Fitch rebaixa Azul (AZUL4) para perto do nível de calote, e Americanas (AMER3) tem a ver com isso; entenda
Agência de classificação de risco considera que a aérea, que tem volume substancial de dívidas de curto prazo, pode ter dificuldade de se refinanciar devido a restrições de crédito após calote da varejista
A vida já não estava fácil para as companhias aéreas e empresas de turismo desde a pandemia, e agora, além de precisarem encarar um cenário de inflação e juros altos, o rombo bilionário e aparente fraude no balanço da Americanas (AMER3) vieram complicar ainda mais a situação. E a vítima da vez é a Azul (AZUL4).
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou, nesta sexta-feira (10), o rating nacional da empresa aérea de B para CCC, perigosamente próximo ao nível de calote. Já as notas de crédito das dívidas de longo prazo em moedas estrangeira e local foram cortadas de CCC+ para CCC-, assim como o rating das notas sem garantia da Azul Investments.
A partir do nível imediatamente inferior (CC), segundo a classificação da Fitch, as empresas já entram em cenário de calote provável para as suas dívidas e obrigações.
E o que esses rebaixamentos têm a ver com a Americanas? Bem, segundo a agência de rating, eles refletem "os altos riscos de refinanciamento da Azul, as pressões no fluxo de caixa operacional da companhia, a deterioração de sua liquidez, de acordo com a metodologia da Fitch, e as restrições mais acentuadas no mercado de crédito local, em função da inadimplência da Americanas S.A.".
Ou seja, o rombo bilionário identificado na varejista, que a levou a pedir recuperação judicial com uma dívida de mais de R$ 40 bilhões, reduziu o acesso de outras empresas brasileiras a crédito, uma vez que a maioria dos grandes bancos brasileiros são agora grandes credores de Americanas, na fila para receber em uma reestruturação empresarial complicada.
Isso, aliado à elevada taxa de juros de 13,75% ao ano e ainda sem data para cair, está estrangulando as empresas que já se viam numa situação financeira delicada, como é o caso da Azul.
Leia Também
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
A Fitch acrescentou ainda que "um cenário de renegociação menos favorável com empresas de arrendamento e outros fornecedores relevantes, apesar do suporte comprovado destes durante a pandemia de coronavírus, também foi considerado nesta ação de rating."
- Por que estamos no momento ideal para poder ganhar dinheiro com dividendos? O Seu Dinheiro preparou 3 aulas exclusivas para te ensinar como buscar renda extra com as melhores ações pagadoras da Bolsa. [ACESSE AQUI GRATUITAMENTE].
Elevados riscos de refinanciamento para a Azul (AZUL4)
Segundo a Fitch, a Azul tem buscado refinanciamento de suas obrigações de arrendamento e demais dívidas, ao mesmo tempo em que investe em renovação da frota, porém deve enfrentar desafios para isso em razão do aperto do crédito no mercado local e as incertezas quanto à recuperação das condições de concessão de crédito.
A agência lembra que a companhia tem dívidas no mercado de capitais que vencem já em 2024 e 2026, o que pressiona os ratings.
Segundo o último balanço da aérea, seus vencimentos de curto prazo totalizavam R$ 1,3 bilhão, e o caixa imediatamente disponível, de acordo com a metodologia da Fitch, caiu de R$ 3,4 bilhões, no final de dezembro de 2021, para apenas R$ 1,4 bilhão, ao final do terceiro trimestre de 2022.
A Fitch acrescenta ainda que "o aumento nos pagamentos de obrigações com arrendamento após a redução ou o adiamento destes durante a pandemia de coronavírus, aliado às altas taxas de juros e aos ainda elevados preços do combustível, vem pressionando o fluxo de caixa livre (FCF) da Azul."
Leia também
- Lucro do Bradesco despenca 76% com provisões contra calote da Americanas
- Santander (SANB11) vê rentabilidade despencar no 4T22 e lucro fica muito aquém do esperado com “efeito Americanas”
Mas nem tudo é dificuldade
No entanto, a aérea ainda tem pontos positivos que podem reduzir suas dificuldades. Para a Fitch, benefícios relacionados à eliminação dos impostos PIS/Cofins, a redução dos preços dos combustíveis e algumas melhoras na estrutura de custos favorecerão o crescimento do fluxo de caixa operacional da Azul.
A recuperação da demanda doméstica no pós-pandemia e a forte posição no mercado local da Azul também são vantagens para a companhia, sobretudo no que diz respeito à aviação regional, onde há pouca concorrência.
Rating da Azul pode piorar ainda mais?
Segundo a Fitch, as notas de crédito da Azul podem sofrer revisões negativas ou rebaixamentos se a companhia tiver dificuldades contínuas de manter acesso a linhas de crédito e/ou refinanciar — até o terceiro trimestre de 2023 — seus títulos com vencimento em 2024.
Por outro lado, os ratings podem se elevar caso a empresa consiga melhorar significativamente o perfil de amortização da sua dívida, reduzindo os riscos de refinanciamento, além de manter forte posição de liquidez. Também pode beneficiar a companhia a manutenção da recuperação do tráfego aéreo doméstico no Brasil.
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação
Embraer (EMBJ3) pede truco: brasileira diz que pode rever investimentos nos EUA se Trump não zerar tarifas
A companhia havia anunciado em outubro um investimento de R$ 376 milhões no Texas — montante que faz parte dos US$ 500 milhões previstos para os próximos cinco anos e revelados em setembro
A Rede D’Or (RDOR3) pode mais: Itaú BBA projeta potencial de valorização de mais de 20% para as ações
O preço-alvo passou de R$ 51 para R$ 58 ao final de 2026; saiba o que o banco vê no caminho da empresa do setor de saúde
Para virar a página e deixar escândalos para trás, Reag Investimentos muda de nome e de ticker na B3
A reestruturação busca afastar a imagem da marca, que é considerada uma das maiores gestoras do país, das polêmicas recentes e dos holofotes do mercado
