O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não gostou das recentes movimentações da Europa e dos EUA — que se recusam a pegar em armas para frear as tropas russas na guerra na Ucrânia, mas não poupam Moscou de provocações.
Finlândia e Suécia, dois países até então neutros com relação à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), passaram a considerar ingressar na aliança, levando ao agravamento das tensões relacionadas à guerra no leste europeu.
Rússia e Finlândia compartilham uma fronteira de 1,3 mil quilômetros e Moscou enxerga a inclusão da vizinha na Otan como uma ameaça à sua segurança nacional.
Depois de avisar que Finlândia e Suécia se tornarão inimigos da Rússia caso entrem para a Otan, o governo russo alertou neste domingo (17) sobre o potencial de incidentes não intencionais com as forças da aliança no Ártico.
Nikolay Korchunov, delegado da Rússia ao Conselho do Ártico, citou o que chamou de um “acúmulo militar desestabilizador” na região do bloco liderado pelos EUA.
“A internacionalização da atividade militar da Otan nas altas latitudes não pode deixar de causar preocupação”, disse ele. “Os riscos de incidentes não intencionais estão aumentando”, acrescentou.
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Na quinta-feira (14), a Rússia escalou a guerra ao afirmar que poderia estacionar forças nucleares dentro e ao redor do enclave russo de Kaliningrado se a Finlândia e a Suécia se juntarem à Otan.
Os dois países há muito reconhecem neutralidade militar, mas a opinião pública está mudando em favor da adesão à Otan. Os países sinalizaram que tomarão uma decisão nas próximas semanas.
A expansão da Otan tem sido uma preocupação central para a Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, depois que não conseguiu garantias ocidentais de que a aliança diminuiria e rejeitaria as aspirações à integração da Ucrânia.
Guerra de ameaças contra os EUA
Os EUA não escaparam da ira de Putin. O governo russo ameaçou o país com “consequências imprevisíveis” caso o governo do presidente Joe Biden continue a transferir armas para a Ucrânia.
Em uma correspondência diplomática com data de 12 de abril, mas que só se tornou pública agora, a Rússia pede que os EUA e seus aliados parem com o que chamou de “militarização irresponsável da Ucrânia, que implica em consequências imprevisíveis para a segurança regional e internacional”.
A carta veio à tona na mesma semana em que Biden anunciou ajuda extra de US$ 800 milhões em assistência militar à Ucrânia. O pacote de ajuda militar incluiu sistemas de artilharia, veículos blindados e helicópteros.
Touros e ursos #103
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*Com informações da agência Tass