Por que as ações da PagSeguro (PAGS34) despencam 20% apesar do lucro recorde no 1T22?
O mercado enxerga além do 1T22 e pode estar precificando novamente as dificuldades que a empresa talvez enfrente nos próximos meses
A PagSeguro (PAGS34) tinha tudo para garantir uma boa quinta-feira (9) na bolsa de valores. A empresa de maquininhas divulgou ontem um balanço recheado de altas nos principais indicadores e bateu até mesmo um recorde no lucro líquido.
O resultado também agradou analistas, que esperavam uma reação positiva das ações. Para o Credit Suisse, por exemplo, a companhia conseguiu entregar resultados robustos, apesar do cenário macroeconômico. Já o Itaú BBA destacou os ganhos de lucratividade e participação de mercado.
Ainda assim, a dona do PagBank amarga um dia de queda brusca tanto no Brasil quanto em Nova York. As ações da empresa, listadas na Nasdaq, despencaram 23,78%, a US$ 13,11, enquanto os BDRs — recibos de papéis negociados na B3 — caíram 22,80% hoje.
O forte recuo pode ser explicado, em partes, pela alta volatilidade dos ativos nos últimos meses. Após irem abaixo dos US$ 10 em maio, as ações PAGS subiram cerca de 40% em 30 dias e retomaram o patamar dos US$ 17.
Mas a forte correção em apenas um dia não é por acaso. Apesar do aceno positivo dos especialistas ao balanço, o mercado enxerga além do primeiro trimestre e pode estar precificando novamente as dificuldades que a empresa talvez enfrente nos próximos meses.
Destaques do balanço da PagSeguro (PAGS34)
Para entender o que provoca a queda de hoje, vale relembrar os principais pontos do balanço da PagSeguro. A empresa do Grupo Uol lucrou R$ 350 milhões entre janeiro e março deste ano, alta de 29% ante os três primeiros meses de 2021.
Leia Também
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também subiu 16%, na mesma base de comparação, e chegou a R$ 665 milhões.
Do lado operacional, os resultados também indicaram crescimento. O volume total processado (TPV), por exemplo, saltou 87% no primeiro trimestre e bateu os R$ 152,2 bilhões. Já a base de comerciantes ativos avançou 5% no mesmo período, para 7,7 milhões
Segundo o Itaú BBA, o crescimento expressivo do primeiro indicador mesmo com a alta tímida do segundo é explicado por dois fatores:
- esforços mais seletivos de aquisição de clientes e a escolha da empresa de buscar pessoas com maior ticket médio;
- a mortalidade natural de comerciantes nos últimos doze meses após a pandemia.
A estratégia de focar em clientes mais lucrativos também foi adotada na divisão bancária, conforme destaca o Bank of America. “O PagBank adicionou 1,7 milhão de usuários, enquanto a base de clientes de adquirência permaneceu estável no trimestre”.
BTG não está impressionado
Para o BTG, no entanto, os resultados da PagSeguro (PAGS34) não foram o suficiente para impressionar: “No geral, os números não trouxeram grandes surpresas. De fato, é justo dizer que eles chegaram perto, ou até um pouco acima, da margem superior do guidance [divulgado em abril]”.
Os analistas apontam que as despesas financeiras foram o principal vilão do balanço mais uma vez. Os gastos de R$ 621 milhões superaram em 26% as expectativas do banco de investimentos e avançaram 54% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
De acordo com o BTG, parte da cifra — cerca de R$ 294 milhões — veio da alta da taxa Selic, enquanto os outros R$ 283 milhões estão ligados ao maior TPV e ao aumento de cartões de crédito no mix da empresa.
“Com a Selic provavelmente permanecendo alta por mais tempo, juntamente com todo esse capex fluindo para os resultados futuros, vemos espaço para novos rebaixamentos de lucros, limitando assim os potenciais ganhos da ação”, indica.
É hora de comprar PagSeguro (PAGS34)?
Como você viu, não há consenso entre os analistas para um veredicto sobre o balanço da PagSeguro no primeiro trimestre.
Os bancos de investimentos também divergem sobre ser hora de comprar ou não as ações PAGS e as BDRs PAGS34.
Se você já tem os papéis na carteira, a boa notícia é que nenhuma das cinco casas de análise consultadas pelo Seu Dinheiro recomenda a venda.
Mas, para quem ainda está na dúvida se deve aproveitar o desconto e iniciar ou aumentar a posição na empresa ou apenas observar a queda, veja abaixo o que indica cada uma delas:
| Casa | Recomendação | Preço-alvo | Variação* |
| Bank of America | Compra | US$ 27 | +94,66% |
| BTG | Neutra | US$ 23 | +65,83% |
| Credit Suisse | Compra | US$ 40 | +188,39% |
| Itaú BBA | Compra | R$ 28 | +105,43% |
| UBS BB | Neutra | US$ 22 | +58,62% |
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
