido Democrata.
Um cargo para o novo melhor amigo
O nome mais conhecido do público é o do bilionário Elon Musk.
Leia Também
Quando voltar à Casa Branca, Donald Trump vai inventar para seu novo melhor amigo o “Departamento de Eficiência Governamental”.
Em inglês, as iniciais desse ministério formam a sigla DoGE, exatamente como o código de negociação da memecoin favorita do bilionário.
Musk terá nessa pasta a companhia do ex-pré-candidato republicano Vivek Ramaswamy.
O dono da Tesla, da SpaceX e do X (antigo Twitter) prometeu “máxima transparência” à frente do ministério. Também disse que vai elaborar um ranking de “gastos mais absurdos” do governo.
O problema é que as empresas de Musk, o homem mais rico do mundo, têm diversos contratos com o governo norte-americano.
Para além dos óbvios conflitos de interesse, críticos chamam a atenção para o histórico de reclamações de Musk contra o que considera “excessos de regulação” por parte do governo.
No entanto, Elon Musk talvez seja apenas a ponta do iceberg do que virá a ser o segundo mandato de Donald Trump.
- LEIA TAMBÉM: Sorteio de cheques de US$ 1 milhão por Elon Musk levanta debate sobre possível compra de votos nos EUA
Um âncora da Fox News à frente do exército mais poderoso do mundo
O presidente-eleito dos EUA indicou Pete Hegseth para chefiar o Pentágono.
Hegseth é âncora da Fox News, emissora norte-americana de televisão cujos apresentadores parecem disputar quem é o mais trumpista.
Embora tenha servido no Iraque e no Afeganistão e trabalhe em favor de veteranos de guerra, Hegseth destoa do perfil comumente observado entre os secretários de Defesa dos EUA. A começar pela falta de trânsito entre militares de alta patente do exército mais poderoso do mundo.
Outras indicações de Trump
As nomeações de Elon Musk e Pete Hegseth colocam em segundo plano outras indicações de Donald Trump.
John Ratcliffe será o próximo diretor da CIA, o serviço de espionagem internacional do governo dos Estados Unidos.
Quando dirigiu os serviços de espionagem interna do país, Ratcliffe foi acusado de instrumentalizar os recursos do departamento em favor dos objetivos políticos de Trump.
Kristi Noem, governadora de Dakota do Sul, será a secretária de Segurança Interna. Ela é considerada uma estrela do movimento Make America Great Again, conhecido pelas iniciais Maga, de Donald Trump.
No entanto, não consta em favor da governadora nenhuma experiência específica nos temas de responsabilidade da pasta. A saber: manter o país inteiro seguro, combater o terrorismo e garantir a segurança cibernética, além de controlar a alfândega e as fronteiras.
Outra indicação que entrou na mira dos críticos foi a do governador do Arkansas, Mike Huckabee, para o posto de embaixador dos EUA em Israel.
Não é que Huckabee negue o direito dos palestinos a um Estado nacional. Ele nega a existência dos palestinos como um povo.
“Existem árabes, existem persas e há muita complexidade nisso tudo, mas não existe essa coisa de palestinos”, disse ele durante uma conversa com dois judeus ultraortodoxos filmada durante um ato de campanha em 2008.
Outros cargos ainda indefinidos por Trump
Considerado o cargo inventado para Elon Musk, Donald Trump terá um total de 23 ministros em seu gabinete de governo.
Isso significa que ainda muito a se definir nos próximos dias e semanas.
As mais cobiçada de todas as funções ministeriais é a chefia do Departamento de Estado.
Equivalente a um ministério de Relações Exteriores, o posto proporciona a seu ocupante poder e exposição na mídia não apenas local, mas internacional.
Nos últimos dias, a imprensa norte-americana noticiou que o senador Marco Rubio seria o preferido de Trump para a função.
No entanto, há relatos de que a indicação de um ex-crítico de Trump teria provocado descontentamento na base de eleitores do presidente-eleito.
Outra indicação com potencial de dar pano para a manga refere-se a quem irá chefiar o Departamento de Saúde dos EUA.
Trump pediu ao ex-candidato independente e agora aliado Robert F. Kennedy Junior que indique não apenas o próximo secretário, mas também os diretores de todas as agências regulatórias sob seu guarda-chuva..
Herdeiro de uma dinastia política historicamente ligada aos democratas, o sobrinho de John Kennedy e filho de Bob Kennedy ganhou notoriedade durante a pandemia ao disseminar desinformação sobre as vacinas contra a covid-19. Hoje ele diz que não é contra as vacinas, mas a favor de testes mais rigorosos.
*Com informações da BBC, da CNN e da Reuters.
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa
O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo
Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção
Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas
Consequências perpétuas: a resposta do Irã ao envolvimento direto dos EUA na guerra de Israel
Enquanto não toma uma decisão mais dura, Teerã lança a 20ª onda de ataques com mísseis e drones contra alvos militares israelenses
Uma declaração de guerra? Ou haverá paz ou haverá tragédia, diz Trump em pronunciamento após ataques ao Irã
O presidente norte-americano falou pela primeira vez à televisão pouco mais de uma hora depois de anunciar uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas; o primeiro-ministro de Israel também discursa
EUA entram na guerra de Israel contra o Irã: o que está em jogo após o ataque histórico com aval de Trump
O presidente norte-americano anunciou neste sábado (21) uma ofensiva contra instalações nucleares, incluindo Fordow — uma usina que fica em uma região montanhosa e a 90 metros de profundidade
Israel ataca 5ª instalação nuclear do Irã e tensão aumenta entre países
Não foram detectados vazamentos radioativos, mas agência da ONU alerta para os riscos
Motosserra segue ativa: Milei quer mais corte de gastos na Argentina para atingir uma meta pessoal
O presidente fechou um acordo com o FMI para conseguir um empréstimo, mas estabeleceu um objetivo próprio para o país em 2025
Luz amarela no Japão: por que o salto dos rendimentos dos títulos do governo deixou o mercado em alerta (de novo)
Em maio, o retorno dos chamados JGBs de 40 anos subiram para 3,675% — atingindo o maior nível desde 2007