A promessa será cumprida: nova regulação dos fiagros sai mesmo em setembro, garante presidente da CVM; veja o que deve mudar
Novas regras devem sair na próxima segunda-feira (30) e ampliam as possibilidades de investimento dos fiagros, incluindo ativos verdes
O mês está quase no fim, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) irá cumprir a promessa feita anteriormente de publicar a nova regulação dos fiagros – fundos que investem na cadeia do agronegócio – em setembro de 2024.
Em entrevista ao Seu Dinheiro nesta sexta-feira (27), o presidente da autarquia, João Pedro Nascimento, garantiu que as novas regras serão divulgadas ainda neste mês. Considerado o calendário, portanto, as normas devem sair na próxima segunda-feira (30).
Elas integrarão o Anexo VI da Resolução CVM 175, o Marco Regulatório dos Fundos de Investimento, que entrou em vigor em outubro do ano passado. Os fiagros são a única categoria de fundos de investimento cuja regulação ainda está faltando no conjunto de normas.
- LEIA TAMBÉM: A melhor ação do agro para se ter na carteira nesse momento, segundo os analistas entrevistados pelo Seu Dinheiro
Segundo Nascimento, a nova regulação irá “aumentar as estratégias de investimento disponíveis para o agronegócio por meio do fiagro”.
A primeira legislação dos fiagros, introduzida em 2021, foi feita ainda em caráter experimental e, num primeiro momento, contemplou apenas três categorias: os fiagros que atuam como Fundos de Investimento em Participações (FIPs), os que atuam como Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) – estes mais familiares aos investidores pessoas físicas –, e os que atuam como Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs).
“O que acontece é que, neste contexto, a regra foi ganhando em complexidade e maturidade, os tipos de fiagros foram ampliando suas possibilidades e hoje a gente tem, por meio da regra do Anexo VI, a ampliação da transversalidade das oportunidades de investimento relacionadas à cadeia produtiva do agronegócio”, diz o presidente da CVM.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
O que deve mudar com a nova regulação dos fiagros
Hoje, os fiagros podem investir tanto em imóveis rurais, como fazendas e usinas, quanto em títulos de dívida atrelados ao agronegócio, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) ou direitos creditórios, no caso dos fiagros-FIDCs.
Assim como os fundos imobiliários, os fiagros distribuem rendimentos regularmente, e estes são isentos de imposto de renda para a pessoa física, desde que tenham ao menos 100 cotistas.
A nova regulação deve ampliar a gama de ativos nas quais os fiagros podem investir, além de permitir a criação de fiagros multimercados, isto é, que possam investir em diferentes classes de ativos e estratégias (por exemplo, ações de empresas abertas ou não, imóveis e dívida numa mesma carteira).
Outro grande destaque da nova regulação é a ampliação das possibilidades dos fiagros dentro da cadeia de sustentabilidade e dos investimentos verdes.
“O fiagro pode ser uma ferramenta poderosa para trazer o agronegócio para a pauta da sustentabilidade. O agro é sustentável e tem muitas atividades aderentes à agenda da economia verde, e eventualmente produtos associados ao agronegócio podem ser interessantes, por exemplo, para investimentos em temas relacionados aos créditos de carbono.”
João Pedro Nascimento
Os fundos poderão passar a investir, por exemplo, em títulos lastreados em créditos de carbono, o que seria um incentivo para que os produtores rurais passem a gerar esse tipo de ativo.
“Dentro das propriedades rurais, você tem a área produtiva, uma área de reserva legal e uma área de proteção ambiental. Com essa nova regra do fiagro, dentro das possibilidades de investimento associadas à agenda sustentável, [o produtor] pode rentabilizar as áreas que ele não utiliza para a produção final”, exemplifica o presidente da CVM.
- VEJA MAIS: A queda de 35% da Cosan (CSAN3) em 2024 é oportunidade para comprar ou sinal de alerta? Confira a recomendação do BTG Pactual
Aproximar o agro do mercado de capitais faz parte da agenda da CVM
A gestão de João Pedro Nascimento à frente da CVM tem como um dos seus focos aproximar mais o agronegócio do mercado de capitais, onde o setor ainda é sub-representado quando considerada sua importância para o crescimento econômico brasileiro.
Para o presidente da autarquia, se o grande produtor passa a ter mais acesso ao mercado de capitais para se financiar, isso abre mais espaço no Plano Safra para os pequenos e médios empreendedores, fundamentais para a produção de alimentos.
“Quanto mais participantes do agronegócio se financiarem pelo mercado de capitais, menor será a dependência deles do Plano Safra, que passa a ter mais espaço para quem mais precisa dele”, diz o presidente da CVM. “A gente tem aí uma agenda social importante.”
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
