Braskem (BRKM5) sobe forte na B3 — e o balanço do 4T23 não é o único “culpado” pelo otimismo dos investidores
O Santander elevou a recomendação das ações BRKM5 para compra — e aqui estão os três principais motivos que podem fazer a ação subir, segundo os analistas

O otimismo que tomou conta das ações da Braskem (BRKM5) nesta semana parece não estar preparado para desacelerar. Pelo contrário, aliás.
As ações disparavam 10,33% por volta das 12h05, negociadas a R$ 25,52, ampliando os ganhos dos últimos cinco dias para 22%. No ano, os papéis acumulam alta de 17%.
Os ganhos das ações no dia acompanham a notícia de que um bancão de investimentos elevou as apostas na Braskem após a divulgação do balanço da companhia no quarto trimestre de 2023.
O Santander elevou a recomendação das ações BRKM5 para “outperform” — equivalente a “compra” —, com preço-alvo de R$ 27 para o fim de 2024, implicando em um potencial de valorização de 16% em relação ao último fechamento.
Mas o resultado trimestral não é o único “culpado” pela revisão para cima da recomendação. A visão mais otimista dos analistas segue uma tríade de fatores.
Além dos números mais positivos no 4T23, a expectativa de menor fluxo de notícias sobre o afundamento de Alagoas e novas discussões sobre fusões e aquisições são os outros dois pilares que sustentam a tese de investimentos do banco em BRKM5.
Leia Também
Decisão de corte internacional pode ampliar o número de processos judiciais ligados à crise climática, inclusive contra empresas
O que esperar da Braskem (BRKM5) em 2024
Depois de uma redução do prejuízo líquido no quarto trimestre de 2023 no comparativo anual, o Santander espera resultados melhores da Braskem em 2024.
Para os analistas, os números da companhia devem registrar uma “melhora significativa” neste ano, ainda que os spreads de resina — isto é, a diferença entre o preço de venda da resina e o custo da matéria-prima — continuem pressionados devido a um mercado bem abastecido.
“Acreditamos que o mercado de resinas deverá permanecer relativamente bem abastecido em 2024, mas com menos excesso de oferta do que em 2023, apoiando nossa visão de estabilidade nos spreads no curto prazo e o início de recuperação cíclica até o fim de 2025 ou início de 2026.”
Na visão do Santander, o balanço da Braskem ainda deve ser impulsionado por melhores resultados no México, além de maiores volumes de polímero verde, que apresentam margens acima da média e menos voláteis.
Além disso, os analistas projetam eficiências operacionais que podem levar a um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) maior em 2024, incluindo cortes de custos, otimização de capital de giro e redução no capex (investimentos).
Para além do balanço, o Santander avalia que a quantidade de notícias sobre o rompimento de uma das minas da Braskem em Alagoas deve ser limitada nos próximos meses.
Relembrando, em 10 de dezembro, diversos bairros da capital alagoana sofreram um forte desgaste do solo e afundamentos provocados ao longo dos anos pela exploração de sal-gema, em jazidas no subsolo abertas pela Braskem.
“Como resultado de uma situação mais estável em Alagoas, notamos que a Braskem retomou as atividades planejadas no estado, que incluem preenchimento de cavidades, monitoramento de solo e realocação de moradores”, escreveram os analistas.
- Onde investir neste mês? Veja 10 ações em diferentes setores da economia para buscar lucros. Baixe o relatório gratuito aqui.
A venda da Braskem (BRKM5)
A visão otimista do Santander ainda considera os próximos capítulos da venda da participação da Novonor, ex-Odebrecht, na Braskem (BRKM5).
A Novonor controla a Braskem, com 50,1% do capital ordinário na petroquímica, enquanto a Petrobras detém 47% da companhia.
Segundo reportagem do Estadão, a Adnoc (Abu Dhabi National Oil Company) está perto de finalizar o processo de due diligence — etapa fundamental para fusões ou aquisições — e poderá em breve discutir os detalhes finais para uma oferta vinculante com a Novonor.
Além disso, o banco destaca a notícia do Pipeline de que um novo interessado na fatia da Novonor na Braskem iniciou o processo de due diligence.
“Esperamos que o fluxo de notícias sobre fusões e aquisições aumente nos próximos meses, o que poderia até acelerar o processo de oferta da Adnoc, em nossa opinião”, disse o Santander.
Os riscos da tese
A expectativa dos analistas é que a Braskem (BRKM5) poderia negociar a um múltiplo de 8 vezes a 9 vezes a relação valor de firma sobre Ebitda (EV/Ebitda) durante os ciclos de baixa do setor.
Para o Santander, porém, atualmente existem alguns “riscos” que podem fazer a tese de investimento em Braskem (BRKM5) ruir — ou superando as estimativas ou frustrando-as.
Segundo os analistas, há três possibilidades na mira que podem destravar ainda mais valor para as ações:
- Ofertas adicionais não vinculantes para a participação da Novonor na Braskem e ofertas vinculantes que forneçam o exercício de tag along direito de o outro sócio vender a sua participação nas mesmas condições — a acionistas minoritários;
- Melhorias mais rápidas do que o esperado nos spreads; e
- Desvalorização do real.
