Desde que assumiu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito pressão sobre o banco central. Quando não é o próprio petista que manda o recado para Roberto Campos Neto, o presidente da autoridade monetária, são os interlocutores do governo que entram em cena com mensagens sobre o elevado nível da taxa de juros brasileira — atualmente em 13,75% ao ano.
Nos últimos dias, Lula esteve fora dos holofotes. Os ministros tomaram o centro do palco das críticas ao BC, incluindo Fernando Haddad, chefe da Fazenda.
Nesta quinta-feira (16), no entanto, o presidente resolveu falar mais uma vez do assunto e fez um convite a Campos Neto: quer levá-lo a lugares miseráveis do País.
"Ele (Campos Neto) tem que saber que, neste País, a gente tem que governar para as pessoas que mais necessitam", afirmou Lula em entrevista à CNN Brasil, que será exibida na íntegra às 18 horas de hoje.
Lula não quer briga com Campos Neto
Lula voltou a se referir ao presidente do BC como "cidadão", disse que só o viu uma única vez e que não tem interesse em brigar com ele.
O presidente tem feito desde o início do ano críticas ao BC pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano.
O petista afirmou ainda que, quando o chefe do Executivo era responsável pela indicação do presidente do Banco Central (BC), "você conversava".
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"Quando tinha que aumentar, aumenta, não tem problema nenhum, mas você tinha que cuidar do outro lado", disse.
E declarou: "Nós tínhamos o BNDES, que tinha TJLP (taxa de juros de longo prazo), você aumentava meio por cento de juro, você reduzia meio ponto no juro do BNDES para facilitar aqueles que precisavam de investimento para fazer a economia crescer. Você não precisa de briga pra isso, é só utilizar o bom senso."
Nesta quinta-feira, o PT divulgou resolução do Diretório Nacional com carregadas de críticas à política monetária do País.
O partido defende a revisão das metas de inflação, o corte da taxa básica de juros e a "convocação" do presidente do BC pelo Congresso Nacional.
*Com informações do Estadão Conteúdo