🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

O mercado não gostou da meta de crescimento da China. Mas e se ela apenas impôs uma meta fácil de ser batida?

Não se sabe ainda se a meta da China será capaz de funcionar como amortecedor da economia global, mas número parece alcançável

7 de março de 2023
6:25
china dragão
Imagem: Shutterstock

Muitas vezes não nos damos conta do quanto o mundo contemporâneo está conectado. Vibrações do outro lado do Atlântico se espalham por todo o mundo, vide o exemplo da guerra na Ucrânia.

No episódio mais recente de influências internacionais, a China estabeleceu sua meta de crescimento econômico em 5% para este ano, a menor em décadas, frustrando as expectativas de parte do mercado, que indicavam algo entre 5,5% e 6%.

O número foi apresentado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, principal autoridade econômica da China, logo no começo do Congresso Nacional do Povo, iniciado no fim de semana.

Meta de crescimento da China é menor que a do ano passado

Vale lembrar que, no ano passado, o produto interno bruto da China aumentou 3%, o segundo mais lento desde a década de 1970 após três anos de políticas estritas de Covid zero, enquanto a meta era de 5,5%. Ou seja, a meta para 2023 não é só abaixo dos 6% esperado, como também abaixo daquela de 2022.

O anúncio marcou o início de uma nova sessão legislativa. Agora, cerca de 3 mil delegados chineses estão participando de reuniões durante toda a semana, debatendo propostas e ajudando o presidente Xi Jinping a consolidar seu poder sobre segurança, finanças e tecnologia.

O desafio é grande, incluindo revitalizar o crescimento chinês, cada vez mais pautado por consumo interno e não investimento, e combater o problema demográfico da queda da taxa de natalidade.

Leia Também

O problema é que, ao que tudo indica, os principais líderes do país estão evitando qualquer grande estímulo para impulsionar uma recuperação pautada principalmente pelo consumidor, sugerindo menos impulso de crescimento para uma economia mundial já em dificuldades por conta do aperto monetário.

  • O SEGREDO DOS MILIONÁRIOS: as pessoas mais ricas do Brasil não hesitam em comprar ações boas pagadoras de dividendos. Veja como fazer o mesmo neste treinamento exclusivo que o Seu Dinheiro está liberando para todos os leitores.

Economia chinesa deve seguir em desaceleração

Para ilustrar, o governo da China planeja aumentar os gastos fiscais em 5,6% este ano, menos que no ano passado, sendo que se previa que a receita fiscal cresceria 6,7% em 2023.

Com isso, a tendência de queda do crescimento chinês não deve ser mitigada, apesar dos esforços. De certa maneira, porém, as metas econômicas oficiais mais modestas mostram um governo confiante o suficiente na força da próxima recuperação para adiar estímulos agressivos.

Em outras palavras, o governo parece feliz em contar com a dinâmica natural de reabertura das restrições da Covid para obter uma recuperação e sente pouca necessidade de aumentar as medidas de estímulo (o déficit fiscal no ano passado foi muito alto para os padrões históricos, de 8% a 9% do PIB, e as autoridades devem querer frear o aumento do déficit fiscal se valendo da recuperação econômica).

Vide abaixo a tendência de queda das metas.

Outras metas da China

Para conseguir estabilidade econômica e expansão do consumo, os chineses estabeleceram uma meta de criar cerca de 12 milhões de empregos urbanos este ano, acima da meta de 2022 de pelo menos 11 milhões, permanecendo atentos ao mercado imobiliário, em situação mais delicada desde 2021, quando tivemos os primeiros sinais de fragilidade do setor (vide caso Evergrande).

Notadamente, podemos considerar que a meta, ainda que tenha ficado abaixo das estimativas de mercado, possa ser interpretada como uma estratégia para prometer pouco e entregar muito, uma vez que Xi Jinping sabe o problema que viveu em 2022 por frustrar as expectativas e agravar o sentimento dos agentes para com a economia.

Leia também

Mercado externo mais fraco impõe desafio à China

Ao mesmo tempo, não podemos ignorar que o mercado externo está mais fraco mesmo, diferente do que aconteceu durante a primeira década deste século, logo após a entrada da China na OMC. Consequentemente, um mercado externo enfraquecido imporia desafios às indústrias chinesas voltadas à exportação.

Chamou a atenção que, ainda que os estímulos como um todo tenham frustrado as projeções do mercado, os gastos militares devem acelerar para 7,2% neste ano, para quase US$ 224 bilhões, contra 7,1% de crescimento no ano passado. Em um ambiente de tensão geopolítica, o número preocupa os EUA.

De qualquer forma, mesmo que as tensões continuem aumentando entre as maiores economias do mundo, devendo pautar parte considerável do crescimento econômico na próxima década, ainda há espaço para um certo tom construtivo; afinal, o mercado de ações chinês deverá continuar a se recuperar do baixo desempenho registrado entre 2021 e 2022, o que pode criar momentum positivo para mercados emergentes.

Prefiro acreditar, portanto, que os 5% de meta são sim algo como "underpromise and overdeliver" (estabelecer expectativas razoáveis para conseguir superá-las com certa facilidade).

Neste sentido, vejo com bons olhos dois vetores:

  • i) a economia chinesa pode sim servir de amortecedor para a economia global em desaceleração;
  • ii) há espaço para a sustentação dos preços das commodities em patamares elevados, o que seria benéfico para o Brasil, que costuma se beneficiar de um bom crescimento chinês.

Não teremos a boa vida de antes, mas pelo menos já é alguma coisa.

O impacto da reabertura da China gerará inevitavelmente oportunidades.

Trata-se de um impulso cíclico para o curto prazo, enquanto a demografia é um empecilho de longo prazo, o que pode fazer com que os investidores enxerguem apenas os benefícios, deixando os problemas para um segundo momento. 

Não nos resta alternativa a não surfar a onda.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

Labubu x Vale (VALE3): quem sai de moda primeiro?

13 de junho de 2025 - 7:11

Se fosse para colocar o meu suado dinheirinho na fabricante do Labubu ou na mineradora, escolho aquela cujas ações, no longo prazo, acompanham o fundamento da empresa

Insights Assimétricos

Novo pacote, velhos vícios: arrecadar, arrecadar, arrecadar

13 de junho de 2025 - 6:03

O episódio do IOF não é a raiz do problema, mas apenas mais uma manifestação dos sintomas de uma doença crônica

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje

12 de junho de 2025 - 8:19

Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua

11 de junho de 2025 - 20:37

Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria

11 de junho de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China

10 de junho de 2025 - 8:40

Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve

9 de junho de 2025 - 20:00

O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje

9 de junho de 2025 - 8:19

No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF

VISÃO 360

Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?

8 de junho de 2025 - 8:00

A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje

6 de junho de 2025 - 8:20

Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria

SEXTOU COM O RUY

A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos

6 de junho de 2025 - 6:05

Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA

5 de junho de 2025 - 8:26

Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica

4 de junho de 2025 - 20:00

Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje

4 de junho de 2025 - 8:13

Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje

3 de junho de 2025 - 8:15

Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF

Insights Assimétricos

Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente

3 de junho de 2025 - 6:05

Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado

2 de junho de 2025 - 20:00

A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje

2 de junho de 2025 - 8:23

Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia

TRILHAS DE CARREIRA

Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout

1 de junho de 2025 - 8:07

O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA

30 de maio de 2025 - 8:07

Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar