Eletrobras (ELET3) pode subir 43% até o fim de 2025 e pagar mais dividendos, afirma BB Investimentos. É hora de comprar a ação?
A tese otimista para ELET3 também tem base nas “características de grande geração de energia elétrica por fontes limpas” e da localização geográfica dos ativos
Em meio às tensões com o governo, a Eletrobras (ELET3) foi penalizada na bolsa brasileira neste ano. Desde janeiro, os papéis já caíram 15%. Mas para o BB Investimentos, ainda que a ação venha decepcionando no último ano, ela pode disparar até o fim de 2025.
O BB-BI fixou um preço-alvo de R$ 51,10 para o final do ano que vem, o que implica em uma valorização de 43% em relação ao último fechamento.
Os analistas iniciaram a cobertura da Eletrobras nesta quinta-feira (27) com recomendação de compra.
Os papéis encerraram o pregão em alta de 2,91% hoje, negociados a R$ 35,66.
- 10 ações para investir neste mês: veja a carteira recomendada da analista Larissa Quaresma, baixando este relatório gratuito.
Por que o BB-BI está otimista com a Eletrobras (ELET3)
Parte da visão otimista do BB Investimentos para a Eletrobras (ELET3) está na perspectiva do aumento da distribuição de dividendos daqui pra frente.
"Assumimos, por ora, o percentual mínimo obrigatório de distribuição de dividendos, de 25% do lucro líquido, dado que o foco inicial da gestão está na reestruturação corporativa, societária e financeira, bem como na retomada da expansão dos ativos, mas entendemos que naturalmente esse porcentual deve aumentar uma vez que os segmentos de atuação da empresa são fortes geradores de caixa", disse o banco, em relatório.
Leia Também
A tese para as ações também tem base nas “características de grande geração de energia elétrica por fontes limpas” e da localização geográfica dos ativos da companhia por todo o território brasileiro.
Segundo os analistas, isso trará um grande potencial de sinergia com novos projetos de geração e transmissão que serão implantados no Brasil.
“A forte geração de caixa operacional e baixa alavancagem também posicionam a Eletrobras como forte competidora pelos novos projetos de Transmissão ofertados em leilões regulados”, afirmou o banco, em relatório.
“Apesar dos grandes desafios e várias frentes de ação para viabilizar o plano de reestruturação, acreditamos que essa gigante verde se levanta num momento propício para se posicionar como um dos líderes na transição energética”, acrescentou.
- Leia também: Eletrobras (ELET3) levanta R$ 4,7 bilhões com venda de termelétricas — e ainda diminui o risco do portfólio
Transmissão de energia
Os analistas acreditam que a Eletrobras pode se beneficiar da expansão do sistema de transmissão de energia.
O segmento vivencia um momento de crescimento, com destaque para as regiões Nordeste, novo expoente da geração renovável pela fonte eólica, e Sudeste, maior centro de demanda de carga elétrica do país.
Para o banco, a companhia ainda deve se beneficiar da atual situação das rivais, já que algumas das potenciais concorrentes neste segmento se encontram “muito alavancadas e já comprometidas com vários projetos em construção”.
“Enxergamos neste segmento, a maior oportunidade no curto prazo tanto para o crescimento da companhia quanto para a otimização de sua estrutura de capital”, afirmou o banco.
A Eletrobras em meio à transição energética
Já do lado de geração, a perspectiva é mais conservadora, já que, em caso de sobreoferta, os preços de energia são pressionados para baixo.
Porém, os analistas avaliam que as ações da Eletrobras já precificam esse cenário — e os preços já começam a apontar recuperação nas curvas de preço futuro, “apresentando então bom ponto de entrada”.
Além disso, um grande volume de contratos de energia térmica, que é mais cara e poluente e que foram contratados há 20 anos para evitar o risco de desabastecimento como o ocorrido em 2001, deve vencer nos próximos anos.
“A recontratação dessa energia de reserva se dará por leilões regulados, sendo aguardada a realização de um leilão ainda no segundo semestre deste ano, onde as hidrelétricas com reservatórios poderão participar, ainda que apenas com projetos de expansão.”
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Para o BB-BI, a inclusão das hidrelétricas nos leilões de reserva de capacidade deve ser um primeiro passo na valorização de atributos das usinas hidrelétricas com reservatório — que são destaque entre os ativos da Eletrobras.
Os analistas ainda destacam que o processo de reestruturação da empresa ao longo dos últimos anos, que foi intensificado com a privatização, tem permitido a geração de valor de várias maneiras.
“A simplificação da estrutura societária permite redução de custos e ganho de sinergia operacional e gerencial entre os vários ativos da empresa e também tem permitido a utilização de créditos fiscais e tributos diferidos em subsidiárias que não conseguiam utilizá-los por estarem muito alavancadas sem gerar lucro e base tributável”, afirmou o banco.
Com a reestruturação, a companhia ainda poderá destravar valor de ativos em que não controlava o fluxo de caixa a partir do descruzamento, compra ou venda de participações societárias.
Os riscos do investimento
Para os analistas, existem cinco principais riscos para a tese otimista do BB Investimentos para a Eletrobras (ELET3).
Uma das maiores questões que podem impactar a ex-estatal é a manutenção da pressão dos preços de energia no mercado livre por mais tempo devido a situações como a oferta de novos projetos renováveis estimulados por subsídios e uma eventual hidrologia forte reforçando a oferta da energia hídrica.
“Este cenário adverso prejudicaria a comercialização do grande volume de energia que a Eletrobras tem disponível para venda nos próximos anos.”
Por sua vez, uma potencial revisão do cálculo do componente financeiro da RBSE pode afetar a empresa.
Isso porque a Eletrobras recebe uma indenização bilionária referente a ativos antigos de Transmissão que tiveram suas concessões renovadas em 2012 — e atualmente há uma discussão técnica na diretoria da ANEEL que pode alterar os valores que serão recebidos até 2028.
Os analistas ainda citam a incerteza sobre a continuidade das provisões nas negociações referentes ao passivo ligado aos empréstimos compulsórios.
Outro ponto que pode impactar a empresa é a Eletronuclear e a construção de Angra III.
A Eletrobras manteve participação de 68% no capital da Eletronuclear — e é coobrigada em grande parte da dívida da empresa, que precisa finalizar a construção da usina Angra III e reformar Angra I.
“O custo total dessas obras não é conhecido e apesar do acordo de que a Eletrobras não seria obrigada a fazer novos aportes relacionados a esses projetos, este assunto pode afetar parcialmente a avaliação da companhia”, disseram os analistas.
Por fim, a negociação entre o governo federal e a Eletrobras sobre o modelo de governança adotado com a privatização, que limita o voto dos acionistas a 10% do capital votante, também levanta preocupações. Atualmente, a companhia e a União negociam uma solução extrajudicial.
CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão
Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense
De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?
Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo
Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
