Casas Bahia (BHIA3): CEO aposta em “volta às origens” em busca da rentabilidade perdida — mas lucro só deve voltar de forma recorrente em 2025
Varejista deve tirar o pé da concorrência com nomes como Mercado Livre e se concentrar na venda de produtos com maior retorno, diz Renato Franklin, CEO da Casas Bahia

A Casas Bahia (BHIA3) enfim começou a colher os primeiros frutos da reestruturação iniciada há um ano. Em busca da rentabilidade perdida, a varejista comandada por Renato Franklin decidiu “voltar às origens”. Assim, reduziu o escopo de apostas em produtos, cortou custos e despesas e focou naquilo que de fato “dá dinheiro”.
“Na estratégia de longo prazo, a gente quer realmente nos fortalecer como destino especialista”, afirmou o CEO, em entrevista ao Seu Dinheiro. Não à toa, a empresa parou de vender 23 categorias de produtos de menor valor no segundo trimestre de 2024.
Para o executivo, atualmente as varejistas locais e rivais estrangeiras “brigam pela mesma coisa, num negócio que tem margens muito baixas e um custo muito caro para crescer” — mas o objetivo da Casas Bahia é sair desta competição e se posicionar como o primeiro especialista.
“Tem players como Mercado Livre que vendem de tudo para todo mundo, e a gente estava caminhando para uma estratégia eventualmente parecida com essa”, afirmou o diretor financeiro (CFO) da varejista, Elcio Ito.
Nesse sentido, a Casas Bahia decidiu se voltar para as próprias fortalezas, o que inclui ampliar o foco no que gera retorno e nas categorias core, de acordo com o diretor.
Entre perda de receita e maior rentabilidade
Em meio à “volta ao básico”, o plano de transformação da Casas Bahia (BHIA3) também trouxe efeitos colaterais. Entre eles a perda de receita, que caiu 13,5% no segundo trimestre em base anual.
Leia Também
É por isso que a “redução de despesas e custos”, que incluiu o fechamento de 54 lojas, nove centros de distribuição e redução do quadro de funcionários em cerca de 10 mil pessoas, continua sendo uma etapa fundamental do plano da varejista.
“A gente sabia que a receita iria cair e o nosso desafio era não que essa queda não fosse tão grande, mas conseguimos fazer com que a equação ficasse balanceada. À medida que a gente volte a crescer de forma rentável, a margem potencial de crescimento será muito grande porque a gente já ajustou para um patamar de curso estrutural mais ajustado.”
Na avaliação de Franklin, a venda de ativos pode ser uma forma de a Casas Bahia levantar caixa nos próximos 12 meses — e hoje a varejista possui seis imóveis que podem ser vendidos ou locados em operações de "sale & leaseback” no próximo ano, com valor total estimado em R$ 200 milhões.
Casas Bahia (BHIA3): um novo cenário de lucros e expansão em vista?
Do lado financeiro, ainda que o mercado tenha se surpreendido com o anúncio do primeiro resultado positivo desde o início da reestruturação, a expectativa é que esse cenário não volte a se repetir em 2024.
Afinal, segundo o diretor financeiro da Casas Bahia, nesse momento, a lucratividade não é o foco atual da varejista.
- Está no ar o programa “Onde Investir em Agosto”, do Seu Dinheiro em parceria com a Empiricus. Confira mais de 20 recomendações de investimentos para o mês clicando aqui.
“Foi um efeito não recorrente [do reperfilamento de dívidas] que nos levou ao lucro neste trimestre, mas isso não significa que a nossa vida mudou para lucros daqui para frente. Estamos caminhando a passos sequenciais e graduais”, afirmou.
Lembrando que a Casas Bahia entrou em recuperação extrajudicial no fim de abril, quando fechou acordo com os credores para equacionar em torno de R$ 4,1 bilhões em dívidas.
A expectativa do CFO é que os resultados positivos de forma recorrente aconteçam apenas a partir do segundo ou terceiro trimestre de 2025.
Na avaliação de Renato Franklin, uma das principais avenidas para ganho de participação de mercado (market share) da Casas Bahia será a melhora da experiência dos clientes nos canais digitais.
“Estamos focados nessas melhorias no site primeiro para depois acelerar o crescimento, que deve acontecer por volta do segundo semestre do ano que vem. Por enquanto, estamos protegendo o nosso market share.”
Além da operação de e-commerce, o CEO vê a possibilidade de uma retomada do ciclo de expansão geográfica da expansão da operação física da varejista no Brasil no segundo semestre de 2025.
“A gente tem um share muito alto no Sudeste, mas em outras regiões do Brasil, nossa participação ainda é perto de 10%, então tem muito potencial de crescimento. Em loja física, só atendemos 500 cidades, mas na nossa visão, há pelo menos 200 municípios que a gente poderia ter lojas Casas Bahia e crescer lá na frente.”
Questionado sobre potenciais parcerias comerciais com varejistas internacionais — como aconteceu entre o Magazine Luiza e o AliExpress —, o CEO afirmou que há interesse de players internacionais, mas não faz sentido para “o momento atual da companhia”.
Entenda a resolução do BC que estremeceu as provisões dos bancos e custou ao Banco do Brasil (BBAS3) quase R$ 1 bilhão no resultado do 1T25
Espelhada em padrões internacionais, a resolução 4.966 requer dos bancos uma abordagem mais preventiva e proativa contra calotes. Saiba como isso afetou os resultados dos bancões e derrubou as ações do Banco do Brasil na B3
De São Paulo a Xangai em um clique: China abre seu mercado de ações para o Brasil em uma parceria rara de ETFs recíprocos
Primeiros fundos lançados na B3 para investir direto em ações chinesas são da Bradesco Asset e já estão sendo negociados
Se não houver tag along na oferta de Tanure pela Braskem (BRKM5), “Lei das S.A. deixou de nos servir”, diz presidente da Amec
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Fábio Coelho explica os motivos pelos quais a proposta do empresário Nelson Tanure pelo controle da Braskem deveria acionar o tag along — e as consequências se o mecanismo for “driblado”
“Estou decepcionado”: Elon Musk reclama de projeto de Trump sobre impostos e gastos nos EUA
O bilionário soltou o verbo em relação a um importante projeto de lei do presidente norte-americano, que pode dar fôlego à política de deportações
Magazine Luiza (MGLU3) aprova novo programa de recompra de até R$ 93,4 milhões em ações
A operação prevê a aquisição de até 10 milhões de ações ordinárias e vai ocorrer no período de 18 meses
Após alta do IOF, contas em dólar ainda valem mais a pena que cartões pré-pagos e cartões de crédito? Fizemos as contas
Comparamos cotações de contas como Wise, Nomad, Avenue e as contas globais de bancos com a compra de papel-moeda, cartões pré-pagos e cartões de crédito internacionais
Ser Educacional (SEER3): com ação subindo 126% no ano, CEO diz que nova regulação do EaD é ‘oportunidade’ e aposta no curso de medicina
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Jânyo Diniz conta por que enxerga oportunidade com a nova regulamentação, fala sobre os resultados da empresa e o pagamento de dividendos
Sem OPA na Braskem (BRKM5)? Por que a compra do controle por Nelson Tanure não acionaria o mecanismo de tag along
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro avaliam que não necessariamente há uma obrigatoriedade de oferta pública de Tanure pelas ações dos minoritários da Braskem; entenda
Não dá mais para adiar: Ibovespa repercute IPCA-15 enquanto mudanças no IOF seguem causando tensão
Bolsas de Nova York voltam de feriado ainda reagindo ao mais recente recuo de Trump na guerra comercial
Grupo Toky, antiga Mobly (MBLY3), adia estreia do novo ticker TOKY3 para suas ações na B3; veja nova data
Estreia do código TOKY3 era para ter ocorrido nesta segunda (26); empresa alega questões técnicas da B3
Shopee e Mercado Livre (MELI34) travam disputa por consumidores — e vendedores — brasileiros e anunciam mudanças nas políticas de entrega
Shopee quer ampliar pontos de retirada e alcançar até 1.000 cidades, enquanto o Mercado Livre aumentou seus descontos no preço do frete
A estratégia da Cury (CURY3) que impulsiona as ações em 75% no ano e coloca dividendos no bolso do acionista, segundo o CFO
Seu Dinheiro conversou com João Carlos Mazzuco sobre a faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, dividendos, cenário macro e mais; confira
Seu próximo tênis da Nike vai ser mais caro — e provavelmente, da Adidas e da Puma também; entenda
Impacto da guerra comercial é inegável para o encarecimento das importações, embora a empresa não tenha citado as tarifas como justificativa para as altas de preços
Novo IOF pode diminuir lucro de varejistas: JP Morgan avalia Magazine Luiza (MGLU3), Assaí (ASAI3) e Natura (NTCO3) como as mais afetadas
O maior impacto, segundo os analistas, é para os fornecedores das empresas, mas repasse pela cadeia é uma possibilidade que deságua em maiores preços para os clientes na ponta
Para CEO do Nubank, a palavra da vez para 2025 é eficiência — a começar pelo alto escalão do banco digital
Em entrevista à Bloomberg News, David Vélez afirmou que o objetivo das mudanças no Nu é aumentar a eficiência e reduzir a verticalização extrema do banco
Ciclismo de luxo: 7 hotéis com serviços especializados para bicicletas, da Provença ao Rio de Janeiro
Priorizando os ciclistas, estas propriedades oferecem desde serviços de lavanderia especializada até rotas personalizadas
Nova moda: fundos imobiliários negociados fora da bolsa têm atraído investidores, mas valem a pena? Conheça os fundos cetipados
Os fundos cetipados proporcionam um maior conforto para o investidor em relação à volatilidade das cotas e vêm chamando a atenção do mercado com o ciclo de alta dos juros no Brasil; mas a liquidez é um forte ponto negativo
Dinheiro na mão é solução: Medidas para cumprimento do arcabouço testam otimismo com o Ibovespa
Apesar da forte queda de ontem, bolsa brasileira segue flertando com novas máximas históricas
Em busca da renda passiva: quanto (e como) investir em ações e FIIs para ganhar R$ 5 mil por mês em dividendos
Simulamos quanto você precisa juntar para gerar essa renda extra e trazemos sugestões de ativos que podem ajudar na empreitada
Fundador do Mercado Livre (MELI34) deixará comando da empresa após 26 anos; veja quem será o novo CEO
Mudança acontecerá só em 2026, mas a transição das funções de Marcos Galperin já foi aprovada pelo conselho de administração da companhia