O demitido renunciou: presidente da Petrobras (PETR4) pede demissão dias depois de novo reajuste nos combustíveis
Fernando Borges, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, ficará como presidente interino da empresa até que sucessão seja definida
Já se sabia desde o mês passado que José Mauro Coelho deixaria em breve a presidência da Petrobras (PETR4). No fim de maio, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou a demissão de Coelho. O executivo ficaria no cargo até que seu substituto fosse confirmado.
Entretanto, depois de um novo reajuste nos preços dos combustíveis pela Petrobras no meio do feriadão, Coelho resolveu se antecipar ao inevitável. A companhia anunciou na manhã desta segunda-feira que o executivo apresentou sua carta de demissão.
Horas mais tarde, o conselho de administração da Petrobras decidiu que o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, ficará como presidente interino.
Em reação à notícia, a B3 chegou a suspender temporariamente as negociações com as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4).
A interminável dança das cadeiras
O pedido de demissão de Coelho é o mais recente passo de uma interminável dança das cadeiras na Petrobras.
Em maio, logo depois de anunciar a saída de Coelho, o Ministério das Minas e Energia divulgou a escolha de Caio Paes da Andrade para a posição.
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Entretanto, antes de ser votada pela direção da empresa, a indicação ainda precisa ser submetida ao processo de governança interna da Petrobras.
A expectativa é de que Borges permaneça interinamente no cargo até que a sucessão seja definida.
José Mauro Coelho foi o terceiro presidente da Petrobras sob Bolsonaro. E também o que durou menos tempo no cargo.
O primeiro foi Roberto Castello Branco, que assumiu no início do governo, em 2019. Ele foi substituído pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna em abril de 2021.
Prestes a completar um ano no cargo, Silva e Luna foi substituído por Coelho, que durou pouco mais de dois meses na função.
A Petrobras (PETR4) e os reajustes
No centro da dança das cadeiras está a política de preços da Petrobras.
Crítico dos reajustes e atrás nas pesquisas de intenção de voto com vistas às eleições de outubro, Bolsonaro vem tentando mexer na direção empresa na esperança de que os executivos evitem repassar a alta dos preços.
A política de preços, entretanto, é prerrogativa de uma empresa que tem no governo federal seu sócio majoritário, com amplo controle sobre o conselho de administração.
A intervenção nos preços dos combustíveis, porém, é vetada pelo estatuto da Petrobras, a menos que a estatal seja ressarcida pela União.
Nos últimos meses, a paridade com os preços internacionais do petróleo levou a empresa a promover uma série de reajustes nos últimos meses.
O mais recente desses reajustes ocorreu durante o feriado de Corpus Christi.
O preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras subiu 5,2%. Já o diesel aumentou 14,2%.
Aumento joga balde de água fria sobre teto do ICMS
O governo federal tem buscado desesperadamente meios de deter a alta dos preços dos combustíveis.
A cartada mais recente foi a imposição de um teto à cobrança de ICMS sobre os preços de energia.
O novo reajuste, entretanto, caiu como um balde de água fria sobre a iniciativa.
Nesta reportagem, o Seu Dinheiro explicou por que a ideia corria um grande risco de não dar certo.
Uma CPI na Petrobras (PETR4)?
O reajuste anunciado pela Petrobras no feriado levou Bolsonaro a propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os subsequentes reajustes.
Depois do anúncio do reajuste, o presidente disse ter conversado com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), e com o presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), para abrir uma CPI.
Bolsonaro e Lira chegaram a sugerir, inclusive, que a forte queda das ações da Petrobras na sexta-feira deveu-se ao reajuste. Segundo analistas de mercado, porém, os motivos foram os persistentes ruídos políticos e a queda do petróleo nos mercados internacionais.
O presidente tem defendido a instauração da CPI para investigar a formação de preços de combustíveis.
Desde 2016, a companhia segue os preços internacionais, já que importa petróleo para suprir a demanda interna.
A política foi implementada durante o governo Michel Temer.
No início de junho, a Petrobras chegou a lançar um site exclusivamente dedicado a explicar como funciona sua atual política de preços.
A Petrobras (PETR4) se defende
Diante da pressão, a Petrobras tem saído publicamente em defesa de sua política de preços.
Na última sexta-feira, ao anunciar o reajuste, a estatal fez questão de destacar que, apesar do momento difícil do mercado mundial de energia, a empresa não tem adotado o repasse imediato das cotações internacionais.
Antes do reajuste do feriado, a gasolina ficou sem reajuste por 99 dias, enquanto o diesel ficou 39 dias sem aumento.
Respondendo também às críticas feitas repetidamente pelo presidente Jair Bolsonaro, a Petrobras buscou se mostrar sensibilizada pelo impacto do preço dos combustíveis na vida dos cidadãos, mas defendeu que também é preciso manter os seus preços competitivos e em equilíbrio com o mercado.
A empresa também lembrou que a Petrobras é responsável por uma parte do preço ao consumidor, já que a formação na bomba leva em conta outras parcelas de misturas produzidas em refinarias, custos e margens de distribuição e revenda, e tributos federais e estaduais.
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