No Bradesco (BBDC4), o pior ainda não ficou para trás: lucro deve cair 36% no 2T23 e uma possível revisão de estimativas está no radar
O Bradesco (BBDC4) deve continuar mostrando a mesma dinâmica dos trimestres passados, com rentabilidade ainda pressionada

Assim como o Santander Brasil, o Bradesco (BBDC4) passou por uma deterioração em seus resultados nos últimos trimestres: o caso Americanas, a estratégia de concessão de crédito no pós-pandemia e a gestão das provisões foram alguns dos problemas enfrentados pelos dois bancos.
E, assim como o Santander Brasil, o Bradesco ainda deve mostrar pouca evolução neste segundo trimestre de 2023 — o balanço será divulgado nesta quinta-feira (3), depois do fechamento do mercado. Ao menos, é o que indicam as projeções de oito grandes casas de análise consultadas pelo Seu Dinheiro.
As estimativas dos analistas apontam para uma nova onda de pressão sobre os resultados do Bradesco: a média das previsões para um lucro líquido é de R$ 4,473 bilhões, o que, se confirmado, representa uma queda de 36,5% na base anual.
O Santander é o mais pessimista, enxergando lucro de R$ 4,253 bilhões; o Bank of America é o mais otimista, projetando ganhos de R$ 4,913 bilhões. Mas, apesar das diferenças, a avaliação dos analistas é mais ou menos a mesma: o Bradesco deve mostrar um balanço fraco e com baixa qualidade de ativos.
A inadimplência, medida pelo NPL (non-performing loan, ou crédito não produtivo — um eufemismo para 'calotes'), deve continuar aumentando no segundo trimestre, embora haja um consenso de que a taxa pode ter chegado ao pico.
E, em termos de rentabilidade (ROE), as notícias também não são animadoras: a taxa deve melhorar em relação ao primeiro trimestre, mas continuará na casa dos 11% — bem abaixo do nível atual de Itaú Unibanco e Banco do Brasil, que giram em torno dos 20%.
Leia Também
Veja abaixo um resumo das projeções para o lucro:
Projeções de lucro líquido para o Bradesco (BBDC4) no 2T23 (em R$ milhões):
Instituição | Bradesco Estimativas de lucro no 2T23 (R$ mi) |
BTG Pactual | 4.492 |
Santander | 4.253 |
Itaú | 4.359 |
Inter | 4.395 |
UBS BB | 4.475 |
XP | 4.537 |
Goldman Sachs | 4.357 |
Bank of America | 4.913 |
Média | 4.473 |
Bradesco no 2T22 | 7.041 |
Variação a/a | -36,5% |
- ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE: o Seu Dinheiro consultou uma série de especialistas do mercado financeiro e preparou um guia completo para te ajudar a montar uma carteira de investimentos estratégica para a segunda “pernada” de 2023. Baixe aqui gratuitamente.
Bradesco (BBDC4): baixas expectativas
Em relatório, os analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Beatriz Shinye, do UBS BB, apontam que a dinâmica do Bradesco (BBDC4) neste segundo trimestre deve ser similar à dos primeiros três meses de 2023: é de se esperar alguma melhora em termos sequenciais, mas com baixa qualidade.
"A taxa de inadimplência e sua composição podem aumentar ainda mais no segundo trimestre, ainda que com alguns sinais de melhora (como a redução nos índices de curto prazo)", escrevem os analistas, apontando também que a maneira como o Bradesco trata os empréstimos à Americanas pode afetar negativamente a linha.
Mesmo o Bank of America, a mais otimista das casas de análise em relação ao Bradesco, faz ressalvas: o banco reconhece haver um risco de o resultado ficar aquém de suas expectativas, dada a possibilidade de o total de provisões ser maior que o esperado em meio à deterioração na inadimplência.
A equipe do BofA, liderada pelo analista Mario Pierry, também prevê uma expansão fraca da carteira de crédito do Bradesco, dado o foco do banco nos setores de menor risco; as margens com clientes devem ficar estáveis, enquanto as de mercado devem melhorar, mas ainda permanecer no terreno negativo.
Confira as projeções das casas de análise para a rentabilidade (ROE):
Projeções de rentabilidade (ROE) para o Bradesco (BBDC3/BBDC4) no 2T23
Instituição | Bradesco Estimativas de rentabilidade no 2T23 |
Santander | 10,9% |
Itaú | 11,2% |
Inter | 11,2% |
UBS BB | 11,4% |
XP | 12,0% |
Goldman Sachs | 11,1% |
Bank of America | 13,0% |
Média | 11,5% |
Bradesco no 1T23 | 11,2% |
Variação t/t | +0,3 p.p. |
Revisão nas projeções?
Dada a nova rodada de números fracos, alguns analistas põem em dúvida a capacidade do Bradesco de cumprir com o guidance para 2023 — as projeções oficiais do banco para alguns indicadores operacionais e financeiros neste ano.
As previsões fornecidas pelo próprio Bradesco, ainda em fevereiro, são:
- Carteira de crédito expandida: 6,5% a 9,5%;
- Margem financeira total: 7% a 11%;
- Receitas de prestação de serviços: 2% a 6%;
- Despesas operacionais: 9% a 13%;
- Resultado das operações de seguros, previdência e capitalização: 6% a 10%;
- PDD expandida: R$ 36,5 bilhões a R$ 39,5 bilhões.
"Esperamos que o Bradesco confirme que o segundo trimestre de 2023 foi o pico da inadimplência", escrevem Pedro Leduc, Matheus Raffaelli e William Barranjard, do Itaú BBA, dizendo também esperar uma recuperação mais lenta por parte do banco, com "o guidance de 2023 em risco".
O UBS BB também menciona as incertezas em relação ao guidance. Segundo os analistas do banco, há potencial para que o Bradesco revise formalmente as suas projeções — ou, ao menos, indique que algumas das linhas fornecidas no começo do ano não serão atingidas.
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora
A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam