Entenda como a desistência de Doria aumenta as chances de Lula na disputa contra Bolsonaro
O entorno de Bolsonaro descarta que a saída do ex-governador de São Paulo da disputa terá impacto político significativo, mas este pesquisador diz o oposto

A desistência do ex-governador João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência da República não afeta apenas a chamada terceira via, mas também aumenta as chances do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencer as eleições presidenciais em primeiro turno. A avaliação é do cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes.
Na avaliação do pesquisador, é possível analisar a saída de Doria da disputa presidencial a partir de três pontos de vista: político, simbólico e numérico. "Politicamente, Lula aumenta as chances de vitória no primeiro turno com o voto útil, pois o eleitor do Doria rejeita mais Bolsonaro do que Lula", defende Nunes.
Nos cálculos da Quaest - que tem produzido pesquisas de intenção de voto nacionais e estaduais em parceria com o banco Genial - 77% dos eleitores do ex-governador paulista rejeitam o presidente e 62% rechaçam o petista.
Perspectivas para a terceira via
Já do ponto de vista simbólico, seria a oportunidade de a terceira via se unir e apresentar um candidato único, acredita Felipe Nunes.
O tucano retirou sua pré-candidatura nesta segunda-feira, diante da dificuldade de conquistar apoio no PSDB, que prefere apoiar a senadora Simone Tebet (MDB) ao Palácio do Planalto. Em pesquisas qualitativas, ela apresenta rejeição menor.
"Simbolicamente, a terceira via aumenta as chances de organizar sua tropa para tentar viabilizar uma opção fora da polarização. A coordenação das elites é fundamental para que os eleitores possam tomar decisões eleitorais. Até aqui, a terceira via mais atrapalhou do que ajudou o eleitor", destaca o diretor da Quaest.
Leia Também
Do ponto de vista numérico, lembra Felipe Nunes, o ex-governador de São Paulo sempre registrou baixa intenção de voto nas pesquisas.
"Numericamente, não tem mudança significativa porque Doria sempre apareceu com pouco voto (de 3% a 5%). Mas Ciro (Gomes, do PDT) tem o maior potencial entre esses eleitores (54%). Lula tem potencial de 36% e Bolsonaro de 19%", afirma o cientista político. "(Simone) Tebet é muito desconhecida", acrescenta.
E como fica Bolsonaro após a saída de Doria do páreo?
Já o entorno do presidente Jair Bolsonaro (PL) descarta que a saída do ex-governador de São Paulo da corrida presidencial terá impacto político significativo na disputa.
Com a fraqueza do tucano nas pesquisas de intenção de voto, interlocutores do Palácio do Planalto veem dificuldade da senadora Simone Tebet (MDB) assimilar totalmente o eleitorado de Doria e apostam na cristalização da polarização entre Bolsonaro.
Na avaliação do vice-presidente do PL, deputado Capitão Augusto (SP), o segundo turno "já está definido" - e com Bolsonaro e Lula na disputa. "Não muda nada. Todo mundo já sabia que Doria iria desistir", afirmou ao Broadcast Político.
Um ministro de Estado que integra o QG da campanha à reeleição resumiu à reportagem do Estadão o efeito da desistência de Doria na disputa pela Presidência, na sua leitura política, em uma palavra: nenhum. Sob a condição de anonimato, a mesma fonte lembra que o ex-governador paulista nunca chegou perto dos dois dígitos em pesquisas eleitorais.
Um outro dirigente da legenda de Bolsonaro diz acreditar que a intenção de voto de Doria deve ser diluída entre os demais candidatos, sem um impacto positivo direto como a desistência do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) representou para a campanha do chefe do Executivo.
Leite, rival de Doria no PSDB, para vice?
Dentro do partido de Doria, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite - que foi o grande rival do tucano nas prévias do PSDB -somou-se aos elogios de correligionários ao tucano por ter desistido de concorrer à Presidência da República.
"O PSDB teve candidato legítimo oriundo das prévias, que agora faz gesto pela unificação da terceira via sob liderança de outro partido. Gesto importante de João Doria, que merece respeito", escreveu Leite no Twitter.
Doria e Leite travaram uma disputa acirrada nas prévias do PSDB, vencidas pelo paulista no ano passado. "As circunstâncias adversas de uma eleição não diminuem a relevância do seu legado para o Brasil", acrescentou Leite, na mesma rede social.
Também impossibilitado de concorrer à presidência, o ex-governador do Rio Grande do Sul é cotado para o cargo de vice na chapa da terceira via. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, já afirmou que considera "natural" que os tucanos indiquem o candidato a vice na coligação formada até aqui por MDB, PSDB e Cidadania.
Em nota, o ex-presidente Michel Temer também fez elogios ao ex-governador. "O ex-governador João Doria realizou um extraordinário governo em São Paulo, confirmando seu perfil de gestor qualificado. Revela, agora, desprendimento, praticando um gesto grandioso."
Correligionário de Simone Tebet, Temer aproveitou para também elogiar a pré-candidata do partido. "A senadora Simone Tebet, por sua vez, tem demonstrado que está à altura do desafio que se apresenta a ela", afirmou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas
Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda
Ações baratas e dividendos gordos: entenda a estratégia deste gestor para multiplicar retornos com a queda dos juros
Com foco em papéis descontados e empresas alavancadas, a AF Invest aposta em retomada da bolsa e distribuição robusta de proventos com a virada de ciclo da Selic