Hypera (HYPE3) desaba na B3 após nova estratégia operacional desagradar o mercado — e analistas revelam o que esperar das ações da farmacêutica
O Itaú BBA rebaixou a recomendação para as ações HYPE3 para “market perform”, correspondente a neutro, e cortou o preço-alvo para o ano que vem

O “remédio” encontrado pela Hypera (HYPE3) para tratar da saúde financeira desceu amargo no paladar dos investidores nesta segunda-feira (21).
As ações da farmacêutica desabaram na bolsa brasileira na abertura do pregão e chegaram a cair em torno de 17% antes de entrarem em leilão por oscilação máxima permitida.
- Veja mais: analista aponta que a bolsa está ainda mais barata e recomenda 10 ações para comprar “com desconto”
No entanto, em uma reviravolta, os papéis foram do inferno ao céu e encerraram a sessão com leve alta de 1,91% em meio a expectativas de uma fusão com a rival EMS. No ano, a desvalorização ainda marca 25%, com a companhia hoje avaliada em aproximadamente R$ 16,6 bilhões.
Para os analistas do mercado, a nova estratégia de otimização de capital de giro e a interrupção das projeções financeiras (guidance) sinalizam um mau agouro para a empresa, ao menos no curto prazo.
Não à toa, o Itaú BBA rebaixou a recomendação para as ações HYPE3 de “outperform” — equivalente a compra — para “market perform”, correspondente a neutro.
O banco ainda cortou o preço-alvo para o fim de 2025, de R$ 37 para R$ 29, o que implica em uma valorização potencial de 12,9% em relação ao último fechamento.
Leia Também
Já a XP Investimentos, o Goldman Sachs e o BTG Pactual mantiveram as recomendações neutras para o papel.
Relembre os principais pontos do plano da Hypera (HYPE3)
O processo de otimização de capital de giro anunciado pela Hypera (HYPE3) inclui a redução do prazo de pagamento concedido aos clientes, com a expectativa de aumentar a geração de caixa operacional em até R$ 2,5 bilhões até 2028 e R$ 7,5 bilhões nos próximos 10 anos.
Segundo a empresa, essa medida visa proporcionar maior flexibilidade financeira para capturar oportunidades de crescimento, além de melhorar a eficiência operacional da companhia.
A expectativa é que a otimização de capital de giro termine até o quarto trimestre do ano que vem — ou seja, 2026 seria o primeiro ano completo com a nova estratégia.
A empresa também anunciou a descontinuidade das projeções financeiras (guidance) para 2024.
Até então, a empresa previa para este ano:
- Receita líquida estimada em R$ 8,6 bilhões
- Ebitda ajustado das operações continuadas em R$ 3 bilhões
- Lucro líquido das operações continuadas em R$ 1,85 bilhões
A Hypera (HYPE3) ainda informou que o conselho de administração aprovou um programa de recompra de até 30 milhões de ações na bolsa.
O que dizem os analistas
Para o Itaú BBA, com a antecipação da redução significativa do “sell-in” (venda para farmácias e clientes empresariais da empresa), a Hypera (HYPE3) deve vivenciar uma desalavancagem operacional no curto prazo.
Segundo os analistas, isso deve se refletir em impactos negativos no Ebitda (indicador usado para mensurar a capacidade de geração de caixa de uma empresa) e no lucro líquido até o segundo trimestre de 2025.
Agora, o banco prevê uma diminuição projetada de 3,2 pontos percentuais na margem Ebitda para o ano fiscal de 2024 em relação às estimativas anteriores, levando a uma redução de 20% nas estimativas para o Ebitda.
Já para o ano que vem, os analistas revisaram a previsão de receita líquida para baixo em 12%, enquanto a redução nas estimativas para Ebitda e lucro líquido foi de 21% e 31% em relação às perspectivas anteriores, respectivamente.
“O movimento inesperado no mercado colocou uma pressão significativa nas previsões da empresa para 2024 e 2025”, afirmou o banco.
Segundo os analistas, a sensibilidade do mercado à dinâmica de curto prazo tornou os investidores menos dispostos a pagar antecipadamente por potenciais ganhos de longo prazo.
“Apesar das características de longo prazo ainda atraentes na tese de investimento da Hypera, uma abordagem mais cautelosa está sendo adotada no curto prazo até que um sinal mais claro de um ponto de inflexão nos resultados seja visto.”
- A carteira de investimentos ideal existe? BTG Pactual quer ajudar investidores a montar carteira personalizada para diferentes estratégias; saiba mais
Perspectivas fracas no curto prazo
Para a XP Investimentos, a decisão da Hypera foi uma “solução radical” ao problema de conversão de caixa. “Esperávamos que a questão fosse resolvida sem a necessidade de fazer uma mudança substancial nas políticas comerciais da empresa e que não causasse uma grande mudança nas perspectivas de vendas.”
Segundo os analistas, o anúncio é negativo, uma vez que deve ter um grande impacto na receita e, consequentemente, no Ebitda e nos lucros, mesmo em períodos futuros.
Já na avaliação do Goldman Sachs, o resultado final dos anúncios é negativo para as ações da Hypera (HYPE3), com a retirada da ancoragem dos lucros de curto prazo.
“Já estávamos céticos quanto à probabilidade de a Hypera entregar seu guidance proposto para 2024, que foi, na verdade, uma das principais razões pelas quais rebaixamos as ações para Neutro em agosto”, afirmou o banco.
“No entanto, essa preocupação só se materializou mais cedo do que o esperado, mas também trouxe uma queda muito maior em relação às estimativas, já que a prévia preliminar divulgada implica uma queda preliminar de 30% do Ebitda do 3T24 em relação ao consenso do mercado.”
- Acesso aos programas e podcasts do Seu Dinheiro em primeira mão? Confira esta a outras vantagens de fazer parte do Clube de Investidores SD Select
Ainda nas contas do Goldman, agora com o corte das estimativas de lucro líquido em 21% para 2025, as ações HYPE3 são negociadas a um múltiplo de 10 vezes a relação entre preço e lucro (P/L) contábil do ano que vem.
Para os analistas, o valuation atual parece alto diante da menor visibilidade dos resultados e do ambiente competitivo mais acirrado.
Na mesma linha, o BTG Pactual descreve a situação da Hypera como “tempos desafiadores”. Segundo o banco, os números preliminares do terceiro trimestre representam “riscos graves de queda para as expectativas de mercado”.
Segundo a prévia do balanço, a Hypera (HYPE3) teve um lucro líquido estimado em R$ 370 milhões entre julho e setembro.
Já do lado do faturamento, a receita líquida foi de cerca de R$ 1,9 bilhão no mesmo período. Por sua vez, o Ebitda ficou em torno de R$ 561 milhões.
“Nem é preciso dizer que acreditamos que as expectativas para o quarto trimestre também estão em risco”, disse o BTG.
O banco se manteve neutro em relação às ações HYPE3 devido ao “momento ainda fraco dos lucros, ao difícil cenário competitivo e aos riscos relacionados a possíveis mudanças regulatórias em incentivos fiscais, sem mencionar as incertezas decorrentes do anúncio”.
Dólar abaixo de R$ 5? Como a vitória de Trump na guerra comercial pode ser positiva para o Brasil
Guilherme Abbud, CEO e CIO da Persevera Asset, fala sobre os motivos para ter otimismo com os ativos de risco no Touros e Ursos desta semana
Exclusivo: A nova aposta da Kinea para os próximos 100 anos — e como investir como a gestora
A Kinea Investimentos acaba de revelar sua nova aposta para o próximo século: o urânio e a energia nuclear. Entenda a tese de investimento
Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa
Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista