Onde os brasileiros investem: CDBs ultrapassam ações no 1º semestre, e valor investido em LCIs e LCAs dispara
Volume investido em CDBs pelas pessoas físicas superou o valor alocado em ações no período; puxado pelo varejo, volume aplicado por CPFs cresceu 2,8% no período, totalizando R$ 4,6 trilhões
A aversão a risco que tomou conta dos mercados globais na primeira metade de 2022 levou os investidores a correrem para a renda fixa e desvalorizou os ativos mais arriscados, como as ações. E esse movimento ficou bem claro na carteira dos investidores pessoas físicas brasileiros, como mostra levantamento da Anbima publicado nesta terça-feira (02).
O volume investido pelas pessoas físicas no primeiro semestre totalizou R$ 4,6 trilhões, um crescimento de 2,8% no período, considerando investidores de varejo tradicional, varejo alta renda e private banking, num total de 140 milhões de contas - lembrando que um mesmo CPF pode ter mais de uma conta.
A participação da renda fixa neste montante subiu de 57,5% em dezembro de 2021 para 61,3% em junho de 2022 (R$ 2,8 trilhões), enquanto a da renda variável caiu de 19,5% para 16,7% (R$ 775,9 bilhões) no mesmo período.

A caderneta de poupança continuou sendo, como era de se esperar, o principal investimento dos brasileiros, com quase R$ 1 trilhão em volume. No entanto, o valor poupado diminuiu ao longo do primeiro semestre, caindo de R$ 988,8 bilhões em dezembro para R$ 966 bilhões em junho.
“Isso se deve ao aumento do consumo pós-pandemia. Durante a pandemia, vimos um acúmulo grande de recursos pelos poupadores, que foram consumidos no primeiro semestre”, explica Ademir Correa, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.
Volume em CDBs ultrapassa ações
Mas entre os demais investimentos de renda fixa, o grande destaque foram os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), cujo volume investido em junho totalizou R$ 647,7 bilhões, uma alta de 13,6%.
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A cifra ultrapassou o volume alocado em ações (R$ 576,9 bilhões), que recuou 10,7% no semestre, por conta da migração para ativos mais seguros e a desvalorização dos papéis. Em dezembro de 2021 e 2020, o volume investido em ações pelas pessoas físicas superava o valor alocado em CDBs.
O crescimento do volume alocado nestes títulos de renda fixa, por sua vez, foi puxado pelos investidores do varejo tradicional e do varejo alta renda, uma vez que, no private, o investimento em CDBs caiu no semestre. A alta da Selic, que aumenta a rentabilidade desses papéis, também ajudou a engordar o volume.
Outro destaque na renda fixa foram as LCIs e LCAs, cujos volumes investidos saltaram dois dígitos no semestre, tanto no private quanto nos segmentos de varejo. No total, o valor alocado em LCIs cresceu 25,4%, para R$ 162,4 bilhões, enquanto o volume de LCAs subiu 38,5%, para R$ 249,6 bilhões.
São percentuais maiores do que os crescimentos dos dois tipos de ativos em todo o ano passado, que foram de 12,3% para as LCIs e 24,2% para as LCAs.

O investidor conservador saiu ganhando
Os investidores de varejo e varejo alta renda brasileiros fizeram jus ao seu perfil conservador no primeiro semestre e se deram bem com isso. Eles mantêm 81,7% dos seus investimentos em renda fixa, sendo a poupança o principal produto (32,9%), seguida dos CDBs (19,9%).
No private, por sua vez, a renda fixa representa apenas 27,5% do volume; esses investidores mais abastados concentram a maior parte dos seus recursos em renda variável (30,5%), que é seguida dos produtos híbridos (28,1%), onde os fundos multimercados (aqueles que investem em diversas classes de ativos) se destacam, com 24,2% do volume.

Esses perfis de alocação explicam o crescimento do volume investido pelo varejo e a queda dos volumes do private no primeiro semestre.
Enquanto a alta concentração em renda fixa e o aumento dos juros levou o volume do varejo tradicional a crescer 5,9% e o do varejo alta renda a subir 5,4%, as incertezas globais, como o risco de recessão nos países ricos, a guerra da Ucrânia e a escalada de juros nos EUA, impactaram negativamente a renda variável e fizeram o volume do private cair 1,7% na primeira metade do ano.
“Essa queda semestral do private se explica pelas carteiras mais expostas a ativos de alta volatilidade nesse público”, explica o presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.
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