Brasileiros ainda mantêm R$ 450 bilhões nos 150 piores fundos de previdência do mercado; veja se o seu está na lista
Grande parte dos fundos administrados pelos principais bancos brasileiros cobram taxas caras e entregam um retorno abaixo do índice de referência

Nos últimos anos, temos assistido a uma mudança drástica na forma como o brasileiro encara e escolhe os seus investimentos. Após um longo período de domínio dos grandes bancos no oferecimento de produtos, o crescimento da competitividade levou o investidor a ter opções cada vez melhores – antes só acessadas por investidores qualificados – e com taxas cada vez mais atrativas.
A "revolução", no entanto, parece não ter atingido todas as classes de ativos da mesma forma e, muitas vezes, o investidor pode estar sacrificando o seu potencial de retorno em nome da comodidade e pelo desconhecimento total de como a cobrança de taxas de administração corrói o retorno real do investimento – é o caso de muitos fundos de previdência privada.
Um levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que, quando o assunto é previdência, os brasileiros seguem preferindo os bancões tradicionais (60% do volume total investido, totalizando cerca de R$ 600 bilhões).
Mas a confiança dos brasileiros nos maiores bancos do país pode estar custando caro. Um levantamento feito pela Empiricus mostrou que grande parte dos fundos de previdência com uma estratégia conservadora geridos pelo Banco do Brasil (BrasilPrev), Bradesco, Caixa, Itaú e Santander estão entre os maiores e piores do mercado.
A casa de análise, que faz parte do mesmo grupo do Seu Dinheiro, levantou um total de 150 fundos de baixa qualidade e que sacrificam retornos futuros mais gordos nos quais os investidores brasileiros mantêm cerca de R$ 450 bilhões.
Os grandes bancos costumam cobrar taxas altas (2% ao ano) para produtos conservadores, com estratégia em renda fixa pós-fixada e crédito privado, que muitas vezes não superam o índice de referência (o CDI).
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Os fundos mais acessíveis e com maior patrimônio líquido de cada instituição cobram taxas de 1,75% a 3%, reportando um resultado abaixo do índice de referência quando se olha para janelas de 1 ano.
Para a equipe da Empiricus, é possível deixar os seus investimentos em uma estratégia conservadora sem sacrificar o rendimento com taxas caras.
"Não se deve pagar o mesmo preço para um fundo de ações ou multimercado, com uma equipe de análise robusta e anos de experiência para operar diferentes mercados, e para um fundo passivo de renda fixa, que busca simplesmente seguir o CDI. É como se você pagasse o preço de um chef francês para alguém lhe fazer um miojo", escrevem os analistas.
Você pode conferir a lista de 150 fundos que receberam "cartão vermelho" e "amarelo" dos analistas neste relatório.
Como dar a volta por cima?
Se você encontrou o seu fundo de previdência na lista, não se desespere. Os analistas indicam que antes de tomar uma atitude, é interessante observar a tábua atuarial do seu plano, já que, se as condições de contratação forem boas, pode valer a pena manter o dinheiro se o seu objetivo for o investimento em renda no futuro.
O segundo ponto é observar se o plano possui uma taxa de carregamento postecipada, ou seja, uma cobrança no momento da retirada dos recursos. Caso ela exista, o valor que pode ser utilizado para se fazer uma portabilidade pode ser menor do que o saldo total.
Mas o principal é não optar pelo resgate total do investimento, assim você não perde o tempo acumulado. A portabilidade é a melhor saída, com a transferência dos recursos para um fundo de previdência de outra instituição. O relatório da Empiricus traz quatro alternativas para o investidor que desejar escapar dos piores fundos do mercado.
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