A rota da Localiza (RENT3) foi calculada pelo BTG Pactual com o corte no preço-alvo das ações; o que fazer com as ações?
Mesmo com a revisão, o banco ainda prevê uma valorização de mais de 70% dos papéis da locadora

Nem sempre o percurso é feito como o previsto no momento de partida do carro. Um engarrafamento, uma obra inesperada ou até mesmo a placa do veículo — para quem trafega na cidade de São Paulo — podem fazer o motorista “recalcular a rota”.
Como nas ruas que podem ter percalços no meio do caminho, na bolsa não é diferente. De olho nos números do último trimestre e no horizonte do cenário macroeconômico, o BTG Pactual “recalculou a rota” da Localiza (RENT3).
O banco reduziu o preço-alvo para as ações da companhia de R$ 90 para R$ 70 — o que ainda representa uma potencial valorização de 73,2% em relação ao fechamento na última sexta-feira (14).
Nesta segunda-feira (17), as ações da Localiza iniciaram o dia em queda. Por volta de 11h (horário de Brasília), os papéis RENT3 caíam 1,48%, a R$ 39,82 na B3.
- LEIA TAMBÉM: Essa é a melhor ação do agro para se ter na carteira nesse momento, segundo os analistas da Empiricus Research
Os buracos no caminho da Localiza
Na avaliação do BTG, o “recálculo da rota” da Localiza (RENT) deve-se aos percalços: o cenário macroeconômico — e as tendências da indústria automobilística — que inclui a entrada dos carros chineses no mercado nacional.
“Cortamos o preço-alvo em resposta aos trimestre mais fracos que o esperado, atribuídos, principalmente, em período prolongado necessário para a normalização da indústria — o que resultou em depreciação acima do esperado — e o período mais longo que o esperado para cortar a taxa de juros brasileira”, escrevem os analistas Lucas Marquiori, Fernando Recchia e Marcelo Arazi, que assinam o relatório.
Leia Também
A tendência de alta depreciação dos veículos também é um obstáculo na rota da Localiza.
Isso porque o preço médio dos carros zero km continuaram a aumentar em maio, ainda que em um ritmo mais lento. Enquanto isso, os preços dos automóveis usados continuaram a diminuir — o que contribui para um novo aumento da depreciação.
“Embora esperamos que a tendência de depreciação [dos veículos] diminua à medida que a Localiza renove sua frota, adotamos uma abordagem conservadora”, escrevem os analistas.
- As melhores recomendações do analista Matheus Spiess na palma da sua mão: newsletter especial revela uma recomendação por dia; acesse aqui
Além disso, os analistas afirmam que, após anos de domínio de marcas ocidentais, o mercado automotivo brasileiro está passando por uma “mudança tectônica” com o avanço das marcas chinesas — que tornaram-se “grandes demais para serem ignoradas”.
“A acessibilidade superior e o reposicionamento bem-sucedido da marca fizeram com que os brasileiros se apaixonassem pelos carros chineses. Esta mudança é impulsionada pela percepção muito melhorada da qualidade do produto e o crescimento das vendas dos veículos elétricos”, diz o relatório.
Hoje, as marcas chinesas BYD e GWM representam cerca de 5% das vendas de veículos novos no Brasil e já começaram a impactar os preços dos automóveis no mercado local.
Impactos das enchentes no Rio Grande do Sul
Para o BTG Pactual, as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul há um pouco mais de um mês devem impactar na redução das receitas das locadoras — como a Localiza — devido à ausência de encargos para carros alugados que não puderam ser devolvidos.
O aumento dos custos de reparação de veículos e a dinâmica mais fraca de alienação de ativos, já que os carros mais danificados provavelmente serão leiloados a valores significativamente reduzidos, também entram na conta.
A Localiza tem cerca de 20 lojas no estado gaúcho, com aproximadamente 20 mil carros na região — o que representa cerca de 3% da frota total da companhia. O BTG Pactual espera que a perda de frota seja inferior a 3% na região.
“Embora os impactos possam afetar os resultados do segundo e possivelmente do terceiro trimestre, não esperamos que eles alterem materialmente a dinâmica de curto prazo da Localiza, dada a baixa relevância geral dos veículos danificados em comparação com suas frotas totais”, escrevem os analistas.
- No mercado financeiro, agir rápido é essencial para capturar as melhores oportunidades. E você pode receber as informações mais importantes do dia antes mesmo de a bolsa abrir. Basta clicar aqui para se inscrever gratuitamente em uma das newsletters mais lidas da Faria Lima
O que fazer com RENT3?
Mesmo com o ajuste no preço-alvo, o BTG Pactual manteve a recomendação de compra para as ações da Localiza.
Para o banco, as ações RENT3 apresentam um “risco-recompensa” interessante, já que seguem negociadas a 14x preço/Ebitda (P/E), abaixo da média histórica dos últimos cinco anos, de 22x P/E.
Além disso, os analistas afirmam que a receita de locação (RAC, na sigla em inglês) mostra uma tendência “encorajadora” nos últimos trimestres, “apoiados por uma concorrência racional e uma procura resiliente”.
“Apesar da falta de visibilidade no curto prazo dos seminovos, as divisões de locação têm um desempenho forte”, diz o relatório.
- Oportunidade de lucros dolarizados, mais segurança e liberdade financeira: conheça o Plano "Investidor Global" e dê um upgrade nos seus investimentos. Clique aqui para saber como.
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado
Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta preço-alvo das ações BBSA3
Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço
Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos
De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%
Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG
Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG
“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?
Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos
FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF
UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”
Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA
Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas
O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo