🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

REPORTAGEM ESPECIAL

O que pensam os “tubarões” do mercado que estão pessimistas com a bolsa — e o que pode abrir uma nova janela de alta para o Ibovespa 

Após o rali em agosto, grandes gestoras do mercado aproveitaram para mexer nas posições de seus portfólios — e o sentimento negativo com a bolsa brasileira domina novas apostas dos economistas

Camille Lima
Camille Lima
17 de setembro de 2024
6:04 - atualizado às 17:30
brasil bolsa ibovespa ações expectativas gestores
Imagem: Shutterstock/Montagem: Giovanna Figueredo

No início de setembro, a divulgação da carta mensal aos investidores da Verde Asset fez barulho no mercado. No documento, a gestora de Luis Stuhlberger anunciou que  reduziu a exposição à bolsa brasileira para o menor nível desde 2016 — hoje o lendário fundo Verde encontra-se liquidamente zerado no Ibovespa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De certa forma, a posição da Verde resume o sentimento de vários “tubarões” da Faria Lima sobre a bolsa. Se agosto foi visto como um mês de ouro para o Ibovespa, com uma sequência histórica de recordes, agora a perspectiva majoritária para o principal índice de ações da B3 é de tempestade para os próximos meses.

  • Política fiscal pode jogar contra o Ibovespa, mas estes outros 3 fatores podem impulsionar a bolsa, segundo o BTG Pactual; veja quais são.

Entre as gestoras que compõem o clube dos pessimistas com o mercado local atualmente está a Kinea. A gestora controlada pelo Itaú vê o Brasil “entre a cruz e a espada” — e encontra-se com posição neutra em bolsa.

“A bolsa brasileira vive em uma balança. De um lado, tem os lucros das empresas que vieram mais fortes. Já do outro, tem o mercado preocupado com o risco fiscal porque sabe que essa bonança vem de um impulso fiscal muito agressivo”, afirmou Ruy Alves, gestor do portfólio macroeconômico global da Kinea, ao Seu Dinheiro.

As visões dos gigantes para o Ibovespa

O gestor da Kinea é categórico ao afirmar que não vê com bons olhos o Ibovespa — índice de ações que representa uma bolsa emergente “mediana e sem nada especial”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para o gestor, parte do impulso da bolsa brasileira foi justamente a desvalorização do real, que ajudou empresas com receita em dólar como a Petrobras (PETR4) e a Vale (VALE3).

Leia Também

“Não dá para olhar para o Ibovespa como um fator isolado brasileiro, porque ele é global. Quando você olha o EWZ, que é a bolsa brasileira em dólar, ela está trabalhando mediocremente”, disse Alves.

Para quem quer exposição à renda variável, o gestor da Kinea avalia que a melhor opção está na bolsa norte-americana. “No Brasil, você vai ter que conviver com o fato de que cinco ou seis ações difíceis de serem analisadas são os principais componentes do Ibovespa.”

Para o Bahia Asset, gestora com mais de R$ 4 bilhões em ativos, atualmente há uma expectativa de retorno um pouco mais apertada para o Ibovespa. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Ainda não achamos que o Ibovespa esteja caro, mas a atratividade do índice, principalmente se comparado a NTN-Bs [títulos públicos corrigidos pela inflação] mais longas oferecendo mais de 6% de retorno real, diminuiu”, afirmou Diego Carvalho, responsável por fundos de renda variável do Bahia. 

Na avaliação do gestor, o “stock picking” é uma boa pedida para quem quer estar alocado em ações no Brasil. “Ainda é possível encontrar empresas na bolsa que possuam uma taxa interna de retorno acima de 12% real, e são elas que compõem nossos portfólios nos fundos de renda variável.”

Apesar de não abrir quais ações específicas estão dentro da carteira, o Bahia Asset revelou possuir exposição aos setores elétrico, imobiliário, industrial, de consumo básico e setor financeiro.

Segundo Carvalho, para o Ibovespa alcançar patamares ainda maiores e de forma mais consistente, é preciso ver uma “queda do custo de capital de longo prazo” — isto é, um recuo na curva de juros futura.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Legacy Capital, com mais de R$ 27 bilhões em ativos, também reduziu as posições no Brasil em agosto. “Acreditamos que o fundamento terminará por prevalecer, mas a postura hesitante do Banco Central brasileiro torna o cenário volátil no curto prazo”, escreveu, em relatório. 

A visão de que a bolsa não tem mais espaço para novas altas é predominante, mas não é consenso no mercado. Entre as gestoras que estão na contramão dessa visão está a Neo Investimentos — que atualmente administra quase R$ 7 bilhões em ativos — e ainda vê uma valorização da ordem de 10% da bolsa brasileira até o fim do ano.

Considerando o patamar atual do principal índice de ações da B3, essa alta levaria o Ibovespa para algo próximo dos 145 mil pontos.

O que está por trás do pessimismo com a bolsa brasileira

É consenso entre os gestores com quem conversei — até mesmo os mais otimistas — que o principal risco para a bolsa brasileira é a trajetória fiscal do país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se por um lado os desembolsos fiscais de 2024 impulsionaram a economia para crescimentos do PIB (Produto Interno Bruto) novamente acima de 2,5% e com mercado de emprego resiliente, por outro, os gastos do governo acenderam o alerta sobre o aumento da dívida pública. Isso sem falar na inflação, que começou a tirar o sono do Banco Central.

“O Brasil hoje é uma economia que trabalha acima do seu potencial, basicamente em função de um enorme esforço fiscal feito desde 2022, em meio à tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro e à transição para o governo Lula. Esse impulso fez os lucros das empresas melhorarem recentemente, mas o Brasil vive entre a cruz e a espada de saber que o PIB é forte porque o esforço fiscal é grande. Isso logicamente traz incerteza para os valuations”, disse Ruy Alves, da Kinea.

Para o Bahia Asset, enquanto os agentes de mercado não enxergarem uma “resposta efetiva da equipe econômica para normalizar o déficit fiscal do Brasil, o Banco Central brasileiro terá que ser o fiel da balança colocando os juros em níveis ainda mais restritivos para conter a alta das expectativas de inflação”.

Segundo a JGP — responsável pela gestão de mais de R$ 40 bilhões —, o caminho inevitável para a política monetária do Brasil é um novo ciclo de aperto monetário, elevando a taxa básica de juros, a Selic, para a casa dos 12,50% ao ano em janeiro de 2025. E juro alto não costuma combinar bem com investimento em bolsa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os economistas veem como provável que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva consiga cumprir a meta de déficit zero em meio à corrida em busca de novas fontes de receita para “fechar a conta”. No entanto, os problemas de verdade podem começar a partir do ano que vem.

Na carta aos investidores, a Verde Asset chamou a atenção para outra questão que pesa sobre o cenário: a real credibilidade das metas fiscais do governo em meio à “criação de um sem-número de fundos e outras tecnologias parafiscais que pareciam ter ficado num passado nem tão remoto”.

Para a gestora, o Brasil voltou à “era da política pública feita fora do Orçamento” — e as decisões de política fiscal do governo Lula mostraram o nascimento de “subterfúgios e criatividade” para a continuidade de gastos inesperados.

  • Política fiscal pode jogar contra o Ibovespa, mas estes outros 3 fatores podem impulsionar a bolsa, segundo o BTG Pactual; veja quais são.

O peso do exterior

Outro fator que deve ser preponderante para o desempenho da bolsa brasileira nos próximos meses é o futuro do cenário internacional.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal, hoje o maior risco externo é uma eventual desaceleração mais acelerada dos países desenvolvidos. Caso houvesse uma recessão em nações como os EUA, por exemplo, a consequência inevitável seria uma fuga de capital para países mais seguros.

No entanto, com a iminência do início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e redução das chances de um hard landing — ou uma recessão mais forte — por lá, o Ibovespa e outros mercados de ações emergentes poderiam surfar o tom mais otimista dos investidores.

Para a Ibiuna, que tem os ex-BCs Rodrigo Azevedo e Mario Torós no comando, com os juros norte-americanos em queda, a “resposta tradicional dos mercados favorece ativos de risco”.

No entanto, na carta mensal de agosto, a gestora afirmou que não vê o Brasil bem posicionado para se beneficiar da mudança de postura pelo Fed e manteve posições defensivas nos ativos do país — incluindo a bolsa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já na visão de Guilherme Branquinho, sócio e um dos responsáveis pela cobertura macroeconômica da JGP, o “desaperto monetário” nos EUA terá efeito positivo sobre a bolsa brasileira — ao menos no curto prazo.

“Se o Banco Central do Brasil começar com um aperto monetário de 0,25 ponto e se lá fora as bolsas estiverem bem porque o Fed resolveu começar com cortes de meio ponto, isso vai dar uma sensação muito boa para países emergentes e deve ajudar a bolsa brasileira”, disse o gestor da JGP.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MEXENDO NA CARTEIRA

Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista

4 de dezembro de 2025 - 10:24

Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa

FII DO MÊS

BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro

4 de dezembro de 2025 - 6:02

Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo

FECHAMENTO DOS MERCADOS

A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133

3 de dezembro de 2025 - 19:05

Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas

TOUROS E URSOS #250

Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026

3 de dezembro de 2025 - 18:33

Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos

AÇÃO DO MÊS

Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo

3 de dezembro de 2025 - 6:04

Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país

UMA AÇÃO PARA CARREGAR?

Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026

2 de dezembro de 2025 - 19:20

Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos

PERSPECTIVAS 2026

A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano

2 de dezembro de 2025 - 12:46

Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios

CARTEIRA RECOMENDADA

As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG

1 de dezembro de 2025 - 18:03

Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período

AÇÕES NO TOPO

XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda

1 de dezembro de 2025 - 15:00

Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais

O INSACIÁVEL

A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação

1 de dezembro de 2025 - 9:55

Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje

1 de dezembro de 2025 - 8:43

Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje

OS VERDADEIROS DUELOS

O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA

1 de dezembro de 2025 - 6:01

De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem

BALANÇO DO MÊS

Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa

28 de novembro de 2025 - 19:52

Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348

28 de novembro de 2025 - 13:09

Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA

OPERAÇÃO POÇO DE LOBATO

Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis

27 de novembro de 2025 - 14:48

Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor

ALOCAÇÃO GLOBAL

Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas

27 de novembro de 2025 - 14:01

Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026

PORTFÓLIO DE IMÓVEIS

FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal

27 de novembro de 2025 - 10:16

Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura

MERCADOS

Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346 

26 de novembro de 2025 - 18:35

As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados

TOUROS E URSOS #249

Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção

26 de novembro de 2025 - 12:30

No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767

25 de novembro de 2025 - 19:00

Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar