Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5) caem após números do primeiro trimestre; é hora de aproveitar o ‘desconto’ e comprar as ações?
Além do ambiente externo desfavorável, as ações das duas empresas sofreram um novo baque vindo de dentro das suas finanças
Após surfarem a alta do minério de ferro no ano passado, as mineradoras e siderúrgicas da bolsa brasileira agora sofrem com o cenário oposto. Em meio aos novos lockdowns em importantes regiões produtoras de aço na China, as ações de Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5) registram quedas bruscas na bolsa ao longo do último mês.
Além do ambiente externo desfavorável, em que pesa a tendência de desaceleração econômica do gigante asiático, as ações das duas empresas sofreram um novo baque vindo de dentro das suas finanças.
A Usiminas abriu nesta quarta-feira (20) a temporada de balanços do primeiro trimestre com resultados aquém das expectativas dos analistas. Já a Vale mostrou uma desaceleração na produção e venda da matéria-prima do aço em relatório divulgado ontem.
Com isso, os papéis das duas mineradoras apareceram entre as maiores quedas do Ibovespa hoje. A ação USIM5 da Usiminas recuou 6,34%, a R$ 12,27, enquanto a Vale (VALE3) caiu 2,60%, cotada em R$ 85,40. Confira o desempenho das empresas nos últimos 30 dias:
Desconto ou furada?
Apesar de terem uma conotação negativa no noticiário, as quedas nem sempre são motivo de decepção para os investidores. Em algumas ocasiões, o recuo dos papéis pode criar um bom ponto de entrada para quem deseja aumentar ou iniciar a posição acionária nas empresas.
Mas diferenciar os descontos oportunos de furadas não é uma tarefa fácil e envolve análises cuidadosas. Mais importante que o preço baixo, é preciso verificar se os papéis oferecem perspectivas de ganhos no futuro.
Leia Também
Será esse o caso de Vale ou Usiminas? Confira abaixo o que dizem os analistas de corretoras e bancos de investimento sobre as empresas e a recomendação para as ações, assim como o potencial de alta projetado para cada uma delas.
Vale (VALE3) — largada fraca, mas boas perspectivas para a maratona
Sofrendo com o efeito sazonal das chuvas de verão, que chegaram a paralisar parte das operações no início do ano, a Vale (VALE3) reportou um “começo de ano fraco, mas muito previsível”, segundo o Bank of America.
A produção de minério recuou 6% em relação ao mesmo período de 2021, para 63,9 milhões de toneladas métricas (Mt), e também veio abaixo das expectativas do banco.
Para o JP Morgan, a produção deve acelerar nos próximos trimestres, após o fim da temporada de chuvas torrenciais. Ainda assim, deve terminar o ano no limite inferior das projeções fornecidas pela própria companhia.
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui
Preços mais altos compensam a produção fraca
Com os embarques da commodity dentro do esperado, os analistas do BofA ainda esperam um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 6,6 bilhões para a Vale (VALE3) no primeiro trimestre.
Além disso, a Vale se beneficia do patamar ainda elevado dos preços do minério de ferro. O prêmio para a commodity foi de US$ 9 por tonelada nos primeiros três meses de 2021.
Esse é o nível mais alto desde o segundo trimestre de 2019 e, de acordo com a Genial Investimentos, beneficia especialmente um produto com qualidade superior, como é o oferecido pela companhia.
E, conforme explica a XP, a própria produção mais fraca da Vale contribui para a manutenção do prêmio. Seguindo a lei da oferta e demanda, menos minério no mercado implica em preços maiores.
Na visão do BofA, porém, a vantagem não será eterna. O banco de investimentos acredita que o patamar atual de preços está “inflado” e deve passar por uma correção nos próximos anos até ficar abaixo dos US$ 100 a tonelada.
Hora de comprar Vale (VALE3)?
Donos da visão mais pessimista para a commodity, os analistas do Bank of America são os únicos entre os citados a manterem a recomendação neutra para VALE3.
Todas as outras casas consultadas indicam a compra dos papéis. Veja abaixo o preço-alvo e o potencial de alta calculado por cada uma delas:
- JP Morgan: Preço-alvo de R$ 140 (+64%);
- Genial: Preço-alvo de R$ 115 (+34,6%);
- XP: Preço-alvo de R$ 97,10 (+13,7%).
Dólar foi o guarda-chuva da Usiminas (USIM5) na tempestade de verão
Apesar de ter uma operação menor que a da Vale, a Usiminas (USIM5) também não escapou dos efeitos da chuva na região sudeste do Brasil. Ainda assim, a siderúrgica contou com a ajuda do câmbio e conseguiu superar o desempenho financeiro do ano passado.
A companhia registrou lucro líquido de R$ 1,263 bilhão, o que representa um aumento de 5% na comparação com o mesmo período de 2021.
Apenas a variação do dólar trouxe ganhos cambiais líquidos de R$ 434 milhões no trimestre para a Usiminas, contra uma perda de R$ 355 milhões no balanço dos meses de janeiro a março do ano passado.
Despesas compensaram as vendas e amargaram o balanço
O Ebitda, por outro lado, recuou 36%, para R$ 1,6 bilhão e veio abaixo das expectativas da Ativa Investimentos. A corretora destaca que pesaram para o indicador o salto de 33% no custo com os produtos vendidos pela siderúrgica, além das despesas operacionais, com um aumento de 24%.
Por isso, apesar do resultado financeiro acima do previsto, a Ativa considera que este foi um trimestre negativo do ponto de vista operacional.
O BTG Pactual também foi negativamente surpreendido com o fluxo de caixa livre (FCF) desfalcado em R$ 422 milhões. A geração de caixa foi afetada, entre outras saídas, por pagamentos de impostos acumulados a partir de 2021.
Hora de comprar Usiminas (USIM5)?
Mas, ressalvas à parte, o banco de investimentos continua enxergando valor na Usiminas. Para os analistas, a cotação atual das ações precifica uma queda de 30% a 40% nos preços do aço, movimento muito improvável no cenário traçado para o futuro.
Assim, o BTG mantém a recomendação de compra para os papéis USIM5, com preço-alvo de R$ 25. O valor implica em um potencial de alta de 102% nos próximos meses.
Já a Ativa tem visão neutra para as ações da siderúrgica, com preço-alvo de R$ 19. Apesar de menor, a alta prevista ainda chega a 53,4%.
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
