Ibovespa recua e dólar cai ao menor nível em dois meses; Americanas (AMER3) despenca 77% em meio à escândalo contábil bilionário
A varejista foi o assunto principal do mercado brasileiro hoje após identificar inconsistências contábeis estimadas em R$ 20 bilhões em suas demonstrações financeiras
As conquistas de uma companhia são celebradas na bolsa, mas normalmente de forma tímida. Já os escândalos, esses sim têm a capacidade de engajar investidores, analistas, gestores e todo o resto do mercado de capitais. Ainda mais um escândalo da magnitude do revelado pela Americanas (AMER3).
A varejista foi o assunto principal do noticiário econômico brasileiro nesta quinta-feira (12) após identificar inconsistências contábeis estimadas em R$ 20 bilhões em suas demonstrações financeiras. Não bastasse o rombo nos balanços, os recém-empossados CEO da companhia, Sergio Rial, e CFO, André Covre, decidiram deixar os cargos.
Ainda não se sabe ao certo se houve “contabilidade criativa” deliberada — e o IRB (IRBR3) já poderia passar para a Americanas a coroa de mais famosa fraude contábil da B3 — ou erros genuínos.
A incerteza da origem do problema e as estimativas do tamanho do estrago tiveram um efeito devastador para as ações da companhia. Os papéis AMER3 só começaram a ser negociados na tarde de hoje e entraram em leilão várias vezes por oscilação máxima permitida.
Mas nem a ferramenta de conter estragos da B3 foi capaz de salvar a empresa de uma queda — ou precipício — de 77%, com os papéis cotados em R$ 2,72.
O mau desempenho também contaminou o apetite pelas ações de outras companhias do setor, especialmente após Rial — que, apesar da renúncia, seguirá auxiliando a Americanas — afirmar que o imbróglio contábil que afeta a companhia pode ser encontrado em outras varejistas do país.
Leia Também
O executivo declarou hoje que as diferentes formas de registrar as contas com fornecedores gerou a inconsistência na Americanas e isso não é um problema apenas na empresa, mas uma questão do varejo desde os anos 90.
A incerteza lançada sobre as finanças do segmento atingiu em cheio a Via (VIIA3), que ficou entre as maiores quedas do dia.
O Magazine Luiza (MGLU3) também chegou a ocupar a ponta negativa do Ibovespa durante a manhã, mas inverteu o sinal com o desmonte em massa de posições em AMER3 e registrou a maior alta do dia.
Por falar nele, o principal índice acionário da B3 sentiu a volatilidade. Isso porque o escândalo contábil também provocou baixas em um setor de peso, o bancário. As instituições financeiras com maior exposição ao varejo caíram no Ibovespa — como as ações de BTG Pactual e Santander, que possuem cerca de 7% das posições no setor.
A situação só não foi pior porque as commodities se valorizaram no mercado internacional, com as expectativas de melhora na demanda no exterior e o arrefecimento da inflação nos EUA.
Com isso, o Ibovespa recuou 0,59%, aos 111.850 pontos. Já o dólar à vista registrou forte queda de 1,55%. Ofuscada pela Americanas, a moeda norte-americana desceu à cotação de R$ 5,1005, o menor valor desde o início de novembro do ano passado.
Americanas domina quedas do Ibovespa; veja as maiores altas
Além do Magazine Luiza, a ponta positiva do Ibovespa também foi formada por ações dos setores de transporte e importadoras. Os dois segmentos foram beneficiados pela troca de posições dos investidores na "fuga" dos papéis de varejo e pela queda do dólar
Confira as maiores altas do Ibovespa:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 3,19 | 5,28% |
| CCRO3 | CCR ON | R$ 11,65 | 2,55% |
| ENGI11 | Engie units | R$ 43,49 | 2,31% |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 50,26 | 2,05% |
| LREN3 | Lojas Renner ON | R$ 21,24 | 2,02% |
Já na ponta negativa estão as outras duas varejistas e também ações do setor de saúde e tecnologia e uma velha conhecida do mercado quando o assunto são problemas contábeis. Veja abaixo:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| AMER3 | Americanas S.A | R$ 2,72 | -77,33% |
| IRBR3 | IRB ON | R$ 1,12 | -6,67% |
| CASH3 | Meliuz ON | R$ 1,13 | -5,83% |
| HAPV3 | Hapvida ON | R$ 4,35 | -5,43% |
| VIIA3 | Via ON | R$ 2,46 | -5,38% |
Inflação arrefece nos EUA e Wall Street fecha em alta
O cenário internacional foi quase completamente ofuscado pelo rombo da Americanas, mas notícias importantes movimentaram os mercados gringos.
Nos Estados Unidos, um dos destaques foi o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que recuou 0,1% em dezembro ante novembro.
Na comparação ano a ano, o CPI sobe 6,5%, em consenso com o mercado. Vale destacar que o dado é um dos parâmetros para a decisão do Federal Reserve — banco central dos EUA — sobre a política monetária americana.
O núcleo do CPI, que exclui itens mais voláteis como alimentos e combustíveis, avançou 0,3% em dezembro, na comparação com novembro, em linha com as expectativas do mercado. Na comparação anual, a inflação avançou a 5,7%, em acordo com as projeções do mercado.
A animação com o arrefecimento da inflação foi contida pela redução dos pedidos de auxílio-desemprego na semana. Os EUA registraram 205 mil solicitações, enquanto a expectativa era de 210 mil.
Com isso, o Dow Jones e o Nasdaq fecharam em alta de 0,64%, enquanto o S&P 500 subiu 0,34%.
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
