É hora de vender São Martinho (SMTO3)? Morgan Stanley rebaixa ação na B3 — mas não é por causa das queimadas
Os analistas ainda cortaram o preço-alvo das ações de R$ 35 para R$ 26, o que implica em uma leve desvalorização de 1,6% em relação ao último fechamento
Enquanto as queimadas de plantações dominam os noticiários brasileiros, a São Martinho atraiu a atenção dos investidores nesta terça-feira (17) após um bancão de investimentos revisar para baixo as perspectivas para as ações SMTO3 — e os incêndios não têm nada a ver com a visão pessimista dos analistas.
O Morgan Stanley rebaixou a recomendação para a São Martinho, que passou de “equal-weight” (neutro) para “underweight”, equivalente à venda.
Os analistas ainda cortaram o preço-alvo das ações de R$ 35 para R$ 26, o que implica em uma leve desvalorização de 1,6% em relação ao último fechamento.
As ações chegaram a cair mais de 7% e liderar a ponta negativa do Ibovespa, mas arrefeceram as perdas pela tarde.
Os papéis fecharam em queda de 1,36%, a R$ 26,08. No ano, a desvalorização acumulada chega a 8,44%.
Por que o Morgan Stanley está pessimista com a São Martinho (SMTO3)
A visão mais conservadora do Morgan Stanley para as ações da São Martinho é reflexo da perspectiva contida dos analistas para o setor de etanol e açúcar (S&E) como um todo.
Leia Também
Para o banco, em meio a perspectivas de preços mais baixos, o açúcar “não é mais tão atraente”.
“Vemos um excedente global de açúcar e estoques crescentes, apesar da oferta mais restrita do Brasil e mais etanol na Índia”, escreveu, em relatório.
Acontece que boa parte do fluxo de caixa livre (FCF) da São Martinho é exposta ao açúcar, já que os preços das commodities em dólar são os principais impulsionadores das receitas da companhia, e nem tanto correlacionados aos mercados locais.
“O valuation parece caro com os preços atuais. O rendimento do FCF (FCFY) parece pouco atraente em 5,8%”, escreveu o banco, em relatório.
Segundo o Morgan Stanley, a perspectiva de fluxo de caixa mais baixo da São Martinho é apoiada por preços mais baixos do açúcar e ligeiramente compensada pelo aumento dos preços do etanol.
“Dada a estimativa de preços mais baixos em 2025/26 e pouca posição de proteção (hedge), estima-se que o FCF caia significativamente no próximo ano.”
Em meio a perspectivas de queda de lucros daqui para frente, os analistas ainda revisaram para baixo as estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para a companhia. Confira:
- 2025: R$ 3,5 bilhões (queda de 6% em relação à projeção anterior);
- 2026: R$ 3,14 bilhões (-22,8%).
O que esperar do açúcar e do etanol
Nas contas dos analistas, o preço do açúcar deve permanecer sob pressão em 19 centavos de dólar por libra-peso para 2023/24 e US$ 18 clb para 2024/25, devido ao crescimento da produção e dos níveis médios de estoque.
“O clima favorável no Hemisfério Norte e a recuperação da produção na Índia e na Tailândia compensam o declínio na produção brasileira devido ao clima seco irregular”, disseram os analistas.
A pressão pode aumentar ainda mais com uma eventual recuperação da produção na Tailândia.
No Brasil, o preço do etanol subiu, fechando a lacuna de paridade com a gasolina devido à forte demanda. No entanto, o combustível continua deprimido e negociado com desconto em relação ao açúcar.
Para o Morgan Stanley, os preços atrativos para os consumidores, negociados abaixo da paridade com a gasolina, devem incentivar o crescimento da demanda por etanol hidratado.
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
