Acabou para o dólar? FMI confirma perda gradual e constante da dominância da verdinha — e moedas que ganharam espaço surpreenderam
Ainda que as incertezas econômicas contribuem para a valorização do dólar, alguns países começaram a incluir outras moedas nas reservas cambiais

De janeiro até agora, o dólar já acumula alta de mais de 10% ante o real. Apesar disso, a força da moeda norte-americana pode começar a ter os dias contados, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas não a curto prazo.
Nos últimos meses, a robustez da economia dos Estados Unidos, a política monetária mais restritiva adotada pelo Banco Central norte-americano (o Federal Reserve) e o crescente risco geopolítico — com as guerras entre a Ucrânia e a Rússia e entre Israel e o Hamas — contribuíram para a valorização do dólar.
Ao mesmo tempo, porém, as incertezas econômicas, principalmente, nas principais economias do mundo — que contribuem para a abertura de uma janela para uma eventual reorganização financeira global — levaram a alguns países a deter outras moedas nas reservas cambiais.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
Segundo dados recentes da Composição Monetária das Reservas Cambiais Oficiais (Cofer, na sigla em inglês) do FMI, a participação do dólar nas reservas internacionais dos bancos centrais apresenta um declínio gradual e contínuo ao longo das últimas duas décadas.
Apesar das baixas, a moeda norte-americana continua a ser a dominante.
“Em uma perspectiva de longo prazo, o valor do dólar dos EUA permaneceu praticamente inalterado, enquanto a participação da moeda nas reservas globais diminuiu ao longo das últimas duas décadas. Isso indica que os bancos centrais têm, de fato, se afastado gradualmente do dólar”, escrevem Serkan Arslanalp, Barry Eichengreen e Chima Simpson-Bell em relatório do FMI.
Leia Também
- Empiricus Educação libera curso gratuito de investimentos em ouro e dólar; acesse as aulas aqui
No ringue contra o dólar…
O dólar começou a ceder terreno para moedas “não tradicionais” — o que surpreendeu o FMI. Ou seja, o espaço perdido pela moeda norte-americana não foi preenchido pelas divisas fortes como euro, iene e libra.
A redução de dólares nas reservas internacionais, por sua vez, foi acompanhada por aumentos nas participações de moedas estrangeiras como o dólar australiano, o dólar canadense, o renmimbi chinês (yuan), o won sul-coreano, o dólar de Singapura e moedas nórdicas.
Segundo o FMI, as moedas não tradicionais são atrativas para os gestores, porque proporcionam diversificação e rendimentos relativamente maiores.
Além disso, as operações com essas divisas têm se tornado mais fáceis com o desenvolvimento de novas tecnologias financeiras digitais — como a criação automática de mercado e a gestão automatizada de liquidez.
No final de 2020, cerca de 5% das reservas cambiais dos países do G20 foram formadas pelas moedas “não tradicionais”. Até 2023, pelo menos mais três países — Israel, Países Baixos, Seicheles — juntaram-se à lista.
…a China ganha espaço?
O renminbi é uma das moedas ‘não-tradicionais’ que estão fazendo frente ao dólar. Segundo o FMI, o aumento da participação da moeda chinesa corresponde a um quarto (25%) do declínio do dólar nas reservas internacionais.
Um dos motivos para isso é que o governo chinês tem avançado em políticas em múltiplas frentes para promover a internacionalização do renminbi, incluindo o desenvolvimento de um sistema de pagamentos internacionais, a extensão de linhas de swap e a criação de uma moeda digital para o banco central.
Mas a internacionalização do renminbi, pelo menos medida pela percentagem de reservas da moeda, mostra sinais de estagnação. Ou seja, os dados mais recentes não mostram um novo aumento na participação monetária da moeda chinesa.
“Alguns observadores podem suspeitar que a depreciação da taxa de câmbio do renminbi nos últimos trimestres tenha disfarçado aumentos nas reservas em renminbi. No entanto, mesmo o ajuste às alterações cambiais confirma que a participação do renminbi nas reservas diminuiu desde 2022”, diz o relatório do FMI.
- LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas para você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
Por que o dólar está perdendo força?
Na avaliação do FMI, a tendência recente de queda nas reservas cambiais é “ainda mais surpreendente dada a força do dólar” no mundo, o que indica mudanças nas preferências dos investidores privados.
Entre os fatores, as flutuações da taxa de câmbio impactam na composição monetária das carteiras de reservas dos bancos centrais.
“As alterações nos valores relativos de diferentes títulos públicos — refletindo os movimentos nas taxas de juros — podem ter um impacto [nas reservas], embora o efeito tende a ser menor”, afirma o relatório.
- LEIA TAMBÉM: Veja quais são as melhores formas de investir em dólar (sem precisar ir até uma casa de câmbio)
Há também questões geopolíticas. A Rússia, por exemplo, tem reduzido as posições em dólares.
A Suíça, que acumulou reservas da moeda norte-americana ao longo da última década, tem aumentado as reservas de euros, já que a Zona Euro é o seu parceiro comercial mais importante.
O aumento das reservas em ouro também entram na conta. No passado, as sanções financeiras resultaram em aumento das reservas em ouro, já que as reservas em moedas poderiam ser afetadas e/ou congeladas.
Agora, as incertezas econômicas e o risco político global também levaram ao movimento de procura por ouro — que renovou máximas históricas nos primeiros seis meses de 2024. Essa tendência foi observada, principalmente, nos bancos centrais de mercados emergentes,
No entanto, é importante lembrar que a percentagem de ouro nas reservas ainda permanece historicamente baixa, segundo dados do FMI.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
BNDES corta participação na JBS (JBSS3) antes de votação crucial sobre dupla listagem nos EUA — e mais vendas podem estar a caminho
A BNDESPar reduziu a participação no frigorífico para 18,18% do total de papéis JBSS3 e agência alerta que a venda de ações pode continuar
Nubank (ROXO34) anuncia saída de Youssef Lahrech da presidência e David Vélez deve ficar cada vez mais em cima da operação
Lahrech deixa as posições após cerca de cinco anos na diretoria da fintech. Com a saída, quem assumirá essas funções daqui para frente será o fundador e CEO do Nu
Só pra contrariar: Ibovespa parte dos 140 mil pontos pela primeira vez na história em dia de petróleo e minério de ferro em alta
Agenda vazia deixa o Ibovespa a reboque do noticiário, mas existe espaço para a bolsa subir ainda mais?
Méliuz avalia listagem nos EUA para ampliar acesso a investidores estrangeiros; entenda os próximos passos da empresa
Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa
Ibovespa (IBOV) encerra o pregão com novo recorde, rompendo a barreira dos 140 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,67
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Robotáxis da Tesla já têm data de estreia; Elon Musk promete milhões de carros autônomos nas ruas até 2026
CEO da Tesla confirma entrega de mil robotáxis até o fim de junho e quer competir com os principais apps de transporte por meio de um modelo próprio
Ação de gigante chinesa de baterias para veículos elétricos dispara 16% em estreia na bolsa de Hong Kong, após maior IPO do ano
A CATL pretende usar grande parte dos US$ 4,6 bilhões levantados com o IPO para construir uma fábrica na Hungria e se aproximar de principais clientes europeus
BTG corta preço-alvo da Petrobras (PETR4) em R$ 14 e mira nova petroleira; veja motivos e oportunidades
Queda no preço do petróleo pressiona Petrobras, mas analistas ainda enxergam potencial de valorização
Trump sem o apoio de Elon Musk em 2028? Bilionário diz que vai reduzir gastos com doações para campanhas eleitorais
O CEO da Tesla foi o principal apoiador da campanha eleitoral de Donald Trump em 2024, mas ele avalia que já fez “o suficiente”
Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio
Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Felipe Miranda: A bifurcação de 2026
Há uma clara bifurcação em 2026, independentemente de quem for eleito. Se fizermos o ajuste fiscal, então será o cenário bom. E se não fizermos o ajuste nos gastos, o Brasil quebra
Bitcoin (BTC) à beira de novo recorde: criptomoeda flerta com US$ 107 mil em meio à reação ao rebaixamento do rating dos EUA
Semana começa agitada para o mercado de criptomoedas, com alta volatilidade. Mas, por enquanto, o saldo é positivo para o bitcoin, e especialistas já enxergam novas máximas
Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, libera compra de bitcoin para clientes, mas se mantém crítico e compara BTC a cigarro
Com um longo histórico de ceticismo, Jamie Dimon afirmou que o JP Morgan permitirá a compra de bitcoin, mas sem custodiar os ativos: “Vamos apenas colocar nos extratos dos clientes”
Se nem os EUA ‘se salvaram’, quem resta? Os países que ainda são ‘triple A’ — e por que essa lista só tem diminuído desde 2008
Após mais de uma década sob pressão, os Estados Unidos perdem o topo da classificação de risco da Moody’s e se juntam a outros rebaixados ilustres
China e Brasil trocam ações: ETFs inéditos para investir em ações chinesas chegam à B3 — e chineses poderão investir em ações brasileiras
Novos fundos da Bradesco Asset são os primeiros do programa ETF Connect, que prevê a cooperação entre a B3 e as bolsas de Xangai e Shenzhen
JP Morgan aumenta a aposta em ações de mercados emergentes com trégua tarifária entre EUA e China; veja quais países foram escolhidos pelo banco
Embora a melhora na relação entre EUA e China não signifique o fim da briga, o pior já ficou para trás, segundo o JP Morgan
Japão suspende importação de aves vivas do RS; 11 destinos já impuseram restrições — veja a lista completa
Japão se junta à lista de países que impuseram suspensão total ou parcial ao frango brasileiro; mais de um terço do mercado já adota restrições