Por sua vez, há uma trinca de questões que podem levar a uma queda dos papéis BRKM5 daqui para frente: a Novonor não conseguir seguir em frente com a venda da participação na Braskem; uma demanda de resina mais fraca que o esperado e spreads mais baixos; e a valorização do real.
Cinco ações empatam entre as mais recomendadas para o mês de julho; confira quais são
Os cinco papéis receberam duas recomendações cada entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro
Abrasca defende revisão das regras do Novo Mercado e rebate críticas sobre retrocesso na governança
Executivos da associação explicam rejeição às propostas da B3 e apontam custos, conjuntura econômica e modelo de decisão como fatores centrais
Ação da Klabin (KLBN11) salta até 4% na bolsa; entenda o que está por trás dessa valorização e o que fazer com o papel
Pela manhã, a empresa chegou a liderar a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira
Megaprojeto da Petrobras (PETR4) prevê aporte de R$ 26 bilhões em refino com participação da Braskem (BRKM5). Mas esse é um bom investimento para a estatal?
Considerando todos os recursos, o investimento no Rio de Janeiro ultrapassa os R$ 33 bilhões; à Braskem caberá R$ 4,3 bilhões para a ampliação da produção de polietileno
Câmara chama Gabriel Galípolo para explicar possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB
Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda autorização da autoridade monetária
Oi (OIBR3) entra com pedido de recuperação judicial para duas subsidiárias
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o movimento faz parte do processo de reestruturação global do grupo
Roubo do século: Banco Central autoriza C&M a religar os serviços após ataque hacker; investigações continuam
De acordo com o BC, a suspensão cautelar da C&M foi substituída por uma suspensão parcial e as operações do Pix da fintech voltam ao ar nesta quinta-feira
Embraer (EMBR3) ganha ritmo: entregas e ações da fabricante avançam no 2T25; Citi vê resultados promissores
A estimativa para 2025 é de que a fabricante brasileira de aeronaves entregue de 222 a 240 unidades, sem contar eventuais entregas dos modelos militares
Banco do Brasil (BBAS3) decepciona de novo: os bancos que devem se sair melhor no segundo trimestre, segundo o BofA
A análise foi feita com base em dados recentes do Banco Central, que revelam desafios para alguns gigantes financeiros, enquanto outros reforçam a posição de liderança
WEG (WEGE3) deve enfrentar um segundo trimestre complicado? Descubra os sinais que preocupam o Itaú BBA
O banco alerta que não há gatilhos claros de curto prazo para retomada da queridinha dos investidores — com risco de revisões negativas nos lucros
Oi (OIBR3) propõe alteração de plano de recuperação judicial em busca de fôlego financeiro para evitar colapso; ação cai 10%
Impacto bilionário no caixa, passivo trabalhista explodindo e a ameaça de insolvência à espreita; entenda o que está em jogo
Exclusivo: Fintech afetada pelo ‘roubo do século’ já recuperou R$ 150 milhões, mas a maior parte do dinheiro roubado ainda está no “limbo”
Fontes que acompanham de perto o caso informaram ao Seu Dinheiro que a BMP perdeu em torno de R$ 400 milhões com o ataque cibernético; dinheiro de clientes não foi afetado
Gol (GOLL54) encerra capítulo da recuperação judicial, mas processo deixa marca — um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em maio; confira os detalhes
Apesar do encerramento do Chapter 11, a companhia aérea segue obrigada a enviar atualizações mensais ao tribunal norte-americano até concluir todas as etapas legais previstas no plano de recuperação
Vale (VALE3) mais pressionada: mineradora reduz projeção de produção de pelotas em 2025, mas ações disparam 2%; o que o mercado está vendo?
A mineradora também anunciou que vai paralisar a operação da usina de pelotas de São Luís durante todo o terceiro trimestre
Natura começa a operar com novo ticker hoje; veja o que esperar da companhia após mudança no visual
O movimento faz parte de um plano estratégico da Natura, que envolve simplificação da estrutura societária e redução de custos
Casas Bahia (BHIA3): uma luz no fim do túnel. Conversão da dívida ajuda a empresa, mas e os acionistas?
A Casas Bahia provavelmente vai ter um novo controlador depois de a Mapa Capital aceitar comprar a totalidade das debêntures conversíveis em ações. O que isso significa para a empresa e para o acionista?
Empresas do Novo Mercado rejeitam atualização de regras propostas pela B3
Maioria expressiva das companhias listadas barra propostas de mudanças e reacende debate sobre compromisso com boas práticas corporativas no mercado de capitais; entenda o que você, investidor, tem a ver com isso.
O roubo do século: Hacker leva mais de R$ 1 bilhão em ataque a empresa de software que presta serviços a bancos
Um ataque cibernético à empresa de software C&M, que presta serviços ao sistema financeiro, resultou em um roubo estimado em R$ 1 bilhão
Azul (AZUL4) ratifica pedido de recuperação judicial nos EUA e homologação de aumento de capital
Com isso, o número total de ações também foi ajustado para 3,025 bilhões de papéis, sendo 2,129 bilhões de ações ordinárias e 896 milhões de preferenciais
Tesla perde tração em 2025: ações e BDRs caem com desgaste da imagem de Elon Musk
A companhia tem enfrentado grandes desafios na disputa pela liderança global no setor de veículos elétricos com boicotes ao redor do mundo