Usina presente no portfólio de dois Fiagros da XP pede recuperação judicial; administradora promete adotar medidas contra possível calote
Os fundos XPAG11 e XPCA11 foram notificados de que a Usina Açucareira Ester, devedora de um CRA que está no portfólio de ambos, entrou com um pedido de RJ na semana passada

O agronegócio é considerado o motor da economia brasileira, apelido que vem dos recordes sucessivos de produção e venda e o grande peso do setor no PIB do país. Por isso, apesar de ainda jovem, a indústria de Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros), cresce cada vez mais.
O número de investidores de Fiagros-FII — categoria com foco imobiliário e disponível para investidores em geral — quintuplicou em um ano e chegou a 259,9 mil em abril, segundo o último boletim mensal de Fiagros da B3.
Mas, mesmo com toda a força do agronegócio e a popularidade recente, os ativos ainda estão sujeitos a um mal afeta a renda variável em 2023: a onda de recuperações judiciais que começou ainda em janeiro e acende um alerta no mercado de crédito.
Os fundos XP Crédito Agro (XPAG11) e XP Crédito Agrícola (XPCA11) foram notificados de que a Usina Açucareira Ester, devedora de um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) que está no portfólio de ambos, entrou com um pedido de RJ na semana passada.
O XPAG11, negociado exclusivamente pela XP, detém cerca de R$ 23,7 milhões em títulos da usina, o que representa 1,63% de seu patrimônio líquido.
Já o XPCA11 está menos exposto ao problema: são R$ 5 milhões investidos no CRA, com peso de 1,16% no PL. Com isso, suas cotas operavam em alta de 0,71% na B3 por volta das 15h desta segunda-feira (15), a R$ 9,87.
Leia Também
Em comunicado enviado ao mercado na última sexta-feira (12), os Fiagros relembram que, assim como os CRIs, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio possuem garantias que podem ser acionadas em momentos como este.
Os termos do CRA em questão incluem a alienação fiduciária de soqueiras — raiz que resta após a colheita da cana e dará origem à novas plantas — e hipoteca de bens imóveis. Mas a recuperação judicial impede a execução dessas garantias por enquanto.
“O fundo adotará e realizará o acompanhamento processual da RJ para que sejam adotadas todas as medidas necessárias para obter o pagamento dos valores devidos pela Usina Ester”, diz a XP Investimento, administradora dos dois fundos.
- Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.
Calotes de CRIs também afetam Fiagros
A recuperação judicial da Usina Ester não é o primeiro caso de empresas com problemas afetando o portfólio de Fiagros neste ano. Em fevereiro, o fundo Valora CRA (VGIA11) foi um dos impactados pela reestruturação de dívidas da Cooperativa Languiru.
O VGIA11 detém cerca de R$ 99 milhões em CRAs da companhia sul riograndense e, segundo o último relatório gerencial divulgado, segue acompanhando o processo de adição e reestruturação das garantias das operações.
E não só os CRAs têm preocupados os investidores: alguns de seus “primos da cidade” utilizados pelo setor geraram dor de cabeça. Cinco Fiagros e FIIs detentores de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da Usina Serpasa acompanham a reestruturação da companhia.
Os CRIs foram emitidos entre março e abril do ano passado para a construção de uma usina sucroalcooleira na Bahia. A planta deveria ter entrado em funcionamento no primeiro semestre deste ano, mas um problema com a emissão de licenças pelo órgão regulador atrasou o evento.
Sem operação para gerar recursos, os controladores da usina tiveram de desfazer-se de um imóvel em março para retomar parcialmente o pagamento de juros dos CRIs e contrataram a consultoria Alvarez & Marsal — a mesma que atua na recuperação judicial da Americanas — para ajudar na gestão operacional e financeira do negócio.
“O grupo segue em processo de negociação de novos ativos imobiliários pertencentes à família Paranhos Ferreira [dona da Serpasa] como alternativa de levantamento de recursos e aporte de capital na companhia”, cita o BTG Pactual Agro Logística (BTAL11) em seu último relatório.
Além dele, os FIIs Vinci Credit Securities (VCRI11) e Vectis Juro Real (VCJR11) e os Fiagros Vinci Crédito Agro (VICA11) e Vectis Datagro (VCRA11) confirmaram a exposição aos ativos ligados à usina.
Cessar-fogo no radar dos investidores: Ibovespa se aproxima dos 140 mil pontos, enquanto dólar e petróleo perdem fôlego
O Irã sinaliza que busca um fim para as hostilidades e a retomada das negociações sobre seu programa nuclear
17 OPA X 0 IPO: Em meio à seca de estreias na bolsa, vimos uma enxurrada de OPAs — e novas regras podem aumentar ainda mais essa tendência
Mudança nas regras para Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) que entram em vigor em 1º de julho devem tornar mais simples, ágil e barato o processo de aquisição de controle e cancelamento de registro das companhias listadas
Dividendos bilionários: JBS (JBSS32) anuncia data de pagamento de R$ 2,2 bilhões em proventos; veja quem tem direito a receber
Após o pagamento dos dividendos, há ainda uma previsão de leilão das frações de ações do frigorífico
Quatro fundos imobiliários estão em vias de dizer adeus à B3, mas envolvem emissões bilionárias de outros FIIs; entenda o imbróglio
A votação para dar fim aos fundos imobiliários faz parte de fusões entre FIIs do Patria Investimentos e da Genial Investimentos
É hora de comprar Suzano? Bancão eleva recomendação para ações e revela se vale a pena colocar SUZB3 na carteira agora
O Goldman Sachs aponta quatro razões principais para apostar nas ações da Suzano neste momento; veja os pilares da tese otimista
Méliuz (CASH3) levanta R$ 180,1 milhões com oferta de ações; confira o valor do papel e entenda o que acontece agora
O anúncio de nova oferta de ações não foi uma surpresa, já que a plataforma de cashback analisava formas de levantar capital para adquirir mais bitcoin
Compensação de prejuízos para todos: o que muda no mecanismo que antes valia só para ações e outros ativos de renda variável
Compensação de prejuízos pode passar a ser permitida para ativos de renda fixa e fundos não incentivados, além de criptoativos; veja as regras propostas pelo governo
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado