Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior operam mistas, em semana de Copom, emprego nos EUA e aumento da tensão no mundo acelera alta do petróleo; confira
Além disso, o investidor deve permanecer de olho no balanço das big techs da semana, como Meta (Facebook), Alphabet (Google) e Amazon

O descanso no final de semana deve preparar os investidores de todo o mundo para os próximos dias, com uma série de indicadores que influenciam diretamente nas bolsas. Mais especificamente no caso do Ibovespa, a semana é de decisão de juros do Copom, que deve encarecer ainda mais o crédito na próxima quarta-feira (03).
Até lá, os investidores precisam dividir suas atenções entre três importantes segmentos que vão influenciar os negócios.
Em primeiro lugar, os dados de emprego dos EUA; em segundo, os balanços das big techs nos próximos dias; por fim, a escalada das tensões envolvendo Rússia e Ucrânia, além de uma interceptação de mísseis no Oriente Médio na madrugada desta segunda-feira (31).
Como se não bastasse, as falas de dois representantes do Federal Reserve devem chamar a atenção. Com o sugestivo nome de "o que o aumento das taxas de juros significará para o crescimento?", o painel organizado pela Reuters deve contar com a presença de Mary Daly, representante do Fed de São Francisco.
Na semana passada, o Ibovespa encerrou em alta de 2,72% no acumulado dos pregões, enquanto o dólar à vista teve queda de 1,20% no mesmo período e fechou em R$ 5,39.
Prepare-se para a semana e os principais eventos do dia aqui:
Copom no radar
Depois de o IPCA-15, a prévia da inflação oficial de janeiro, vir acima do esperado, a decisão sobre os juros do Copom permanece como o grande destaque da semana no panorama nacional.
A prévia da inflação oficial acelerou 0,58%, acima da mediana de 0,45%, segundo as projeções de especialistas ouvidos pelo Broadcast.
No entanto, o indicador veio dentro do intervalo de projeções, que iam de 0,35% até 0,73%.
Mesmo assim, as expectativas da alta de juros desta reunião dão conta de um aumento entre 1 e 1,5 ponto percentual na taxa Selic.
Com isso, os juros básicos saem do patamar de 9,25% ao ano para 10,25% até 10,75%.
Os investidores estão otimistas com o compromisso do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de perseguir e abaixar a inflação. Contudo, existem fatores que pressionam os preços e fogem da alçada da autoridade monetária.
Gasolina a R$ 8
Durante o final de semana, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) anunciou que em Angra dos Reis (RJ) o litro do combustível chegou ao patamar de R$ 8,00. Essa é a primeira vez que o órgão registra esse patamar de preço.
Em média, o litro de gasolina custa R$ 6,658 no Brasil, de acordo com dados da ANP.
Os combustíveis foram os grandes vilões da inflação nas últimas leituras do IBGE. O preço da gasolina e derivados está diretamente ligado ao dólar e ao preço do barril de petróleo.
Com a alta dos últimos meses desses dois entes, houve um encarecimento todos os demais produtos, tendo em vista que o meio de transporte predominante no país ainda é o modal rodoviário.
Gasolina cara, juros altos e inflação nas alturas formam uma tempestade perfeita para queda de popularidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, que deve tentar a reeleição para o cargo em outubro deste ano pelo Partido Liberal (PL).
Congresso de volta a ativa
A retomada das atividades da Câmara e do Senado deve encontrar um ambiente pouco propício ao debate.
Bolsonaro desrespeitou uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de comparecer ao depoimento presencial sobre o inquérito das fake news sobre a segurança das urnas eletrônicas.
O presidente ainda precisa aprovar pautas importantes, como é o caso da PEC dos Combustíveis, que propõe uma renúncia fiscal para tentar conter o avanço da gasolina.
As pautas apresentadas pelo presidente tentam reverter o quadro de baixa popularidade, mesmo que colocando em risco as contas públicas.
Semana de emprego
O exterior volta seus olhos para diversos relatórios de emprego nos Estados Unidos ao longo da semana. O Federal Reserve, o BC americano, costuma se balizar nos dados do emprego para decidir sobre a política monetária, o que gera grandes expectativas para os indicadores.
Na terça-feira (1º), a divulgação começa com o relatório Jolts de empregos privados, seguido pela apresentação dos dados do ADP, na quarta-feira (02). Por último, mas não menos importante, o payroll dos Estados Unidos será divulgado na sexta-feira (04).
E das big-techs
No panorama de balanços da semana, os destaques vão para as chamadas big techs, grandes companhias de tecnologia, dos Estados Unidos: Alphabet, a empresa por trás do Google (terça-feira), Meta, antigo Facebook (quarta-feira) e Amazon (quinta-feira).
Tensão no mundo
O preço do barril de petróleo chegou a registrar alta de mais de 1% na madrugada desta segunda-feira com o aumento da tensão no Oriente Médio e Ucrânia.
Mais cedo, os Emirados Árabes Unidos (EAU) interceptaram um míssil balístico disparado por rebeldes da minoria houthi, do Iêmen, em meio a uma visita do presidente de Israel, Isaac Herzog, aos EAU.
De maneira semelhante, a elevação de tom entre Ucrânia e Rússia também permanece no radar e acelera a alta nas cotações da principal commodity energética do mundo nesta segunda.
Por volta das 7h30, o barril de petróleo Brent, usado como referência para a Petrobras, subia 0,96%, cotado a US$ 89,37, enquanto o WTI avançava 0,99%, aos US$ 87,67 no mesmo horário.
Bolsas pelo mundo
Os mercados acionários da China e de Taiwan permanecerão fechados ao longo de toda semana devido ao feriado do ano novo lunar, o que reduz a liquidez na região. As bolsas que permaneceram abertas fecharam majoritariamente em alta, seguindo o fechamento positivo de Nova York da semana passada.
Na Europa, as principais praças amanheceram em tom positivo, à espera dos dados da zona do euro e da inflação da região.
Por fim, os futuros de Nova York apontam para uma abertura sem direção definida, à espera dos balanços do dia.
Agenda da semana
Segunda-feira (31)
- Banco Central: Boletim focus semanal (8h25)
- Caged: Geração de emprego formal em dezembro (9h30)
- Economia: Balanço orçamentário de dezembro (9h30)
- Banco Central: Setor público consolidado em dezembro (9h30)
Terça-feira (1º)
- Brasil: PMI industrial de janeiro (10h)
- Banco Central: Balança comercial
- Estados Unidos: PMI industrial de janeiro (11h45)
- Estados Unidos: Relatório Jolts sobre a geração de empregos em dezembro (12h)
Quarta-feira (02)
- IBGE: Produção industrial de dezembro (9h)
- Estados Unidos: Relatório de emprego privado ADP em janeiro (10h15)
- Banco Central: Divulgação da taxa Selic a partir das 18h
Quinta-feira (03)
- Brasil: PMI Composto e de serviços em janeiro (10h)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (10h30)
- Estados Unidos: PMI Composto e de serviços em janeiro (11h45)
Sexta-feira (04)
- Estados Unidos: Payroll de janeiro (10h30)
- Estados Unidos: Secretária do Tesouro, Janet Yellen, preside Conselho de Supervisão de Estabilidade Financeira (12h45)
Balanços da semana
Segunda-feira (31)
- Sem balanços previstos
Terça-feira (1º)
Antes da abertura:
- UBS Group (Suíça)
- Exxon Mobil (Estados Unidos)
Após o fechamento:
- General Motors (após o fechamento)
- Alphabet (Google)
Quarta-feira (02)
Antes da abertura:
- Santander Brasil (Brasil)
- Santander (Espanha)
Após o fechamento:
- Meta Platforms, antigo Facebook (Estados Unidos)
Quinta-feira (03)
Após o fechamento:
- Amazon (Estados Unidos)
- Ford (Estados Unidos)
Sexta-feira (04)
Antes da abertura:
- Royal Dutch Shell (Holanda)
- ConocoPhillips (Estados Unidos)
PagSeguro (PAGS34) dispara após balanço e puxa ações da Cielo (CIEL3); veja os números do resultado do 2T22
A lucro da PagSeguro aumentou 35% na comparação com o mesmo período do ano passado e atingiu R$ 367 milhões
Nos balanços do segundo trimestre, uma tendência para a bolsa: as receitas cresceram, mas os custos, também
Safra de resultados financeiros sofreu efeitos do aumento da Selic, mas sensação é de que o pior já passou
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Inter (INBR31) reverte prejuízo em lucro de R$ 15,5 milhões no segundo trimestre; confira os números
No semestre encerrado em 30 de junho de 2022, o Inter superou a marca de 20 milhões de clientes, o que equivale a 22% de crescimento no período
Lucro líquido da Itaúsa (ITSA4) recua 12,5% no segundo trimestre, mas holding anuncia JCP adicional; confira os destaques do balanço
Holding lucrou R$ 3 bilhões no segundo trimestre e vai distribuir juros sobre capital próprio no fim de agosto
Nubank (NUBR33) tem prejuízo acima do esperado no 2º tri, e inadimplência continuou a se deteriorar; veja os destaques do balanço
Prejuízo líquido chegou a quase US$ 30 milhões, ante uma expectativa de US$ 10 milhões; inadimplência veio dentro do esperado, segundo o banco
Marfrig (MRFG3) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e programa de recompra de 31 milhões de ações; veja quem tem direito aos proventos e os destaques do balanço
Mercado reage positivamente aos números da companhia nesta sexta (12); dividendos serão pagos em setembro
Oi (OIBR3) sai de lucro para prejuízo no 2T22, mas dívida líquida desaba
Oi reportou prejuízo líquido de R$ 320,8 milhões entre abril de junho, vinda de um lucro de R$ 1,09 bilhão no mesmo período do ano anterior
Cenário difícil para os ativos de risco pesa sobre o balanço da B3 no 2º trimestre; confira os principais números da operadora da bolsa
Companhia viu queda nos volumes negociados e também nas principais linhas do balanço, tanto na comparação anual quanto em relação ao trimestre anterior
Apelo de Luiza Trajano não foi à toa: Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 135 milhões no 2T22 — veja o que afetou o Magalu
O Magalu conseguiu reduzir as perdas na comparação com o primeiro trimestre de 2022, mas em relação ao mesmo período de 2021, acabou deixando o lucro para trás
Leia Também
-
Esquenta dos mercados: Ibovespa futuro acompanha exterior e abre em queda, enquanto dólar avança; IPCA-15 acelera em setembro
-
Desenrola Brasil: bancos já renegociam R$ 14,3 bilhões em dívidas após pouco mais de dois meses de programa
-
O alerta da China que faz as ações da Vale (VALE3) caírem quase 3% hoje na B3
Mais lidas
-
1
Uma aposta leva sozinha o prêmio de R$ 40 milhões da Mega-Sena — saiba de onde é o ganhador; Lotofácil e Quina acumulam
-
2
Pix fora do ar: clientes do Itaú, Nubank e outros bancos relatam instabilidade para realizar transferências
-
3
CDB de 120% do CDI ou LCI de 95% do CDI? Aprenda a comparar os títulos de renda fixa para saber qual rende mais