PSDB, MDB e Cidadania demoraram até chegar a um acordo e escolher Simone Tebet como candidata única da chamada terceira via. Além das dificuldades nas negociações entre partidos, o PSDB enfrentou ainda a forte resistência interna de seu pré-candidato, João Doria, que estava determinado a disputar o cargo.
Mas, nesta segunda-feira (23), esse também virou mais um capítulo encerrado na novela da formação de uma chapa alternativa a Lula e Bolsonaro.
E quem confirmou a informação foi o próprio ex-governador de São Paulo, em pronunciamento transmitido em suas redes sociais: "Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve. Com a sensação inequívoca do dever cumprido e missão bem realizada, com boa gestão e sem corrupção". Confira abaixo a transmissão completa:
Antes disso, Doria conversou sobre a sucessão presencial com o partido. A cúpula do PSDB se encontrou com o político na capital paulista com o objetivo de fazê-lo desistir da disputa ao Palácio do Planalto.
Briga encerrada
Segundo informações anteriores, Doria pretendia resistir aos tucanos e defendia que a definição do nome para a disputa fosse feita apenas em julho, mês em que ocorrem as convenções partidárias. O ex-governador também ameaçou judicializar a questão se necessário.
Vale relembrar que, em novembro do ano passado, Doria tornou-se o pré-candidato do partido à Presidência da República após derrotar Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, e Arthur Virgílio Neto, ex-prefeito de Manaus.
Agora, após a conversa com o PSDB, o empresário e político optou por assumir uma postura mais contida e resignada.
O Brasil precisa de uma alternativa para oferecer aos eleitores que não querem os extremos. Para esta missão, coloquei meu nome à disposição do partido. Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida.
João Doria, ex-governador de São Paulo
O que atrapalhou Doria?
O discurso de Doria não deixou claro quais foram seus motivos para desistir da disputa, mas tudo indica que o ex-governador paulista foi rifado graças às pesquisas eleitorais.
"Sou um homem que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio. Sempre busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que ele seja contrário a minha vontade pessoal. O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano", declarou ele.
É verdade que nem Simone Tebet nem João Doria aparecem com números vistosos nas pesquisas de intenção de voto.
Entretanto, sondagens feitas pelos partidos indicam que a rejeição a Doria é muito alta e Simone teria maior potencial de crescimento até as eleições de outubro.